perspectivas

Terça-feira, 11 Novembro 2014

Como funciona o relativismo

Filed under: ética — O. Braga @ 3:23 am
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Segunda-feira, 3 Junho 2013

A ciência não obedece a critérios lógicos da mesma forma que aplicáveis à filosofia

Filed under: Ciência,filosofia — O. Braga @ 5:37 pm
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“Uma teoria para ser científica tem de ser falsificável, defende Popper. O que os cientistas fazem com as suas teorias é, pois, tentar falsificá-las, isto é, tentar mostrar que são falsas.
E se os cientistas tentarem seriamente mostrar que uma dada teoria é falsa e não o conseguirem, o que se conclui daí?

Conclui-se que a teoria é verdadeira. Certo?

Não, errado! Pode-se criticar Popper de várias coisas, mas não de cometer uma falácia tão óbvia como esta falácia do apelo à ignorância.”

Uma falácia que Popper não cometeu

A falácia de “apelo à ignorância” (ou Argumentum Ad Ignorantiam) só se verifica se o objecto da proposição ou da teoria em questão não estiver sujeito a análise científica.

Em ciência, uma teoria é verdadeira 1/ se for falsificável , 2/ sujeita a verificação e a demonstração , e 3/ até que haja uma demonstração em contrário. Por exemplo, a seguinte proposição:

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Quinta-feira, 16 Junho 2011

A dificuldade do conhecimento (2)

Filed under: filosofia — O. Braga @ 8:34 pm
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Para S. Tomás de Aquino, “a verdade é a adequação entre a inteligência humana que concebe, por um lado, e a Realidade, por outro lado”. Esta noção de Verdade, segundo S. Tomás de Aquino, tem sido muito mal interpretada por muita gente ilustre, e muitas vezes por má-fé e no sentido de distorcer a sua verdade.

Vejamos uma proposição de Kant: “O entendimento cria as suas leis (as leis da natureza), não a partir da natureza, mas impõe-lhe-as.” (Crítica da Razão Pura).

E por último, uma proposição de Karl Popper: “As nossas teorias científicas, por melhor comprovadas e fundamentadas que sejam, não passam de conjecturas, de hipóteses bem sucedidas, e estão condenadas a permanecer para sempre conjecturas ou hipóteses”.


A Realidade, segundo S. Tomás de Aquino, é algo que está separado da inteligência humana que concebe. E quanto mais próximo (adequação) estiver o espírito (do Homem) em relação à Realidade, mais próximo estará o espírito em relação à Verdade. Porém, para S. Tomás de Aquino, a Realidade não era apenas o mundo das coisas empíricas e da percepção humana; tão pouco, para ele, a Realidade era apenas o mundo da linguagem humana, como os modernos tentam fazer crer e atribuir a S. Tomás de Aquino. A Realidade, para S. Tomás de Aquino, é a totalidade com fundamento em Deus.

Quando Kant diz que o Homem cria as leis da natureza, tem razão até certo ponto: o Homem tenta adequar a sua inteligência à Realidade, e ao fazê-lo, fá-lo inexoravelmente de uma forma unilateral: impõe as suas leis à natureza, independentemente de essas leis estarem, ou não, totalmente certas ou corresponderem à Verdade. O Homem tenta aproximar-se da Realidade e, portanto, da Verdade.

Porém, por mais que o Homem tente aproximar-se da Realidade por via racional, nunca existirá uma total e perfeita adequação entre o sujeito e o objecto. E por isso é que Karl Popper faz-me o favor de concluir este postal dizendo que viveremos sempre à sombra de conjecturas ou hipóteses.

Quinta-feira, 10 Fevereiro 2011

A afirmação do politicamente correcto como a Verdade Absoluta

O politicamente correcto começou por censurar a crítica pública de comportamentos e actos, remetendo a ética e a moral para a esfera privada. Nesta fase, o politicamente correcto expulsou qualquer noção de Verdade da praça pública. Todos os julgamentos ético-morais de actos e comportamentos passaram a ser realizados em privado. Para isso, o politicamente correcto — aliado ao cientificismo de tipo coimbrinha — começou por afirmar a ideia segundo a qual “a Verdade não existe”.
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Terça-feira, 30 Novembro 2010

A estupidez do ateu

Filed under: filosofia — O. Braga @ 11:09 am
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O ateu serve-se da ciência para afirmar que tem a certeza que Deus não existe. Ora se há coisa de que a ciência não tem nenhuma certeza, é de que se pode ter a certeza de alguma coisa. Portanto, a atitude do ateu é acientífica. A ciência distingue a verdade, por um lado, da certeza, por outro. E mesmo a verdade é entendida pela ciência como sendo um “caminho” — o caminho para a Verdade.

A verdade científica pode ser entendida como um puzzle que se vai construindo e que estará sempre incompleto. A cada peça do puzzle que a ciência coloca no sítio certo, acrescenta mais uma peça do Puzzle da Verdade — uma peça que é mais um detalhe no caminho para a Verdade. Mas muitas vezes os cientistas chegam à conclusão de que se enganaram na peça, quando descobrem outra peça que encaixa melhor no mesmo sítio; e, assim, através da análise crítica, a verdade é repensada e reposta, rumo ao absoluto da verdade. Esse Absoluto da Verdade é o propósito do caminho da verdade científica.

Porém, certeza é coisa diferente. Certeza pressupõe que não se erra, ou seja, pressupõe que a ciência não erra. Certeza é uma questão de fé, e não é matéria da ciência. E por isso é que o ateu é estúpido.

(via)

Terça-feira, 23 Novembro 2010

O dogma naturalista de Carl Sagan : um exemplo de cientismo e da traição dos intelectuais

Karl Popper

Ao longo da sua imensa obra literária e filosófica, Karl Popper demonstrou que a objectividade do cientista, entendido como indivíduo, não existe — e esta realidade aplica-se não só às ciências sociais como às ciências da natureza. O que torna a ciência objectiva é toda uma estrutura composta pelas instituições que, numa sociedade onde exista um alto grau de liberdade política, se dedicam à ciência (universidades, colóquios, congressos); é também a concorrência saudável entre cientistas e, em consequência, podemos dizer que a objectividade da ciência depende da análise crítica das teorias, independentemente do cientista ou cientistas que as concebem.

Porém, convém aqui dizer que também se demonstrou que a maioria das teorias científicas são falsas, e esta tese é também corroborada pelo académico grego John Ioannides, um dos maiores especialistas mundiais sobre estatística da ciência. Ioannides vai mais longe: de uma forma geral, quanto mais “bombástico” for o anúncio nos me®dia de uma nova descoberta ou de uma nova teoria, maior probabilidade estatística existe de que essa descoberta ou teoria sejam falsas.

Portanto, um cientista contemporâneo é, normalmente, e antes de o ser, um mau filósofo; ou melhor : um sofista. É impossível que a sua “nova teoria” seja asséptica ou objectiva, e só a análise crítica pode deduzir realmente a sua objectividade, verdade ou falsidade. Esta asserção foi demonstrada pela própria realidade dos factos.
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Quinta-feira, 19 Agosto 2010

A ética e a experiência da totalidade

O facto de existirem pessoas que por característica própria não se interroguem sobre a sua realidade, não é nada de novo, nem sequer algo de anormal. O que é novo na contemporaneidade é a recusa de olhar o óbvio — já não se trata de aceitar ou não um dogma, como em tempos passados; mas de recusar, na sua subjectividade, a própria lógica.
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Quinta-feira, 1 Abril 2010

A corrupção da democracia

Hannah Arendt distingue o sistema totalitário (nazismo, comunismo) do sistema autoritarista (Salazarismo, Pinochet, ditadura militar no Brasil, etc.). O sistema totalitário é por ela comparado a uma cebola com as suas diversas camadas a partir do centro onde funciona o comando do sistema.
O sistema autoritarista é por ela comparado a uma pirâmide social em cujo vértice se encontra o escol ou o ditador, cuja legitimidade de poder é outorgado por uma realidade que transcende a própria sociedade.

Julius Evola vê a coisa de outra maneira. Ele distingue entre o sistema totalitário e o sistema orgânico. O sistema totalitário de Evola é o sistema autoritarista de Arendt ― com sua pirâmide social que, segundo Evola, coarcta qualquer grau de liberdade e limita a autonomia dos seus membros ―, e o sistema totalitário Arendt é, sem tirar nem pôr, o sistema orgânico de Evola.
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Quarta-feira, 31 Março 2010

O problema da opinião

O postal anterior sobre a Ressurreição de Jesus levantou alguma controvérsia na medida em que o próprio postal menciona factos ― por exemplo, o facto de não ter havido nenhuma testemunha ocular da ressurreição. Contudo, e perante uma verdade de facto, as opiniões são quase sempre contra ela. Por exemplo, outra verdade de facto é a de que depois da crucificação de Jesus, os seus discípulos galvanizaram-se e transfiguraram-se ― e aqui já existem testemunhas oculares da ocorrência ― depois de Jesus Cristo lhes ter aparecido em espírito.

Platão dizia que aquele que diz a verdade corre um risco de ser assassinado. Naturalmente que a verdade de Platão era a verdade da razão. Porém, com o modernismo e com a mentira organizada pela política (que não existia antes da idade moderna), o problema agudizou-se na medida em que passam a correr risco de vida (metaforicamente ou não) mesmo aqueles que se limitam à verdade dos factos.

A verdade da razão tem a ver com a ciência e com a filosofia. A verdade dos factos tem a ver com os acontecimentos em que há testemunhas oculares que se constituem como fontes primárias. Perante a verdade da razão, uma mentira é, segundo a ciência, resultado de ignorância ou erro, ou é ilusão ou opinião em filosofia. Portanto, a palavra “opinião” tem uma conotação pejorativa; tradicionalmente, quem tinha uma mera opinião (doxa) que por natureza não era fundamentada, ou era ignorante ou alienado.
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Terça-feira, 20 Outubro 2009

O totalitarismo começa sempre com a liberdade que permite a supremacia da mentira na política

Este artigo no Jornal de Notícias coloca-nos perante a perplexidade da questão da relação entre o poder político (e a política em geral) e o jornalismo. Até que ponto o poder político tem o direito de impôr ao jornalismo aquilo que considera ser a sua “verdade”? Será que existe verdade em política a ponto de os políticos se considerarem no direito de a impôr aos jornalistas? Se tivermos em conta a possibilidade de que alguns políticos se agarrem ao poder para, numa fuga para a frente, evitarem o confronto com a justiça, até que ponto é que podemos considerar a existência da “verdade” em política?. Uma das características necessárias ao jornalismo é a objectividade na constatação da verdade de facto; um jornalista não deve constatar os factos e mentir sobre eles, porque neste caso estará a fazer política e não jornalismo.
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Quinta-feira, 18 Junho 2009

Karl Jaspers e a verdade

Filed under: filosofia,Religare — O. Braga @ 10:09 pm
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O filósofo é um pouco como o artista: tem fases. Karl Jaspers não foge à regra. Ao lermos as obras dele podemos verificar pequenas contradições ideológicas ao longo do tempo.

Embora existencialista, Karl Jaspers merece-me respeito porque é honesto ― “honesto” aqui entendido como demonstrando a capacidade de reconhecer o que é minimamente óbvio e racional. Para Karl Jaspers, a verdade é limitada pela transcendência inerente à existência; depois de Kierkegaard, Jaspers será o único existencialista que reconhece a transcendência no sentido metafísico clássico do termo. No texto que se segue, a letra a cor azul diz respeito à “lógica filosófica” de Karl Jaspers aplicado ao tema da Verdade.

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Quarta-feira, 4 Março 2009

Ciência e Verdade (1)

Interessante, este texto, no Hora Absurda. Porém, não queria deixar de me referir a este outro postal, no Apdeites, porque ambos os postais acabam por ter uma relação indirecta quando se enquadram na procura da definição daquilo que é a “Verdade”.

O que é a “Verdade”?
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