perspectivas

Sábado, 19 Janeiro 2019

Tomem nota: podemos muito bem mandar bugiar a “democracia europeísta”

Filed under: Europa — O. Braga @ 9:00 pm
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«Um homem honesto apaixona-se por uma mulher honesta; ele quer, por isso, casar-se com ela, ser o pai dos seus filhos, e ser a segurança da família.

Todos os sistemas de governo devem ser testados no sentido de se saber se ele pode conseguir este objectivo. Se um determinado sistema — seja feudal, servil, ou bárbaro — lhe dá, de facto, a possibilidade da sua porção de terra para que ele a possa trabalhar, então esse sistema transporta em si próprio a essência da liberdade e da justiça.

Se qualquer sistema — republicano, mercantil, ou eugenista — lhe dá um salário tão pequeno que ele não consiga o seu objectivo, então transporta consigo a essência de uma tirania eterna e vergonha».

— G. K. Chesterton, “Illustrated London News”, Março de 1911.

Se um determinado sistema político — por exemplo, corporativista, Salazarista, autocrata e nacionalista — dá a possibilidade de um homem honesto constituir família e ser pai dos filhos de uma mulher honesta; e, simultaneamente, deparamo-nos com a impossibilidade de um sistema dito “democrático” e “europeísta” conseguir esse objectivo para o comum dos cidadãos, então o primeiro sistema “transporta em si próprio a essência da liberdade e da justiça”.

É no sentido dado por G. K. Chesterton que concordo com a Raquel Varela, e só neste sentido: o melhor sistema político é o que melhor garante a continuidade da sociedade e a dignidade mínima devida ao cidadão.

Uma “democracia europeísta” que humilha os cidadãos pode ser muito mais tirânica e vergonhosa do que uma autocracia que se preocupa com a defesa da família e com a continuidade da sociedade.

Segunda-feira, 6 Fevereiro 2017

A democracia terá que ser repensada

Filed under: A vida custa — O. Braga @ 11:55 am
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Em minha opinião, só deveria votar quem pagasse impostos ao Estado (ou seja, em que o saldo fosse favorável ao Estado).

Se eu pago 100 ao Estado e recebo 200 do Estado, não deveria poder votar — porque quem mama nas tetas do Estado faz tudo o que for possível para que o Estado lhe dê ainda mais mama, votando sempre para que o Estado seja cada vez maior e se transforme em um leviatão.

Isto aplica-se a homens e mulheres, com excepção dos reformados que já ganharam o direito ex-cátedra ao voto.

Domingo, 29 Janeiro 2017

Donald Trump “tem que ser assassinado: é um político desonesto” (diz a esquerda)

Filed under: Esta gente vota — O. Braga @ 11:37 am
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O que é imperdoável, num político, é cumprir as promessas eleitorais. Essa é uma das razões por que os me®dia e a Esquerda andam atordoados com Donald Trump: ele é considerado desonesto e tem que ser assassinado.

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Domingo, 31 Julho 2016

A inversão democrática da relação entre a Autoridade e o Poder

Filed under: A vida custa — O. Braga @ 1:22 pm
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“Cum potestas in populo auctoritas in senatus ist” → Cícero.

(“O poder está no povo, e a autoridade está no senado”).

Isto era no tempo dos romanos. Hoje é o contrário: o poder está no senado e a autoridade está no povo. Mas como o povo está dividido, a Autoridade é difusa e quase extinta.

Sábado, 9 Julho 2016

A sinificação e a revolução sexual andam de mãos dadas

 

“Dentro de 20 anos, em 2035, 24,1% da força de trabalho em Portugal será considerada “velha”, alerta um novo estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado sexta-feira, dia 8 de Julho. O valor representa uma subida explosiva. Actualmente, essa proporção ronda já os 14,9%. Em Espanha, Itália e Grécia irá mais do que duplicar.”

FMI. Dentro de 20 anos, 24% dos trabalhadores serão velhos


Se, segundo o FMI, o envelhecimento da população de um país tem como consequência uma diminuição da produtividade (a tese da “regressão económica”), então ¿por que razão os mais ricos do mundo promovem activamente o envelhecimento das populações das nações?

“Population control groups are taking advantage of a leadership transition period in Tanzania, and are intensifying their activities in the country. Their mission is a frightening one: reducing the number of poor people in order to reduce poverty. This outrageous and backwards strategy is awkwardly promoted under the false name of women’s empowerment and choice, the preferred choices being abortion, contraception, and sterilization”.

Eliminating the poor is not a solution to poverty


Conforme constatou a alemã Gabriele Kuby, o ataque à demografia é promovido pelos mais ricos do mundo (Bill Gates, Rothschild, Rockefeller, George Soros, etc.) que controlam a ONU e os me®dia.

“These attacks on the foundations of a healthy, viable society create masses of uprooted people who are easily manipulated. It is not only the strategy of the UN and EU, but of a network of UN-agencies like WHO and UNICEF, global NGOs like IPPF and ILGA, global corporations like Apple, Microsoft, Google, Facebook, billionaire foundations like Rockefeller and Gates, supported by the mainstream media”.

How a rolling sexual revolution is crushing freedom

sinificaçãoSendo verdadeira a tese da “regressão económica”, do FMI, ¿por que razão as elites mundiais tudo fazem para promover essa regressão económica? Dá-nos a sensação de que os mais ricos do mundo tudo fazem para promover uma regressão económica a nível global — o que pareceria ser uma contradição.

A verdade aponta para um facto: as elites mundiais defendem uma regressão económica global que sacrifique a demografia. Partem de dois princípios fundamentais:

  1. a factura a pagar pela regressão económica, devido à crise demográfica, será sempre paga pelas populações locais, e os interesses futuros da elites globalistas serão sempre salvaguardados;
  2. a regressão económica colocará em crise a democracia representativa, e as elites estabelecerão acordos políticos com as ditaduras locais ou regionais, maioritariamente marxistas.

Analisemos este segundo ponto: ¿por que razão “as elites estabelecerão acordos políticos com as ditaduras locais ou regionais, maioritariamente marxistas”? Porque os totalitarismos são a forma mais eficaz de garantir lucro fácil, e os globalistas contam com o apoio das classes políticas locais que, em nome de um ideal igualitarista para consumo interno, promovam uma qualquer ditadura nacional ou regional.

Vejam o exemplo da China: ergue-se lá uma nova classe de super-ricos chineses que coabitam com um regime totalitário: chama-se a isso “sinificação”. Ao mesmo tempo que a restrição da expansão demográfica segue o seu curso, a democracia é negada por uma classe política dominante e controladora, ao mesmo tempo que se forma uma elite super-rica.


A sinificação é a forma que o fascismo tomou no século XXI. A sinificação é a aliança entre a Esquerda (marxista) global e internacionalista, e os mais ricos do mundo.

Quinta-feira, 7 Julho 2016

O sofisma de Pedro Arroja sobre a democracia

Filed under: A vida custa — O. Braga @ 7:47 pm
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O Pedro Arroja diz que os portugueses não se conciliam com a democracia, e que no Canadá é que é bom porque lá existe democracia:

“Não que nos faltem grandiosas declarações de apego à democracia. Mas, depois, os actos, sobretudo por parte daqueles que fazem as grandiosas declarações, não correspondem ao espírito ou cultura democrática. A diferença está nos detalhes e é uma miríade de detalhes que postos em conjunto produzem este resultado. A cultura dos portugueses é uma cultura monárquica, de soberanos e súbditos.”

O que se passa hoje com Hillary Clinton a fugir dos pingos da chuva da Justiça americana, ¿é democracia? E o Canadá do actual primeiro-ministro canadiano ¿é democracia?

A democracia está em crise em todo o mundo — e não só em Portugal. Se o Pedro Arroja fosse buscar o exemplo democrático da Suíça, já concordaria eu com ele; mas o exemplo do actual Canadá, não lembra ao diabo.

Ademais, o Pedro Arroja estabelece uma falsa dicotomia entre democracia, por um lado, e monarquia, por outro lado — como se uma grande parte das democracias não fossem monarquias (Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Noruega, Bélgica, Holanda, Espanha, etc., e o próprio Canadá foi, até há pouco tempo, um território sujeito à monarquia britânica).

Terça-feira, 5 Julho 2016

O liberal Henrique Raposo é contra os referendos

 

“Se a democracia directa é veneno, um referendo à Brexit é 605 forte, ideal para suicídios. E “suicídio” é mesmo a palavra certa. Para começar, é o suicídio da própria ideia de democracia. Impressiona ver como ninguém contesta um referendo que colocou 17 milhões contra 16 milhões, impressiona ver como a maioria das pessoas encara um decisão política como se estivéssemos perante um jogo de futebol, como se ganhar por um fosse suficiente para uma decisão desta magnitude, no fundo, impressiona ver a derrota silenciosa da democracia constitucional, representativa e liberal perante a barbárie da democracia directa. Isto não é democracia. Um referendo não é democracia.

Um referendo, sobretudo um referendo que aborda questões dramáticas como a secessão de uma confederação de estados, não é a democracia que desenvolvemos no Ocidente”.

Henrique Raposo

Muitas vezes fico espantado com os “liberais” que temos. Vejam como o Henrique Raposo confunde Democracia Directa, por um lado, com Democracia Participativa, por outro lado. Hoje, ser liberal é não confiar no povo; e se não confiam no povo, melhor seria que os liberais fossem coerentes e assumissem o absolutismo político.

Segundo o raciocínio do Henrique Raposo, o referendo do Brexit foi mau porque “colocou 17 milhões contra 16 milhões”; a) chegamos à conclusão de que a maldade do referendo está no seu resultado, e não no referendo em si mesmo: se o resultado do referendo fosse de 32 milhões contra 1 milhão, o Henrique Raposo já não teria problemas com o referendo do Brexit; b) mas, simultaneamente, o Henrique Raposo utiliza o resultado do referendo para criticar todos os referendos, entendidos em si mesmos.

Ficam algumas perguntas: ¿por que razão “o referendo não é democracia”? ¿O que é “a democracia que desenvolvemos no Ocidente”? O Henrique Raposo não dá respostas; a visão que ele tem da democracia é dogmática.

A teoria do Contrato Social foi inventada no século XVII (Hobbes, Locke) e no século XVIII (Rousseau). Não sei se o Henrique Raposo (e os liberais) se deu conta de que, há trezentos anos, não havia nem Internet nem globalização. Quem se atém religiosamente à doutrina clássica do Contrato Social não se actualizou: o mundo mudou, mas parece que continuamos a viver no século XVIII. O Contrato Social foi criado basicamente por três razões:

1/ combater a arbitrariedade do Poder;
2/ afirmar a ordem social como resultado de uma convenção (contra Aristóteles);
3/ combater o direito divino dos reis.

Hoje, em vez de combater “o direito divino dos reis”, o Contrato Social serve para combater o “direito divino da classe política”. E em tudo, os três pontos supracitados mantêm-se válidos: o que mudou são os meios e instrumentos da sua aplicação.

Sexta-feira, 24 Junho 2016

É isto que os defensores da União Europeia defendem

 

Dizem eles que o controlo de fronteiras é sinónimo de “xenofobia”; então, segue-se que a defesa do Estado-Nação é uma manifestação de xenofobia. E como sem Estado-Nação não há democracia, a xenofobia só pode ser eliminada através de um Estado totalitário.

Sábado, 28 Maio 2016

Quando a democracia assusta, então é “populismo”

Filed under: Política — O. Braga @ 6:34 pm
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“Populismo é o nome que os democratas usam quando a democracia os assusta” — Nicolás Gómez Dávila.


Face à ascensão de Donald Trump nas sondagens, um jornalista de um jornal conservador americano defende publicamente a ideia segundo a qual o voto deve ser restrito a uma “elite esclarecida”. Sublinho: “conservador”.

É este um dos problemas da democracia.

pendulum-loop3Um outro problema da democracia, é o de que quem saca prebendas do Estado e não paga impostos, vota sempre no sentido de manter o seu estilo de vida parasita. E por isso há quem defenda que só deve votar quem paga impostos ao Estado. Eu vou mais por esta ideia.

¿Por que razão o Donald Trump é popular nos Estados Unidos?

Porque os americanos sofreram dois mandatos desastrosos de Obama. Quando há excessos, na Natureza, esses excessos são compensados com excessos em sentido contrário, até que se estabeleça um equilíbrio natural. Donald Trump é o “excesso” que sucede ao “excesso Obama” — o que é natural e democrático.

O que pode surpreender é que ninguém apelou a um voto selectivo quando Obama concorreu às eleições; a democracia desvirtuou-se de tal forma, que qualquer manifestação de oposição a uma determinada corrente política é considerada “populismo”.

Se 99,99 % da população votasse em Hillary Clinton, a Esquerda (e os CU-servadores) consideraria isso como “democrático”; mas se 51% votar em Trump, já é “populismo”.

Domingo, 17 Abril 2016

O que existe hoje não é democracia

Filed under: Política — O. Braga @ 8:02 pm
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“Não creio no sufrágio universal, porque o voto individual não tem em conta a diferenciação humana. Não creio na igualdade, mas na hierarquia. Os homens, na minha opinião, devem ser iguais perante a lei, mas considero perigoso atribuir a todos os mesmos direitos políticos.”

António de Oliveira Salazar, entrevista ao jornal «Le Figaro», Setembro de 1958.

O problema desta proposição de Salazar é o seguinte: ¿quem deve governar? Esta pergunta foi feita por Platão. ¿Quem estabelece o critério da desigualdade dos direitos políticos?

A democracia tem a vantagem de as mudanças políticas se operarem sem derramamento de sangue. Por outro lado, a igualdade natural não significa que as pessoas sejam idênticas, ou seja, a igualdade natural (Direito Natural) não é impedimento da hierarquia.

Não devemos confundir democracia com o que existe hoje. Vejamos o que escreve o reaccionário Alain de Benoist:

“A democracia mudou. Foi no início um meio para o povo participar na vida pública elegendo representantes. Em vez disso, a democracia tornou-se em um meio para que os representantes adquirissem legitimidade popular para o exercício do Poder. O povo já não governa através de representantes: são os representantes que se governam a si própios. ¿Quem representa o quê? A noção de ‘representação’ está em crise”.

Alain de Benoist, The Problem of Democracy

Sábado, 19 Março 2016

A actual ameaça à democracia

Filed under: Política — O. Braga @ 10:42 am
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Em um verbete anterior falamos da diferença entre autonomia do indivíduo, por um lado, e individualismo ou colectivismo, por outro lado.

O princípio da autonomia aplica-se à pessoa enquanto sujeito histórico, com um passado herdado e que vive no presente, e que se baseia no pressuposto de que a realidade é independente da consciência que observa (realismo). Decorre do realismo (que também se utiliza na ciência) do princípio da autonomia, que existem proposições ou mundividências que se aproximam mais a verdade do que outras. Existe não só uma hierarquia de valores éticos, como também uma hierarquia de interpretação dos factos (hierarquia da verdade) que separa as diferentes mundividências que se aproximam mais ou menos da verdade.

O individualismo (direita) ou/e o colectivismo (esquerda) partem do princípio de que a realidade é uma construção cultural e/ou social — ou seja, não existe um realidade objectiva independente da consciência que observa. Neste sentido, não existe qualquer “aproximação à verdade objectiva”, uma vez que a verdade é subjectiva. Grosso modo: cada um tem a sua verdade que vale tanto como a de outra pessoa qualquer — a hierarquia de valores é negada em nome da construção cultural e social dos conceitos que regem a sociedade.

Para o realismo (do princípio de autonomia), existe uma diferença entre factos, por um lado, e interpretação de factos, por outro lado. Para o individualismo e/ou colectivismo, essa diferença ou não existe, ou é precária; os factos são apenas matéria de opinião.

Em uma sociedade em que a maioria da “elite intelectual” (a ruling class) pensa que a realidade é uma construção social, não é possível a democracia: a única realidade que faz sentido é a realidade da força bruta do Estado — seja para “libertar” o indivíduo (libertarismo de direita), seja para impôr um colectivismo (esquerda).

A partir do momento em que a realidade (objectiva) não existe independentemente da minha consciência que observa; que os factos são resultado da minha interpretação; e que a minha verdade é independente de uma verdade exterior a mim — então segue-se que qualquer forma de imposição (incluindo o uso da violência) da minha mundividência aos outros passa ser legitimada.

Quinta-feira, 11 Fevereiro 2016

Não concordo com Bagão Félix acerca dos mecanismos referendários na democracia

 

“Populismo é o termo usado pelos democratas quando a democracia os assusta” (Nicolás Gómez Dávila). A pesporrência e a arrogância dos “donos da democracia”, instalados nas cadeiras dos me®dia da capital-do-império-que-já-não-existe, revela um medo em relação à democracia; e por isso inventaram um sistema em que a vontade popular é diferida e interpretada discricionariamente pela classe política e pela rulling class segundo o modelo da "Vontade Geral" de Rousseau.

A limitação (ou negação) dos mecanismos de democracia participativa retira a legitimidade da democracia representativa.

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