perspectivas

Terça-feira, 28 Junho 2022

Temos muito trabalho de “limpeza” pela frente

Filed under: família,José Pacheco Pereira — O. Braga @ 4:19 pm

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Este tipo de gente tem que ser erradicado da nossa cultura.

(Fonte: Ler em ficheiro PDF, “Tirada Algo Infeliz”, artigo de Narciso Mendes no Diário do Minho de 04/04/2022)

Sexta-feira, 26 Abril 2024

A Helena Damião utiliza Kant para negar Kant

Filed under: educação,Esquerda,Hannah Arendt,Helena Damião,Kant,Rerum Natura — O. Braga @ 7:04 pm
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Dois dos paradoxos do Pós-modernismo são a legitimação racional da Contradição (Estimulação Contraditória e Compartimentação), por um lado, e a redução de toda a realidade a “construções sociais”, por outro lado.

Dou um exemplo: em Espanha, um vasto grupo de jornalistas, afectos ao Partido Socialista espanhol, publica um manifesto contra a liberdade de imprensa… mas, alegadamente, em nome da defesa liberdade de imprensa! É a legitimação racional da Contradição (Estimulação Contraditória e Compartimentação) como estratégia política.

Outro exemplo da cultura pós-modernista é o da Helena Damião, que defende aqui, alegadamente, o conceito de Liberdade e de Educação, segundo Kant, mas ocultando dos leitores a importância do indivíduo na filosofia de Kant, por um lado, e a importância da disciplina no conceito de Educação de Kant, por outro lado.

Para Kant, a disciplina é a parte negativa da educação ; e a instrução é a parte positiva da Educação.

“Um governo que fosse fundado sobre o princípio da benevolência para com o povo, tal como a do pai para com os filhos, quer dizer, uma governo paternal (imperium paternale), no qual, por consequência, os súbditos, quais filhos menores, incapazes de decidir do que para eles é verdadeiramente útil ou prejudicial, são obrigados a comporta-se de maneira unicamente passiva, a fim de esperar apenas do juízo do Chefe de Estado o modo como devem ser felizes, e apenas da sua bondade que ele igualmente o queira — um tal governo, digo, é o maior despotismo que se pode conceber ”.

→ Kant, “Teoria e Prática”, 1793, II, p. 31


Ora, o socialismo (a Esquerda em geral) que a Helena Damião defende é a antítese do conceito de “liberdade” e de “educação” defendida por Kant. Para a Esquerda, a escola pública deve “educar” as crianças, substituindo-se aos pais. Ora, é este tipo de escola pública que a Helena Damião chama de “instituição maravilhosa”.


A partir de Rousseau, “a educação transformou-se num instrumento da política, e a própria actividade política foi concebida como uma forma de educação”.

→ Hannah Arendt, “Entre o Passado e o Futuro”, 2006, pág. 186).

“Porque a criança tem necessidade de ser protegida contra o mundo, o seu lugar tradicional é no seio da família.”

(idem, pág. 196)

(…)

“A própria responsabilidade alargada pelo mundo que a educação assume, implica, como é óbvio, uma atitude conservadora.”

(ibidem, pág. 202)


Chegou o momento de substituir o conceito de Ministério da Educação pelo de Ministério da Instrução, como aconteceu na Primeira República (Leonardo Coimbra foi ministro da Instrução).

A educação é competência dos pais e/ou família; a instrução é competência da escola pública — sendo que “escola pública” não tem que ser necessariamente “escola estatal”: as escolas privadas também são públicas.

Quinta-feira, 25 Abril 2024

A arte é metafísica

Filed under: arte,filosofia,metafísica — O. Braga @ 1:18 pm

A professora Helena Serrão transcreve um texto de Aires de Almeida, através do qual se defende a ideia (de Bell) de que uma cópia / réplica de uma obra de arte também é uma obra de arte.


Eu defendo a ideia de que uma réplica de uma obra de arte não passa disso mesmo: uma réplica. Não é propriamente uma obra de arte, mas antes tem uma estrutura diferente da obra de arte propriamente dita. Podemos dizer, no limite e com muita condescendência, que “uma réplica é arte”; mas não podemos dizer que “uma réplica é uma obra de arte”.

Invoquemos a regra de Leibniz da “identitas indescernibilium” (a identidade do indistinguível). Segundo esta regra, as unidades que não se distinguem, em nenhuma característica, devem ser consideradas completamente iguais, ou seja, idênticas. E esta identidade é não só material, mas também metafísica. Ora, esta comunhão identitária não existe entre uma obra de arte e a sua réplica.

Vamos dar o exemplo do mito do Navio de Teseu. Depois de Teseu matar o Minotauro, os cidadãos de Atenas guardaram o seu navio no porto de Atenas, onde era alvo de romarias populares, e onde foi conservado com primor. Quando uma peça do casco apodrecia, a elite ateniense substituí-a por outra. E, à medida que as peças apodrecidas do casco iam sendo substituídas, o povo não duvidou que o navio continuava a ser o Navio de Teseu.

Depois de todas as peças de madeira do navio terem sido substituídas, os filósofos de Atenas questionaram-se sobre se o navio que se encontrava no porto não seria já um navio diferente do original Navio de Teseu. Estamos aqui perante a metáfora da obra de arte e da sua réplica. O Navio de Teseu foi duplicado a nível da dimensão do espaço, mantendo-se inalterado a nível do tempo. Ora, a regra da identitas indescernibilium aplica-se tanto na dimensão do espaço como na dimensão do tempo — daí podermos dizer, com propriedade, que aquele navio no porto de Atenas já não era o Navio de Teseu.

A identidade de uma obra de arte existe (também) em uma dimensão metafísica, porque a sua génese existe em uma dimensão não-física e intemporal, manifestando-se contudo na dimensão do espaço-tempo.

Se considerarmos uma obra de Picasso, por exemplo, como uma espécie particular de sistema quântico, então poderíamos dizer que dois quadros de Picasso, que estivessem no mesmo estado quântico, seriam exactamente o mesmo quadro (identitas indescernibilium). Ora, o vector de estado quântico do Navio de Teseu e o da sua réplica não era o mesmo — e por isso é possível distingui-los.

Uma réplica de uma obra de arte não é obra de arte: é uma réplica porque tem um vector de estado quântico totalmente diferente. Uma réplica apenas reflecte o valor da obra de arte, assim como a Lua reflecte a luz do Sol.

O Celinho sefardita está a ficar xexé

Filed under: Marcelo Rebelo de Sousa — O. Braga @ 11:19 am

montenegro rural

“O presidente da República diz que o primeiro-ministro Luís Montenegro tem "comportamentos rurais". Num jantar com jornalistas estrangeiros, Marcelo Rebelo de Sousa comparou o actual primeiro-ministro com António Costa. Diz que, por ser oriental, António Costa é mais lento. O presidente confessa que não encontra qualquer ofensa nestas declarações.”

O Celinho safardana está a ficar xexé

Há coisas que que um presidente da república pode pensar mas não deve dizer publicamente — mesmo que sejam verdades. Chegou o momento de o Celinho sefardita escrever as suas memórias, com todas as verdades que lhe aprouver publicar.

Domingo, 21 Abril 2024

O progresso politicamente correcto no Reino Unido

progresso cannabis web

“Vem aí a primeira geração livre de fumo: venda de tabaco e vaporizadores a quem nasceu depois de 1 de Janeiro de 2009 — actualmente com 15 anos — vai passar a ser crime no Reino Unido a partir de Abril do próximo ano.”

Quem nasceu depois de 2009 nunca mais poderá comprar tabaco no Reino Unido


Quem nasceu depois de 2009 nunca mais poderá comprar tabaco no Reino Unido, mas poderá cortar a pila (se for YX) ou extrair os ovários ou abortar à fartazana sem conhecimento dos pais (se for XX).

E mais: não poderá comprar tabaco, mas poderá comprar legalmente Cannabis.

É o progresso.

Sábado, 20 Abril 2024

O comunista galopim do carvalho diz que o povo português é burro

Filed under: Galopim de Carvalho,Rerum Natura — O. Braga @ 9:41 pm

O galopim do carvalho, que defende a ideia segundo a qual a vida (célula) surgiu espontaneamente das pedras e da lama, queixa-se do sistema educativo português.

Diz, o galopim, que o povo português é inculto porque não acredita que a vida celular surgiu das pedras e da lama.

Foram as pedras e os fósseis, que muitas delas trazem dentro, que nos deram a conhecer a origem e a evolução da Terra e da Vida, ao longo de centenas de milhões de anos (Ma). Foi nesta evolução que matéria inerte, como são os átomos de oxigénio, hidrogénio, carbono, azoto e outros como fósforo e enxofre, em muito menores percentagens, se combinou a ponto de gerar a vida e, através do cérebro humano, adquirir capacidade de pensar.”

galopim do carvalho


O galopim faz parte deste novo puritanismo que, tal como os gnósticos da Antiguidade Tardia e como os puritanos do século XVII, se julga acima do comum dos mortais. É também este excepcionalismo neognóstico que transforma o Rerum Natura em um antro de comunistas, os auto-denominados “donos da liberdade” de acreditar que a vida celular surgiu das pedras e da lama depois de uma chuvada.

A classe política idealizada pelo galopim, como sendo perfeita, é a preconizada pelo Partido Comunista — aqui, na Coreia do Norte, na China ou em Cuba. O galopim fala em “cultura civilizacional”, e lembro uma frase de G. K. Chesterton:

“Some of the most civilized and highly organized cultures, like Carthage at its wealthiest, had human sacrifice at its worst. Culture, like science, is no protection against demons.”

A cultura e a ciência das pedras (a ciência do galopim), não nos protegem dos demónios.

Segundo o galopim, não é o Partido Comunista que tenta destruir a democracia; segundo a estupidez doutoral de quem defende que a célula vital surgiu das pedras, o perigo para a democracia vem do CHEGA.

A amálgama de um filho-de-puta

Filed under: educação,ideologia de género — O. Braga @ 6:57 pm

Temos aqui um filho-de-puta que defende a ideia segundo a qual o progresso é uma lei da Natureza. Basta uma plêiade de selvagens civilizados da índole dele para deitar o progresso pela pia abaixo.

O texto é iníquo. Compromete todos os professores, sem excepção, com uma determinada visão da sociedade; ou seja, com uma determinada visão ideológica da sociedade. E quem não concorde, é “estúpido e intolerante”. E tudo isto em nome do “progresso”.

Quando nós vemos, e verificamos, por exemplo, que na Alemanha saiu uma nova lei que permite que crianças com menos de 14 anos mudem de sexo uma vez por ano — vem este filho-de-puta dizer que não existe Ideologia de Género nas escolas da União Europeia e de Portugal.

Quando os tribunais do Canadá exigem que todos os intervenientes de julgamentos (incluindo os réus) se identifiquem previamente com os seus “pronomes” — vem este filho de um cabrão dizer que “a Ideologia de Género é a tua tia”.

Depois, a amálgama destes filhos-de-puta é sempre feita invocando as excepções à regra: transformam, por passe de mágica, as excepções em regra, ignorando a noção de juízo universal, desvalorizando as consequências nefastas da Ideologia de Género (que, dizem eles, não existe), e dizendo que o mais importante é o caso isolado e raríssimo daquele aluno choroso que tem uma tetravó moribunda.

O canalha que dá pelo nome de Rui Correia não é propriamente uma caricatura de Groucho Marx, que perguntava:

“¿Acreditas no que os teus olhos mentirosos vêem, ou naquilo que eu te digo?!”

O palhaço é sempre uma caricatura dele próprio.

Morreu o segundo dos quatro cavaleiros do apocalipse

Filed under: A vida custa — O. Braga @ 4:27 pm
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Depois de Christopher Hitchens, morreu ontem Daniel Dennett. Para que a obra de Deus fique completa, neste particular, falta que “batam a bota” Richard Dawkins e Sam Harris.

Que a terra lhe pese como chumbo.

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Sexta-feira, 19 Abril 2024

Wittgenstein é um caso Wittgensteiniano

Filed under: ética,filosofia — O. Braga @ 4:56 pm
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No seu último livro (“A Vida do Espírito”, publicado postumamente e inacabado), Hannah Arendt refere-se a Kant e à “Crítica da Faculdade de Julgar”, em que se defende que o ser humano, de uma forma intersubjectiva, procura a verdade: a partir da “Analítica do Belo”, Arendt define uma faculdade subjectiva que discerne o bem do mal, da mesma forma que o juízo estético distingue o belo do feio.

Porém, Kant defendia uma abertura de espírito, por forma a acomodar concepções alógenas de “Belo” e de “Bom”. Mas, conforme Arendt, isso não é sempre possível quando existe um conflito com os valores civilizacionais.

Mutatis mutandis: haverá sempre alguém que gosta do cheiro a merda — isto é “inevitável”, acontecerá sempre (Mateus 18, 7) —, o que não significa que uma minoria merdosa ganhe legitimidade e Poder para ditar o Gosto intersubjectivo e o conceito vigente de Belo e de Bom (que é o que acontece actualmente com uma minoria merdosa).


“Reduzir a filosofia à análise linguística equivale a supôr que só há pensamento alienígena.”

Nicolás Gómez Dávila


Wittgenstein estudou engenharia; e depois aprendeu filosofia com Bertrand Russell que nunca lhe dedicou uma linha nos seus escritos. Bertrand Russell ignorou completamente Wittgenstein.

A única obra publicada por Wittgenstein (em vida) foi o Tractatus Logico-philosophicus que é uma espécie de livro de aforismos altamente subjectivos, e que supostamente apresenta uma reflexão analítica da linguagem e as condições de representação do mundo através da linguagem.

Ou seja: o Tractatus Logico-philosophicus é um livrinho de defesa do positivismo puro e duro, que reduz a “verdade” ao “verificável”.

¿O que é, para Wittgenstein, uma proposição dotada de sentido? É uma proposição passível de ser verificada (ver verificação).

A velha “lógica” positivista (a tal “lógica que evolui”) é a seguinte: o critério da significação — ou seja, o critério da razão, ou o critério daquilo que pode ser considerado ‘racional’ — é a verificação. Tudo o que não é verificável não tem significado, ou seja, não é racional.

Isto é um nominalismo radical.

Porém, esta proposição — “o critério da significação é a verificação” — não é, ela própria, verificável. O engenheiro Wittgenstein não se deu conta da sua própria contradição.

A viragem de 180 graus: Wittgenstein é um caso Wittgensteiniano

Na última fase da sua vida, Wittgenstein mudou de tom: abandonou o nominalismo radical (atomismo lógico), e avança com a noção de “jogo de linguagem”, referida aqui pela professora Helena Serrão com o significado de “semelhança de família”.

No contexto de “jogo de linguagem”, a linguagem passa a ser (para Wittgenstein) uma espécie de caixa de ferramentas, com muitos instrumentos com muitíssimas funções, fazendo com que (alegadamente) não exista uma maneira correcta e outras incorrectas de os utilizar — se Wittgenstein vivesse hoje em Portugal, seria um acérrimo defensor do Acordo Ortográfico “à la carte”.

Por outras palavras: segundo Wittgenstein, não há regras na linguagem significante: não existe (alegadamente) uma essência da significação. Nesta última fase da sua vida, Wittgenstein já não concebe a linguagem do ponto de vista cognitivo, mas antes do ponto de vista da comunicação, variada e variável.

Em função da comunicação, toda a linguagem passa a ser legítima, mesmo que não signifique nada de preciso (por exemplo: “A isto, e a coisas parecidas, chama-se ‘jogo’” — isto é um “positivismo ao contrário”, um subjectivismo exacerbado que continua, porém, a negar a existência das categorias universais (realismo).

As “semelhanças de família”, segundo Wittgenstein, não são categorias (científicas) que tentam classificar a realidade (realismo): são impressões subjectivas, que não têm que ser necessariamente intersubjectivas. E a linguagem científica não é (para ele, esta fase) mais do que um jogo de linguagem, entre outros jogos.

Agora percebemos por que razão Bertrand Russell ignorou Wittgenstein.

Eugénio Lisboa não respeita a métrica poética

Filed under: poesia — O. Braga @ 1:47 pm
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Alguém, por favor, que informe postumamente o Eugénio Lisboa que os sonetos têm métrica.

Obrigado.

Para o Mário Machado, não há metáfora que o valha: não é imigrante!

Filed under: Justiça — O. Braga @ 1:22 pm
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Quando o preto Mamadou Ba afirmou, nas redes sociais, que “devemos matar o homem branco”, o sistema de justiça português ficou quedo e calado — alegadamente porque o referido preto proferiu aquelas palavras “metaforicamente”.

mario machado expresso web

Quando o Mário Machado escreveu no TwitterX que as meninas da Esquerda radical “deveriam ser violadas pelos imigrantes indostânicos de que elas tanto gostam”, não só a mensagem dele foi retirada do seu contexto irónico (pelos jornaleiros dos me®dia e pelo Ministério Público), como também a metáfora não foi sequer equacionada como possível, pelo sistema de Justiça português.

A metáfora só é válida quando se aplica à mensagem da Esquerda radical. E dos imigrantes.

Quarta-feira, 17 Abril 2024

A pseudo-informação e sub-informação dos jornaleiros portugueses

Filed under: Esquerda,esquerdalho,esquerdopatia,extrema-esquerda,me®dia,merdia — O. Braga @ 6:26 pm

Aconselho a leitura deste artigo acerca da censura exercida em Portugal pelos “jornalistas”, com o apoio dos donos dos jornais — por exemplo, a censura do jornal Público apoiada por Cláudia Azevedo que é proprietária do jornal.

O mesmo se passa com o Pinto Balsemão que é dono do grupo Impresa que detém a televisão SIC, o semanário Expresso e outros me®dia.

Os proprietários de jornais, em Portugal, são coniventes com os jornaleiros de extrema-esquerda.

O pior, porém, passa-se na RTP — que é um canal de televisão do Estado, pago por todos os portugueses. A RTP é uma coutada da aliança entre os dois partidos rotativistas (Partido Socialista + PSD) e a extrema-esquerda. Eu estou absolutamente convencido de que se o CHEGA tiver um dia a maioria absoluta no parlamento, a RTP não muda um milímetro — porque o Poder da maçonaria é descomunal.

A essência do actual sistema político, controlado pela Esquerda (Partido Socialista, PSD) e extrema-esquerda (Bloco de Esquerda, Livre, Partido Comunista), é a pseudo-informação (propaganda ideológica através dos me®dia) e a sub-informação (censura mitigada — censura parcial — dos factos).

No caso da recente reunião em Bruxelas de nacionalistas e conservadores, de que nos fala o referido artigo, os jornaleiros portugueses (com a bênção dos capitalistas donos dos jornais) exerceram a sub-informação misturada com pseudo-informação.

Não fosse Portugal pertencer à União Europeia, já estaríamos numa ditadura esquerdista.

Terça-feira, 16 Abril 2024

A visão positivista e compartimentada do ser humano

Filed under: Helena Serrão,Moral,religião,religiões políticas — O. Braga @ 2:46 pm

porco com oculos webDe quando em vez, a professora Helena Serrão transcreve bacoradas, quando, por exemplo, se pretende separar a norma ética e a norma jurídica, por um lado, e a norma de origem religiosa, por outro lado.

Ser-se “normativo” é, por definição, privilegiar valores, ou mesmo procurar impôr valores; e só uma comunidade de valores (qualquer tipo de religião) pode fundar a adesão a um juízo normativo.

Naturalmente que depende do que entendamos por “religião”. Por exemplo, o marxismo e/ou o cientismo são “religiões políticas” (Eric Voegelin).


“Quando Deus é mantido invisível, para além do mundo, os conteúdos do mundo tornam-se nos novos deuses; quando os símbolos da religiosidade transcendente são banidos, novos símbolos desenvolvem-se a partir da linguagem intra-mundana da ciência para lhes tomar o lugar”.

→ Eric Voegelin, Modernity without Restraint (CW5): Political Religions; The New Science of Politics; and Science, Politics and Gnosticism


«De um certo ponto de vista, quase poderia dizer-se que, entre aqueles modernos que se proclamam a-religiosos, a religião e a mitologia estão “ocultas” nas trevas do seu inconsciente — o que quer dizer também que as possibilidades de reintegrar uma experiência religiosa jazem, em tais seres, muito profundamente neles próprios.

Ou, numa perspectiva cristã, poderia dizer-se igualmente que a não-religião equivale a uma nova “queda” do homem: o homem a-religioso teria perdido a capacidade de viver conscientemente a religião e, portanto, de a compreender e assumir; mas, no mais profundo do seu ser, ele guarda ainda a recordação dela, tal como, depois da primeira “queda”, e bem que espiritualmente cego, o seu antepassado, o Homem primordial, tinha conservado suficiente inteligência para lhe permitir reencontrar os traços de Deus visíveis no mundo.

Depois da primeira “queda”, a religiosidade caiu ao nível da consciência dilacerada; depois da segunda, caiu ainda mais profundamente, no mais fundo do inconsciente: foi “esquecida”. »

→ Mircea Eliade, “O Sagrado e O Profano — A Essência das Religiões”, Lisboa, 2006, página 219.


A separação (como acontece no referido texto) da Natureza Humana em estruturas independentes entre si tem origem positivista. Só um burro não vê isso.

A partir do momento em que a doutrina positivista se encontra na base de uma discussão ideológica ― seja esta qual for ― é impossível raciocinar de outro modo senão obedecendo aos paradigmas do dogma (positivista), assim como a um programa de computador é impossível fazer outra coisa senão o que foi definido pela base do código do simbolismo da programação do software. O dogma positivista é o software da nossa cultura (contemporânea).

Sobre este assunto, recomendo a leitura de dois livros de Mircea Eliade: “O Sagrado e O Profano — A Essência das Religiões”, Lisboa, 2006; e “Aspectos do Mito”, Lisboa, 1986.

Se possível ler, recomendo o livro em língua inglesa “The New Science of Politics (An Introduction)”, de Eric Voegelin.

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