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Terça-feira, 9 Maio 2023

“Racionalidade” não é a mesma coisa que “racionalismo”

Filed under: filosofia,Kant — O. Braga @ 5:17 am
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O que é racional (racionalidade) é fundamentado na Razão, em conformidade com as suas exigências e os seus princípios — sendo que “razão” é a faculdade de conhecer, de julgar (juízo), e a faculdade de combinar juízos.

karl popper webA Razão — a racionalidade — inclui nela o cepticismo em relação à própria capacidade humana de julgar bem, em oposição a um certo racionalismo monista e imanente (Hegel) que afirma o carácter racional da realidade no sentido da História (um absurdo!), e que o pensamento racional é capaz de atingir a verdade absoluta (outro absurdo!), porque (alegadamente, diz ele) as próprias leis do pensamento racional são também as leis dos objectos do próprio conhecimento (e este é o maior absurdo de Hegel);

Ou de um outro tipo de racionalismo cientificista que atribui à razão humana a capacidade de conhecer a Verdade (por exemplo, os positivistas, o Carlos Fiolhais e o cientismo moderno).

Existe outro tipo de racionalismo, mais aceitável racionalmente (Platão, Descartes, Leibniz), que entende a Razão como um meio de conhecimento seguro e independente da experiência sensível, em oposição ao empirismo. A minha divergência com este grupo de filósofos é a de que o conhecimento pode ser independente da experiência sensível (como é óbvio), mas não é garantidamente seguro; não temos qualquer tipo de garantia racional de que esse conhecimento adquirido seja seguro.

Eu “alinho” com Kant — e por isso é que alguns católicos e muitos evangélicos que lêem este blogue, não gostam do que escrevo. Lêem, mas calam; e às vezes há sinais de desagrado, que são injustificados. A corrente filosófica de Kant é conhecida como “Criticismo”. Um bom exemplo de um discípulo de Kant é Karl Popper.

Muitos desses católicos e evangélicos, que visitam este blogue, pensam que o cepticismo em relação ao conhecimento da Realidade é sinónimo de cepticismo em relação a Deus. Pensam de forma absurda, irracional. Confundem (quiçá sem o saberem) Kant com Espinosa: este último, sim, privilegia a razão como princípio de explicação do universo, e em oposição à metafísica, não se dando conta de que qualquer negação de uma determinada metafísica é. em si mesma, uma outra metafísica.

Kant reconheceu a interdependência entre a Razão e a Sensibilidade, atribuindo à Razão o poder de fundamentar o conhecimento, mas divergindo dos outros filósofos citados porque admite que as formas a priori de todo o conhecimento limitam à partida as possibilidades da Razão. É nesta linha kantiana que Karl Popper desenvolveu a sua doutrina filosófica.

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Sábado, 30 Janeiro 2016

Anselmo Borges e o enigma de Deus

 

Anselmo Borges escreve o seguinte:

“É possível que Deus exista, mas também pode não existir. Ninguém pode dizer que sabe que Deus existe, mas também ninguém pode dizer que sabe que Deus não existe. Ninguém sabe se na morte encontramos a vida na sua plenitude em Deus ou se, pelo contrário, para cada pessoa tudo acaba na morte. Este é o grande enigma da vida de cada homem, de cada mulher”.

Anselmo Borges poderia ter escrito: “Este é o grande enigma da vida de cada ser humano”, englobando o homem e a mulher em uma mesma categoria. Mas o politicamente correcto exige que o homem e a mulher pertençam a espécies diferentes. Noutros tempos, dizíamos “Minhas senhoras e meus senhores!” por uma questão de boa educação; hoje, dizemo-lo por obrigação politicamente correcta.


Anselmo Borges erra quando confunde “enigma”, por um lado, e “mistério”, por outro lado.

Aliás, esse erro foi decalcado do livro do jesuíta a que se refere o Anselmo Borges no artigo. Quando estudei a História de Portugal no liceu, pensei que a expulsão dos jesuítas por parte do Marquês de Pombal tivesse sido um exagero; hoje tenho dúvidas se não teria justificação racional. Não é acaso que o papa-açorda Francisco é jesuíta.

Um enigma tem solução, por princípio; um mistério é insolúvel, à luz da razão humana.

O problema do homem moderno é o de que não aceita, por princípio, de que há coisas que não compreende (no sentido do racional determinístico) e nem nunca compreenderá: a ideia segundo a qual possam haver realidades ou fenómenos racionalmente inacessíveis ao ser humano é um sacrilégio modernista e cientificista.

Perante o Ser de Deus (e não a “existência” de Deus, porque Deus não “existe” da mesma forma que o Anselmo Borges), o ser humano debate-se com um mistério, e não com um enigma. Por isso é que a Igreja Católica tradicional fala do “mistério da fé”; talvez a Igreja Católica do papa-açorda Francisco, cientificista e secularista, passe a falar no “enigma da fé”.


A julgar pelo texto de Anselmo Borges, Deus é uma espécie de velho com barbas brancas que vive acima das nuvens, na companhia de S. Pedro que é o manda-chuva. Por isso é que, segundo o Anselmo Borges e o jesuíta autor do livro, “ou Deus existe, ou não existe”. “O ser de Deus não pode ser compreendido como a existência de um existente ao lado ou acima de outros existentes. Se Deus fosse um existente, estaria submetido às categorias da finidade, sobretudo ao espaço e ao tempo” (Paul Tillich).

“O espiritual é fundamental para mim; vou mesmo ao ponto de afirmar que não existe matéria, mas apenas espírito. (…) Aquilo que constitui o fundamento da realidade não é a matéria, mas um campo que, no entanto, não é material, representando, contudo, uma espécie de potencialidade. Um potencial que possui a capacidade de se materializar”. Quem escreveu isto não foi o abade da minha paróquia: foi Hans-Peter Dürr 1.

A ciência actual não pode ser materialista; ou não é ciência. Mas a verdade é que o naturalismo continua a ser o esteio da ciência que impõe uma cultura materialista.


Finalmente, Anselmo Borges confunde “dogma religioso” com “dogma cientificista” — colocando os dois tipos de dogma no mesmo plano ou nível.

É certo que o cientificismo naturalista é uma espécie de religião, mas trata-se de um monismo, imanente e materialista; é uma espécie de religião que apenas se foca em uma pequena parte da Realidade.

A Bíblia é um livro com que os primeiros cristãos transmitiram as suas experiências com Deus sob a forma de imagens, mitos e metáforas. As imagens dizem mais do que as palavras, porque conseguem superar frequentemente a contradição entre o individual e o universal. Por exemplo, a arte: a arte começa onde a linguagem acaba. A religião utiliza a arte das imagens para criar símbolos intersubjectivos que formam a comunidade dos crentes.

Para que estas experiências, e as respectivas imagens (símbolos) que as representam, possam fundar uma comunidade, aquelas são formuladas em dogmas. No sentido religioso propriamente dito — mas não no sentido cientificista ou naturalista —, um dogma é uma afirmação sobre a Realidade que está para além daquilo que é alcançável através da linguagem. O dogma religioso é a tradução do modus ponens da experiência secular religiosa dos cristãos: é uma espécie de “ajuda racional”.

Ou seja, o dogma religioso é um dogma positivo; o dogma cientificista é um dogma negativo (a negação do Ser). Colocar os dois tipos de dogma no mesmo plano de análise, é uma estupidez.


Nota
1. “Gott, der Mensch und die Wissenschaft”, 1997

Sexta-feira, 14 Agosto 2015

Os ateus e os calvinistas: um problema idêntico

Filed under: A vida custa,Esta gente vota — O. Braga @ 3:37 pm
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Recebi o seguinte comentário de um “cristão” de uma seita herdeira do Calvinismo:

“Animal quadrúpede, o que eu disse foi que o materialismo veio antes do esquerdismo, e estava presente, por exemplo, no atomismo da Índia antiga e em Demócrito; podemos concluir com isso que essa perspectiva está presente em diversas culturas em maior ou menor grau; o materialismo que herdamos do século 21 é herança da Igreja Católica (principalmente pós Renascimento), quando a Igreja deu às costas para Mística Cristã; não tenha o trabalho de publicar o meu comentário, porque não lerei mais seu blog. Boa sorte com suas fantasias.”


“Em verdade, nada sabemos de nada, pois a opinião vem de fora para cada qual. É preciso conhecer o Homem com este critério: que a verdade fica longe dele.” — Demócrito 1


Definição:

Dizemos do “materialismo” que é o conjunto de doutrinas que não admitem outra realidade para além da matéria, sendo o pensamento e o espírito modalidades ou qualidades da matéria.

A palavra “materialismo” é equívoca: é muitas vezes utilizada com intenção polémica e em sentido pejorativo. Por exemplo, algumas seitas cristãs e a seita católica do “papa Francisco” dizem que “os ricos são materialistas apenas porque têm dinheiro”. A riqueza é identificada com o “materialismo”. Jesus Cristo nunca disse que era impossível a um rico entrar no Reino dos Céus: disse apenas que era difícil.

Dizer que Demócrito e/ou os atomistas eram “materialistas”, no sentido moderno, é um abuso, e revela a completa ignorância de quem tirou um cursinho online de filosofia e já julga que sabe tudo.

Os que mais se aproximavam do “materialismo” (no sentido moderno), na Grécia Antiga, foram os epicuristas 2. Quanto muito, podemos dizer que os atomistas (tal como Aristóteles) foram os precursores da ciência e do empirismo científico, o que não significa que tenham sido “materialistas”. Por exemplo, John Locke foi empirista e não consta que fosse materialista — no sentido moderno, “materialismo” identifica-se com “ateísmo”; nem Rousseau foi ateu e/ou materialista; e Voltaire era deísta, o que não é a mesma coisa que “materialista”. Nem mesmo Diderot se pode considerar propriamente materialista, porque defendeu um panteísmo lírico.

Para além dos epicuristas — que não eram propriamente “materialistas” no sentido moderno —, o materialismo propriamente dito surgiu na Idade Moderna. Podemos falar de materialismo em Helvetius, D’Holbach, La Mettrie, (materialismo mecanicista), Comte (Positivismo) David Hume, Bentham e os utilitaristas (Stuart Mill, por exemplo), a Esquerda Hegeliana (Feuerbach, Karl Marx, Engels), Neopositivismo, etc..

O materialismo (no sentido da definição supracitada) é uma característica da mente revolucionária (moderna) e do gnosticismo anti-cósmico (da Antiguidade Tardia com reflexos na modernidade), ou seja, é uma característica daquilo a que se convencionou, depois da Revolução Francesa, chamar de “Esquerda”.

Mente revolucionária = Esquerda.

A ciência não é “materialista”. O que pode acontecer é que uma grande parte dos cientistas sejam materialistas. De modo semelhante, e por analogia, não podemos dizer que a energia nuclear é boa ou má: depende do uso que fazemos dela. A ciência é eticamente neutra e escora-se na metafísica: por isso, é um absurdo dizer que a ciência é “materialista” ou “ateia”.

Eu sou um grande adepto da ciência porque esta procura a verdade — assim como a filosofia e a religião, embora de modos diferentes. A filosofia, a religião e a ciência não se opõem: complementam-se! Uma atitude anti-científica ou anti-religiosa revela uma mente obscurantista.

É tão um obscurantista um ateu como um calvinista fanático.

Por outro lado, a negação da matéria — por exemplo, o Imaterialismo de Berkeley, que é uma forma de Positivismo — ou o repúdio da matéria são características dos cristãos gnósticos modernos, de tipo calvinista nomeadamente.

A verdadeira doutrina católica — que não é a do “papa Francisco”, porque tem uma visão quase panteísta da Natureza — escorada na patrística e em Santo Agostinho, considera a Natureza (ou seja, aquilo a que se convencionou chamar de “matéria”, seja o que for que seja a “matéria” porque nem a ciência sabe bem o que é) uma criação de Deus, e por isso, uma realidade boa e positiva. Apreciar a Natureza (a “matéria”) e dar graças a Deus por ela, é uma característica do bom católico.


Notas
1. citado do Vol. I da História da Filosofia de Nicola Abbagnano, Editorial Presença, 1969, pág. 92
2. Epicuro interpretado por Lucrécio, nota bem!

Segunda-feira, 2 Setembro 2013

A nova cultura intelectual — e antropológica — que vem aí

1/ Não simpatizo com a expressão “cultura de massa”, não só porque a cultura antropológica sempre foi de “massa”, mas também porque aquilo a que se chama hoje de “cultura de massa” é cada vez mais uma cultura do “indivíduo-rei”, ou uma cultura de atomização da sociedade.

Na Idade Média, a oralidade substituía a imprensa; e embora a população europeia fosse, nessa época, muito menor em quantidade do que aconteceu depois da industrialização a partir do século XVIII – também poderíamos falar de uma “cultura de massa” na Idade Média. A cultura antropológica é sempre uma “cultura de massa”. O inconveniente da utilização deste termo (cultura de massa) é que tem uma directa conotação com a expressão marxista “cultura de classe”, e portanto reduz a cultura antropológica, ou a algo indefinido e portanto sem sentido, ou ao seu menor múltiplo comum.

2/ Aristóteles diz que Sócrates errou quando afirmou que “a sabedoria é uma ciência”; em vez disso – diz Aristóteles, “Ética a Eudemo”, 1246 b 35 -, a sabedoria “é uma virtude, não uma ciência”, ou seja, a sabedoria é um “outro género de conhecimento”.

A irracionalização da cultura antropológica ocidental (a tal “cultura de massa”), em geral, advém da identificação entre sabedoria e ciência.

A Ciência = Sabedoria; e quem disser o contrário disto é considerado ignorante pela cultura intelectual (que é a outra forma de cultura, estabelecida pelas elites ou pela ruling class ). Ou seja, segundo Aristóteles, a modernidade caiu no erro de Sócrates ao considerar que a sabedoria é uma ciência e que a ciência é sabedoria. E ciência é sinónimo de positivismo.

Vejamos o que Ernst Haeckel escreveu em 1898:

«Aquilo que a Física descreve é a Natureza, tal como ela é em si mesma; a Natureza… funciona objectivamente, tal como funciona uma máquina a cujo funcionamento nós, os sujeitos, na maior parte das vezes só podemos assistir.»

O mundo é, assim, concebido como uma grande máquina; e quem descodificar o seu projecto, tira-lhe tudo o que ela possui de miraculoso e pode utilizar essa máquina para os seus fins. Esta é a concepção de realidade ainda hoje patente na esmagadora maioria dos nossos contemporâneos – mas esta ideia é absolutamente errada! E quando digo que esta ideia é errada, cinjo-me à própria ciência microfísica que já demonstrou que ela é errada.

3/ O que faz falta é criar uma nova cultura intelectual que denuncie as ideias de Haeckel que ainda hoje predominam em grande parte da comunidade científica e na cultura antropológica em geral (a “cultura de massa”). Ou seja, o que é preciso é propalar a verdade das descobertas da própria ciência. E o que se passa hoje é que existe uma resistência muito grande das elites em relação à verdade científica – porque o que está em jogo é a exposição da absurdidade do materialismo da Idade Moderna.

John Gribbin , por exemplo, escreveu o seguinte (“Schrödinger’s Kittens and the Search for Reality“):

«Se continuarmos a investigar e se indagarmos sobre a imagem física daquilo que aqui (no mundo) acontece, chegaremos à conclusão de que todas as imagens físicas se dissolvem num mundo de espíritos.»

Essa nova cultura intelectual tem que aliar a religião à ciência – e não separá-las. Uma abordagem exclusivamente religiosa da realidade apenas alimenta a teimosia irracional do facciosismo positivista.

Sábado, 4 Agosto 2012

Lou Xiaoying

Há almas que, só pela sua compaixão, estão salvas. São almas que já não pertencem aqui senão por alguma missão específica. Essas almas são o testemunho vivo da impossibilidade objectiva de explicar a compaixão humana à luz da neurociência.

A ciência neodarwinista não pode explicar a compaixão humana — assim como não pode, por exemplo, comparar o tempo mecânico com o tempo físico, ou com o biológico, ou com o psicológico. Lou Xiaoying é a prova dos limites da ciência.

Lou Xiaoying é uma mulher de 88 anos que salvou, nos últimos 40 anos, mais de trinta bebés abandonados nas ruas da cidade chinesa onde vive, e cujo destino seria a morte certa.

Em Portugal teríamos instituições que acolheriam essas crianças abandonadas, e muitas dessas instituições pertencem à Igreja Católica. Mas na China não existem estruturas institucionais desta índole: muitas das crianças recém-nascidas e abandonadas nas ruas das cidades chinesas acabam por morrer ao fim de algumas horas. Paradoxalmente, na China materialista e ateísta de Estado, na China da política do filho único, na China do tráfico de crianças que escandalizam a opinião pública — é nessa China que crianças recém-nascidas abandonadas morrem nas ruas das suas cidades.

Lou Xiaoying sempre viveu da reciclagem do lixo urbano. Percorria as ruas da cidade inspeccionando os caixotes do lixo à procura de qualquer coisa reciclável. “Compreendi que se eu tenho a força necessária para recolher o lixo das ruas, como é que eu não poderia ter forças para reciclar uma coisa tão importante como vidas humanas?” — explicou Lou Xiaoying.

Domingo, 20 Maio 2012

O milagre darwinista

Filed under: Ciência,Darwinismo,filosofia,Ut Edita — O. Braga @ 1:40 pm
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Que, de mutações genéticas aleatórias e segundo o darwinismo, surja a espantosa e enorme complexidade dos organismos vivos, é um verdadeiro e autêntico milagre.

Por exemplo, a probabilidade de “surgir” na natureza, mediante mutações aleatórias, a cascata de coagulação do sangue dos mamíferos é de cerca de 30.000^41, o que dá uma probabilidade de cerca de 10^18! [1 seguido de 18 zeros].
// 30.000^4 = 8,1e+17 = [log base 10] 17,9 //

Se uma lotaria tivesse uma probabilidades destas, e se um milhão de pessoas jogasse por ano, seriam necessários mil biliões 2 de anos até que alguém ganhasse!

Mil biliões de anos correspondem aproximadamente a um tempo cem vezes mais longo do que a estimativa actual da idade do universo.

1) Fonte: Michael Behe, “A Caixa Negra de Darwin”, página 116

2) Mil trilhões, pela designação americana

Sexta-feira, 18 Maio 2012

Aconteceu um milagre em Espanha: e qual a possível reacção dos naturalistas e da Esquerda?

“La “posible gracia” obrada por el Siervo de Dios Vicente Garrido Pastor corresponde a una curación “inexplicable” de una madre de familia, de Albacete, a quien le fue diagnosticado en 2003 un “adenocarcinoma de endometrio, estadio IVB, por afectación metastásica en cadera derecha” con una esperanza de vida de 10 meses, según han indicado hoy a la agencia AVAN fuentes de la delegación.”

via ¿Milagro en Valencia? – ReL.

Perante uma cura de uma metástase com ramificações terminais, o que dirão os cientistas naturalistas?

“Provavelmente trata-se de uma cura natural. A ciência ainda não consegue explicar o fenómeno, mas nós, naturalistas, estamos convencidos de que, por exemplo, daqui a dois milhões de anos a ciência será capaz de explicar o fenómeno, assim como conseguiu já explicar como a vida surgiu da matéria inerte. É uma questão de tempo até que a ciência explique estes fenómenos.

Os milagres não existem. Só os ignorantes, como por exemplo, o Orlando Braga, acreditam em milagres.”

O que diria a Esquerda deste fenómeno?

“Trata-se de puro acaso. Se calhar, a mulher espanhola comeu alfaces estragadas misturadas com favas fritas, e a reacção química decorrente dos dois vegetais foi a causa da cura da mulher. Por isso é que nós somos contra as touradas e somos vegetarianos, porque temos aqui a demonstração evidente e claríssima de que os vegetais, mesmo estragados, fazem bem à saúde.

Só os fascistas, como o Orlando Braga, acreditam em milagres. ”

Sexta-feira, 27 Abril 2012

A dialéctica de Hegel é anacrónica

A característica fundamental da dialéctica de Hegel — que marcou a filosofia [materialismo, existencialismo], a política [por exemplo, Karl Marx, Adorno e a Escola de Francoforte], e até a religião [por exemplo, a Nova Teologia de Bonhoeffer, ou a teologia da libertação, no Brasil] — é a ideia de que “o Todo é igual à soma das Partes”.

Se se destruir o pressuposto da dialéctica de Hegel — ou seja, o princípio baseado em Lavoisier, segundo o qual o Todo resulta da soma das Partes —, então todo o edifício ideológico da dialéctica hegeliana cai estrondosamente.

O movimento triádico — tese, antítese e síntese —, que é a base da dialéctica de Hegel, aplica-se também à sociedade na medida em que impede que se conceba o todo [social] organicamente e segundo o princípio de que “o todo é mais do que a soma das partes”.

[o princípio da dialéctica hegeliana opõe-se, por sua própria natureza, à concepção orgânica do Todo; a “síntese” hegeliana é apenas o processo de transformação da matéria segundo Lavoisier]
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Terça-feira, 6 Março 2012

A estrutura do Naturalismo [movimento revolucionário]

Filed under: cultura,filosofia — O. Braga @ 9:13 pm
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Quarta-feira, 29 Junho 2011

A Suécia e a redução behaviourista do ser humano

“A desigualdade injusta não se cura com igualdade, mas com desigualdade justa” — Nicolas Gomez Dávila

Recentemente surgiu a notícia de que uma escola pré-primária pública (pré-escolar) na Suécia baniu o tratamento de género, ou seja, proibiu que as crianças se tratem por “ele” e “ela”. O argumento básico daquela escola pré-primária para este tipo de educação é, alegadamente, o de erradicar aquilo a que chamou “papéis de género”, que alegadamente atribuiu a “construções sociais” e “estereótipos sociais”.
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Domingo, 5 Dezembro 2010

O pânico dos evolucionistas

«The theory of evolution is a tottering house of ideological cards that is more about cherished mythology than honest intellectual endeavor. Evolutionists treat their cherished theory like a fragile object of veneration and worship–and so it is. Panic is a sure sign of intellectual insecurity, and evolutionists have every reason to be insecure, for their theory is falling apart.»

Panicked Evolutionists: The Stephen Meyer Controversy

Terça-feira, 9 Novembro 2010

“Imaginem o mundo sem religião” — dizem John Lennon e Richard Dawkins

A religião faz parte da condição humana, e por isso é irredutível. A exigência da religião em relação ao Homem é difícil de definir, exactamente em função dessa irredutibilidade.
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