O Novo Papa
No seu novo livro [The Greatest Show on Earth: The Evidence for Evolution], Richard Dawkins afirma que
“A evolução é um processo não conduzido [unguided process] de mutações aleatórias [random mutations] e de selecção natural.”.
Temos, pois, as componentes da “evolução”, segundo Dawkins:
- processo não conduzido
- mutações aleatórias
- selecção natural
Se um processo não é minimamente conduzido e as mutações são totalmente aleatórias, como pode acontecer uma selecção natural?
Segundo o raciocínio de Dawkins, a selecção natural obedece à “escolha” [selecção] de uns critérios de selecção em relação a outros. Se a natureza “escolhe” ou “opta” por determinados critérios em relação a outros, como é que as mutações podem ser consideradas “aleatórias”?
Por outro lado, se a natureza não escolhe nem opta por determinados critérios de selecção, mas apenas aceita passivamente esses critérios a partir de mutações aleatórias através de um processo não-conduzido, como é possível validar as leis das ciências da natureza?
E como é possível conceber um “processo” que “não seja conduzido” por algum ou vários factores? A não-condução é a negação da definição de “processo”; no processo está implícito um método que se relaciona com uma ordem geral. Como é possível que o “método da evolução” consista na ausência de método e da ordem geral?
O problema de Dawkins é o dogma, que consiste na renúncia à lógica; ele entra em contradição com a lógica matemática que aponta inexoravelmente para a afirmação positiva do Ser.
De um tal Filipe, recebi o seguinte comentário transcrito na íntegra:
esse cara não teve aula de evolução na escola….
Seleção natural é um termo, nada de decompor o termo
As mutações são aleatórias e sem critérios, como qualquer um que já esteve no ensino médio sabe. Ocorrem naturalmente na natureza mutações no DNA que são passadas para frente, e algumas dessas mutações podem trazer benefícios ou malefícios para os que herdarem essa mutação, isto é, podem trazer características que darão maior ou menor chance de sobrevivência e reprodução. Seres que adquirem características que lhe conferem maior chance de sobrevivência tem maior tendência a prosperarem, se tornarem numerosos, enquanto os outros e seus decendentes podem ter novas mutações (e assim sucessivamente), enquanto aqueles que não tiveram tal mutação tem maior chance de extinção. Este processo se chama “seleção natural”, como isto é um termo, nem deveríamos discutir aqui se é correto chamar isto de seleção, mas é assim que o processo ocorre . A Natureza não “seleciona” de fato nada, apenas ocorrem mutações e mudanças no ambiente (incluindo as outras espécies existentes) podem favorecer certas características que tenham surgido de uma mutação e condenar outros seres. E essas mutações são de fatos aleatórias e não são conduzidas por ninguém nem por nada, apenas algumas seres portadores de mutações sobrevivem e outros não.
Em primeiro lugar, vemos um jovenzinho a dizer que alguém que tem uma licenciatura e 50 anos de vida e de experiência, é ignorante. Por aqui vemos o calibre da juventude actual.
E depois reparem bem na estupidez:
[1] As mutações são aleatórias e sem critérios, como qualquer um que já esteve no ensino médio sabe. [2 ] Ocorrem naturalmente na natureza mutações no DNA que são passadas para frente, e algumas dessas mutações podem trazer benefícios ou malefícios para os que herdarem essa mutação, isto é, podem trazer características que darão maior ou menor chance de sobrevivência e reprodução.
Desde logo, “naturalmente na natureza” é “obviamente óbvio”.
E depois vem o dogma: as coisas ocorrem naturalmente sem critérios e de forma aleatória, isto é, a natureza não tem leis. A coisa é fácil: como desconhecemos o critério de ocorrência dos fenómenos ― porque é impossível explicar a mutação das formas, pelo menos nesta fase das ciências experimentais ― dogmatizamos a coisa e dizemos que o critério da natureza é a ausência de critério, e que a lei da natureza é a aleatoriedade.
Se, como diz o burro, “nem deveríamos discutir aqui se é correto chamar isto de seleção, mas é assim que o processo ocorre”, existe um processo sem critérios. Será que as pessoas não se dão conta da contradição?! Um processo sem critérios?! Que se diga que se desconhecem os critérios do processo, para além de ser verdade, é honesto; que se diga que é possível que os fenómenos se processem sem algum critério, é estupidez. E acho que não há volta a dar a tanta burrice.
De uma vez por todas: a Física não é, hoje, uma ciência experimental, mas uma ciência dedutiva e formal
Os jovens continuam a aprender nas escolas que a Física é uma ciência experimental, como é a biologia. Esta ideia incutida aos jovens não é inocente: pretende nivelar a Física pela biologia no sentido de legitimar os princípios dogmáticos do evolucionismo naturalista (Naturalismo). A verdade é que a partir do princípio do século XX, surgiu a mecânica quântica e a relatividade que transformaram a Física em uma ciência formal, e por isso dedutiva ― substituindo a Física clássica newtoniana. Para que eu não tenha aqui jovenzinhos a debitar a doutrina dogmática aprendida nas escolas politicamente correctas, vamos definir alguns conceitos.
- Formal: o atributo “formal” aplica-se em oposição aos conceitos prevalecentes no senso-comum acerca do conhecimento intuitivo, representável, visual, empírico, ou exprimível por palavras. O conceito formal acerca da realidade (na Física, por exemplo) é considerado como tal se é exprimível ou pode ser compreendido somente através da matemática.
- Linguagem formal: Em lógica matemática, uma linguagem formal consiste num conjunto de símbolos e de outro conjunto de regras precisas especificando como os símbolos podem ser combinados entre si para se formarem proposições.
A Física é hoje uma ciência “formal” que utiliza uma “linguagem formal”. A Física moderna nada tem a ver com o método científico utilizado na biologia (porra!).