“Quando se fala em católicos, a esquerda é toda laica – e quer a Igreja longe dos dinheiros públicos. Quando se fala em muçulmanos, a esquerda é multicultural – e chega-se à frente com o cheque.”
“Quando se fala em católicos, a esquerda é toda laica – e quer a Igreja longe dos dinheiros públicos. Quando se fala em muçulmanos, a esquerda é multicultural – e chega-se à frente com o cheque.”
A Raquel Varela faz aqui uma série de considerações comedidas sobre a guerra — por exemplo, comparando os mortos na Síria com os mortos em Paris. Naturalmente que os mortos na Síria não justificam os mortos em Paris, porque se assim fosse, a tese da Raquel Varela seria auto-contraditória.
¿A guerra é inelutável?
Em primeiro lugar, há que saber se existem guerras justas ou guerras injustas. Quando a Raquel Varela classifica a guerra, em geral, de “barbárie”, é de supôr que (para ela) toda a guerra é injusta. E, neste sentido, podemos afirmar que, para a Raquel Varela, a guerra movida pelos aliados contra o nazismo, por exemplo, também foi uma guerra injusta.
Uma feminista que se preze — como é o caso da Raquel Varela — considera todas as guerras injustas; e compreende-se por que razão: a guerra é essencialmente coisa de homens; em tempo de guerra não se limpam armas nem mulheres; “é sempre a andar!”.
Esta ideia de que a guerra é coisa de homens foi traduzida por Václav Havel (esse faxista!), que se perguntou se o homem europeu não perdeu o sentido da existência ao renunciar ao horizonte do sacrifício supremo, que lhe está, contudo, indissociável: “Uma vida que não está disposta a sacrificar-se a si mesma ao seu sentido, não vale a pena ser vivida” — escreveu o seu amigo Jan Patočka que morreu pelas suas ideias.
Mas supondo que Václav Havel e Jan Patočka sejam demasiado reaccionários para o gosto da Raquel Varela, talvez seja melhor falar de um anarco-anti-capitalista que caia melhor do goto (salvo seja) da Raquel Varela. Recordemos o que diz o anarquista e anti-capitalista Proudhon (La Guerre et La Paix) acerca da guerra:
“A guerra é inerente à humanidade e deve durar tanto quanto ela: faz parte da sua moral”.
E acrescenta:
“Se, pelo impossível, a natureza tivesse feito do homem um animal exclusivamente industrioso e sociável, e não guerreiro, teria caído, desde o primeiro dia, ao nível dos animais cuja associação forma todo o seu destino”.
A guerra é indissociável da acção política — como o demonstraram Maquiavel e Clausewitz.
Saber o que é uma “guerra justa”: eis o busílis da questão. E quando Kant defendeu uma “paz perpétua” através de um governo mundial, não se deu conta de que um governo mundial não pode ser outra coisa senão totalitário. E não há pior guerra do que a imposta aos cidadãos por um sistema político totalitário — como é, por exemplo, o Islão. Talvez por isso é que, na opinião da Raquel Varela, os mortos feitos pelo Islão sejam a mesma coisa em Paris e na Síria.
Adenda: A RV apagou o “post”, mas pode lê-lo aqui em PDF.
A Isabel Moreira é finérrima; por isso só faz análises finas. Sei do que falo, porque conheci uma senhora finérrima, filha de um ministro de Salazar, que até teve aulas de harpa e dança.
A análise da Isabel Moreira é tão finérrima que até estabelece um paralelismo entre o holocausto nazi, por um lado, e por outro lado aquilo a que ela chama de “xenofobia da extrema-direita” em relação à imigração em massa de muçulmanos. Ou seja, o povo português e francês têm que ser substituídos por outros povos, porque são maioritariamente faxistas.
Se um povo não serve, substitui-se o povo por um outro ( ¡ que horrível cheiro a povo ! ).
Uma grande parte — senão mesmo a maioria — dos judeus perseguidos na Alemanha nazi nem sequer eram religiosos propriamente ditos (no sentido de frequentarem regularmente as sinagogas). Os judeus alemães estavam perfeitamente integrados na cultura alemã e misturados etnicamente com os alemães; não consta que andassem a matar gente nas ruas; mas, para a Isabel Moreira (que teve aulas de harpa e ditos finos), o holocausto é comparável à “xenofobia” em relação à invasão massiva de muçulmanos.
E, finalmente um dito fino da Isabel Moreira (sem acompanhamento de harpa):
“A desconstrução (dos faxistas ) passa por repudiar todas, todas as estratégias de acantonamento de povos, de grupos, de pessoas, de instituições ou de Partidos”.
Ou seja, a “desconstrução dos faxistas” passa pela descategorização da realidade (a negação das categorias) em nome da ciência política.
Duas notícias:
1/ um padeiro americano, cristão, que se tinha recusado fazer um bolo para um “casamento” gay por motivos religiosos, foi condenado pelo tribunal e obrigado por este a fazer o dito bolo.
2/ dois trabalhadores muçulmanos de uma empresa americana de transportes que se tinham recusado, por motivos religiosos, a transportar e a manusear bebidas alcoólicas, foram despedidos pela empresa. Recorrendo ao tribunal, os dois muçulmanos ganharam o seu caso e foram ressarcidos pela empresa em 240.000 US Dollars.
O problema aqui são os motivos religiosos que levam a que um profissional se recuse a fazer determinado trabalho — sendo que, em tudo o resto, as situações são diferentes. Hoje já se coloca em causa o direito dos médicos e enfermeiros à objecção de consciência, por motivos religiosos, em relação ao aborto, por exemplo.
Parece que os motivos religiosos islâmicos têm mais valor do que os motivos religiosos cristãos. E, “em política, o que parece, é!” — António de Oliveira Salazar
“Raising your children as Roman Catholics is worse than child abuse, according to militant atheist Richard Dawkins.2
Em declarações ao canal de televisão islâmico Al Jazeera, Richard Dawkins afirmou que, para uma criança, ser educada de acordo com o catolicismo é pior do que ser abusada sexualmente.