Uma certa casta de “iluminados” — que inclui a Isabel Moreira — lançaram uma Fatwa à “moral sexual” da Igreja Católica que, segundo ela, é a causa da pedofilia na Igreja Católica.
Há um livro com o título “Goodbye, Good Men: How Liberals Brought Corruption into the Catholic Church”, do autor Michael S. Rose, que não foi publicado em Portugal porque vai contra a narrativa da Esquerda protagonizada pelas editoras como a Gradiva (por exemplo), por um lado, e, por outro lado, porque é interpretada fielmente por “liberais” e radicais de esquerda como o Domingos Faria e a Isabel Moreira, que controlam os me®dia — o mesmo Domingos Faria que escreveu que o aborto e a eutanásia são perfeitamente compagináveis com a ética da Igreja Católica, e que seria mesmo normal e positivo que os sacerdotes católicos pregassem a sodomia, o aborto e a eutanásia do alto do púlpito.
O problema, aqui, é o de gente (como a Isabel Moreira e o Domingos Faria) que acredita que a Natureza Humana pode ser mudada através de legislação — porque, como bons progressistas, a culpa é sempre dos outros, ou da sociedade.
Porém, mais grave: acreditam que a aplicação da lei é um caminho ou um meio para o gradual aperfeiçoamento (prometaico) da humanidade (para se atingir a perfeição do colectivo humano).
O problema da Isabel Moreira e do Domingos Faria não é apenas um anti-catolicismo primário: eles acreditam mesmo que a Natureza Humana poder ser mudada; mas quando vemos a reacção da população autóctone aos recentes sismos na Turquia, por exemplo, compreendemos que a reacção humana aos fenómenos da Natureza não mudou uma vírgula desde que apareceu o primeiro homo sapiens.
A Natureza Humana é imutável, no sentido em que não há leis humanas que a mudem.
E quem pensa o contrario disso padece de um delírio interpretativo (a Isabel Moreira é um caso patológico de interpretação delirante).
O caso de Domingos Faria é mais grave (do que o da Isabel Moreira), porque ele tem formação em filosofia, por um lado, e por outro lado porque as suas teses abstrusas são oficialmente reconhecidas por uma universidade de Lisboa.
Reparem na minha seguinte proposição hipotética:
“Eu sou um genuíno militante do partido IL (Iniciativa Liberal), mas não me identifico com a actual ética política propugnada pelo partido IL (Iniciativa Liberal)”.
Agora vejamos a seguinte proposição do Domingos Faria:
“Há um número bem significativo de pessoas genuinamente católicas que não se identifica com a actual ética sexual da Igreja Católica”.
É assim que o Domingos Faria inicia a sua logomaquia. E ¿é isto um “doutorado em filosofia”?! Estamos f*didos!
¿Como é que eu posso ser um “genuíno” militante de um partido se eu não me identifico com o ideário fundamental desse partido?!
Posso ser oposição interna a esse partido; mas se a oposição interna colocar em causa os princípios fundamentais e basilares desse partido, então deixa de ser uma oposição interna para passar a ser uma forma de pressão para transformar esse partido em outra coisa completamente diferente do que é hoje.
Uma coisa devemos afirmar peremptoriamente ao Domingos Faria, para que ele entenda, sem sofismas:
Meter um pau no ânus, para alegada satisfação própria, é um acto sexual intrinsecamente desordenado; não é preciso ser católico para entender isto.
Ora, ele diz que só os católicos são contra o acto sexual de meter um pau no ânus — o que é uma falácia. Todas as religiões, incluindo o Budismo e/ou as religiões animistas africanas, e mesmo muitos ateus, não concordam com o acto sexual de meter um pau no ânus — até porque está cientificamente provado de que é prejudicial à saúde.
“A actual ética sexual da Igreja Católica está assente no seguinte princípio central: um acto é moralmente lícito só se com esse acto se pretende ou se visa realizar os propósitos naturais ou biológicos dos órgãos (ditados por Deus).”
O que o Domingos Faria faz, ali, é misturar o conceito de “acto sexual do casal (natural) que tem por fim o acasalamento mas não a fertilização necessária para a procriação”, por um lado, com o conceito de “meter o pau no ânus”, por outro lado — ou seja, o Domingos Faria pretende que os actos sexuais do casal (homem + mulher) que não tenham por fim a reprodução, sejam equiparados eticamente aos actos de “meter o pau no ânus” de um par de gays.
Para o Domingos Faria, o Coitus Interruptus, praticado eventualmente por um casal católico com 5 filhos, é moralmente equivalente a um acto masturbatório praticado em uma suruba gay.
Ora, o Domingos Faria deveria ler Santo Agostinho, por um lado, e S. Tomás de Aquino, por outro lado. S. Tomás de Aquino defendeu o princípio da “autorização divina” de actos sexuais não reprodutivos em casais com filhos.
Santo Agostinho não condenou as práticas sexuais (no âmbito de um casal católico com filhos) que não tenham por fim exclusivista a reprodução; mais: Santo Agostinho defendeu que, em determinados casos, o divórcio é justificado eticamente — esta corrente agostiniana e tomista foi parcialmente alterada pela contra-reforma católica que nada mais fez, basicamente, do que adoptar parcialmente a moral protestante e burguesa de Lutero.
É falso que a moral católica esteja assente no princípio segundo o qual “um acto é moralmente lícito só se com esse acto se pretende ou se visa realizar os propósitos naturais ou biológicos dos órgãos”.
Aliás, no catecismo da Igreja Católica, no seu artigo 2370, está escrito:
“(…) os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos estão de acordo com os critérios objectivos da moralidade.”
É isto que repugna o Domingos Faria: meter um pau no cu de um gay é, para o Domingos Faria, tão belo eticamente como uma cópula interrompida em um casal filhento.
Portanto, o Domingos Faria mente quando diz que, na moral católica, “um acto é moralmente lícito só se com esse acto se pretende ou se visa realizar os propósitos naturais ou biológicos dos órgãos”. O animal mente. Mas é douto em filosofia, embora não tenha lido Santo Agostinho. E o Observador estende-lhe o tapete vermelho.
O que o catecismo faz é tornar moralmente ilícito o uso da pílula contraceptiva, por exemplo — aliás, já se comprovou cientificamente que a pílula prejudica a saúde da mulher.
Tudo o que seja a banalização do acto sexual é condenado pela Igreja Católica — e é isto que repugna o Domingos Faria: meter um pau no cu de um gay é, para o Domingos Faria, tão belo eticamente como uma cópula interrompida em um casal filhento.
Portanto, o postulado da tese do Domingos Faria é falso; e, como como defendeu Aristóteles, se um princípio é falso, toda a teoria que parte desse princípio é igualmente falsa.
Finalmente, é ignóbil que se estabeleça uma equivalência entre os actos sexuais entre insectos ou entre peixes, ou entre bonobos, por exemplo e por um lado, e o acto sexual entre seres humanos, por outro lado.
Este tipo de comparação ou equivalência (próprias da sociobiologia liberal) incorre em um sofisma naturalista [não é possível deduzir valores e normas a partir de factos! Porra! (George Edward Moore)] — porque a situação da natureza não pode ser transposta, sem reservas, para o mundo dos seres humanos: é preciso fornecer uma fundamentação para as normas, o que a ciência não pode fazer.
Portanto, os factos não fundamentam quaisquer normas, embora as normas possam criar factos.