perspectivas

Domingo, 16 Dezembro 2012

A bovinotecnia do “pensamento duplo”

A estratégia bovinotécnica do “pensamento duplo”, e escrito segundo o Acordo Ortográfico:

  • Por um lado, critica o “porreiro pá” do Tratado de Lisboa.
  • E por outro lado, conclui que “devemos levar a sério a política europeia”.

Orwell não diria melhor! O Blasfémias não é um blogue para levar a sério. Em vez disso, é um excelente meio de entretenimento, essencial para o nosso sorriso do dia-a-dia.

Terça-feira, 6 Novembro 2012

A cretinice bovinotécnica do blogue Blasfémias é infinita

Um dos bovinotécnicos do blogue Blasfémias compara esta medida do governo francês com a proposta de aumento da TSU de Passos Coelho. Vamos demonstrar a estupidez bovinotécnica:

1/ o governo francês aumenta o IVA, e não a TSU dos assalariados. A diferença é de tal forma evidente que até um burro vê — excepto o escriba bovinotécnico que está abaixo de burro.

2/ o aumento francês do IVA máximo é de 2%, enquanto que o Pernalonga pretendia aumentar a contribuição dos assalariados, para beneficio das empresas, em 63%..!!

3/ o salário mínimo em França é de 1.425 Euros mensais, com apenas 35 horas de trabalho por semana; em Portugal, o salário mínimo é de 485 Euros mensais com 42 horas de trabalho semanais (os subsídios de Natal e de férias estão a ser objecto de confisco por parte de Passos Coelho). Comparar o esforço de franceses e portugueses só pode vir de uma grande besta.

4/ o IVA é um imposto que atinge pobres e ricos; o aumento da TSU para os assalariados, a ser aprovado, seria um imposto que atingiria principalmente os mais pobres (nós, aqui, sabemos como se “constroem” os salários mais elevados por forma a fugir aos impostos).

5/ o escriba cretino e bovinotécnico, que assina por sigla (LR), parte do princípio maniqueísta segundo o qual quem não concorda com Passos Coelho, é de esquerda. É bom que alguém comece a descobrir quem são os cobardes que se escondem por detrás do anonimato das siglas, não dando a cara com medo de ficar com ela amassada.

Domingo, 21 Outubro 2012

As falácias bovinotécnicas do Blasfémias

O risco que corremos é, na realidade, o de aniquilarmos a economia, o país e os seus cidadãos, para acudirmos ao crónico e histórico (mas ultimamente mais “monstruoso”) problema orçamental do Estado.

Por muito que se diga que há sempre alternativas, elas – as alternativas viáveis e realisticamente operativas – não se vislumbram, clara e satisfatoriamente. Da parte da sociedade civil há, com efeito, uma reação natural de quem asfixia. Porém, também não se ouvem alternativas consistentes, ou mesmo, simplesmente realistas e fundamentadas.

via Entre mortos e feridos…* « BLASFÉMIAS.

Falei, no postal anterior, das duas principais falácias lógicas do discurso político actual veiculado pela pseudo-informação dos me®dia : a falácia ad Baculum e ad Misericordiam. Porém, podemos verificar, neste texto em epígrafe, mais três falácias lógicas me®diáticas: o argumento ad Nauseam, a falácia da Falsa Dicotomia, e o Circulus in Demonstrando.

A falácia da Falsa Dicotomia resume-se nisto: “não há alternativa possível à política económica de Passos Coelho: ou Passos Coelho, ou o caos”.
[Le Peuple, C’est Moi!]

Acontece que as alternativas existem, mas “não cairiam bem” nem na Comissão Europeia, nem no governo de Angela Merkel, e nem nas elites da utopia portuguesa da construção do leviatão europeu. E essas alternativas não são necessariamente sinónimo de caos: o mais que podem ser é sinónimo de uma certa hostilidade diplomática em relação a esta União Europeia, por um lado, e a procura diplomática de soluções que não estão hoje a ser equacionadas (fora da União Europeia).

O argumento ad Nauseam é esta pseudo-informação, em si mesma, que se repete até à náusea. E depois temos o Circulus in Demonstrando, que funciona assim:

1/ com a actual política económica, corremos o risco de aniquilar a economia;

2/ mas não existem alternativas a esta política económica suicida de Passos Coelho.

3/ Por isso, não temos outro remédio senão corrermos o risco de aniquilar a economia.

Sábado, 20 Outubro 2012

A miopia dos neoliberais

O argumento dos liberais hayekianos (ou, como se diz na Europa, “neoliberais”) é o seguinte: “um programa de austeridade transporta sempre consigo uma recessão da economia”. Esta proposição apodíctica funciona como um mandamento metafísico; a partir dela, toda a recessão e qualquer tipo de recessão estão a priori justificadas. E mais grave: quem não aceita o dogma, é de esquerda.
(more…)

Sábado, 13 Outubro 2012

E viva o velho!

Para a Helena Matos, do Blasfémias, o mais que o Estado deveria pagar aos reformados seria um “funeral social”: uma espécie de quatro tábuas de pinho em bruto e com farpas, pregadas com pregos de drogaria, meio enferrujados e de 7 polegadas, parecidos com os que pregaram Nosso Senhor na cruz. Haverá algo de mais cristão e puritano do que isto?

E se um reformado trabalhou toda a vida para descontar para a sua reforma e tem o azar de morrer no primeiro ano de reforma, fica tudo lucro para o Estado de Passos Coelho: ou seja: nem o Estado paga o funeral do reformado com um mínimo de dignidade depois de o primeiro se ter abotoado com dezenas de anos de contribuições do cidadão, nem o cidadão goza a reforma por malogro do destino.

E são estes os “liberais” da nossa praça. Com “liberais” destes, prefiro o Partido Comunista.

Quarta-feira, 10 Outubro 2012

Quando a conjunção da dívida e da permanência no Euro se torna numa forma de fascismo


A democracia pode-se transformar numa ditadura quando é imposta à força pelo Estado para justificar a fome de muitos e a riqueza obscena de alguns.

Qualquer crise é um acréscimo de incertezas; as desordens tornam-se ameaçadoras. E só os escribas psicopatas e bovinotécnicos do Blasfémias defendem a ideia da permanência da incerteza extrema que amputa o futuro de qualquer sociedade.

Em geral, o que se escreve no Blasfémias é vergonhoso! A imposição ad Aeternum da incerteza, na nossa sociedade, transformou-se em uma arma ideológica e política neoliberal. E quem defenda uma qualquer clarificação que permita sair da crise é considerado personna non grata, em nome de uma espécie de puritanismo que antagoniza e compete com o do Bloco de Esquerda.

Esse puritanismo neoliberal passa pela projecção da culpa (qualquer psiquiatra explica isso). A culpa é dos outros, dos que não são do “clube” ideológico. Quando as regulações falham ou quebram, ainda assim, a culpa é dos outros. Os puritanos nunca têm culpa.

Entretanto, em Itália, Monti baixa os impostos para os rendimentos mais baixos! Lá se vai o puritanismo bovinotécnico do Blasfémias “por água a baixo”! Melhor seria que os puritanos coelhistas saíssem de vez do poleiro, e Cavaco Silva constituísse um governo de consenso nacional.

Segunda-feira, 8 Outubro 2012

A bovinotecnia da Helena Matos

Paulo Morais responde aqui a este postal bovinotécnico da Helena Matos:

«A corrupção é a principal causa da crise em que estamos mergulhados. É este fenómeno que está na origem de sucessivos negócios ruinosos, verdadeiros roubos, que conduziram ao descalabro das contas públicas. Nas últimas décadas, assistimos a um regabofe sem limite com os dinheiros públicos.»

via Corrupção – Opinião – Correio da Manhã.

A bovinotecnia é a arte de tratar do gado de uma forma tal que se consiga fazer crer aos bovinos que serão livres se abandonarem o seu estatuto de bovinidade.

O Wirtschaftsraum defendido pelo Blasfémias

“Excesso de capitalismo não significa demasiados capitalistas, mas antes significa muito poucos capitalistas.” — G. K. Chesterton

O blogue Blasfémias (ligado a uma mundividência ultra-hayekiana) é tão perigoso quanto o blogue Arrastão, de Daniel Oliveira e ligado à esquerda radical — porque ambos os blogues mutilam e simplificam a realidade. Se existe uma extrema-direita, hoje, em Portugal, é a ideologia que subjaz à política de Passos Coelho, António Borges e companhia limitada.

Tanto a extrema-esquerda libertária (Bloco de Esquerda) e a extrema-direita libertária (PSD do Pernalonga) escamoteiam a História, por um lado, e por outro lado, afirmam, cada um à sua maneira, a certeza de um determinado futuro. Ou seja: ambos os blogues, ou negam o passado, ou no mínimo desconstroem esse passado; e em função desse passado desfocado, afirmam uma certeza do futuro. Por exemplo, esta pergunta/afirmação:

“Seremos viáveis, no contexto do crescimento da Ásia? Essa é a dúvida.”

via Impressões « BLASFÉMIAS.

  1. Vejam que aqui, “Ásia” é entendida de uma forma abstracta. Esquece-se, por exemplo, que a Índia só se tornou um país (unificado) com a ocupação inglesa, e que mesmo hoje existem na Índia dezenas de milhares de etnias diferentes e com línguas diferentes. E assim como temos hoje um fenómeno separatista em Espanha, nada nos garante que a Índia não estará nunca sujeita a pressões políticas internas de desintegração. Segundo a teoria das probabilidades, um fenómeno político generalizado de separatismo na Índia é uma “possibilidade pesada” (segundo o termo de Karl Popper) ou uma forte possibilidade.
  2. A China continua a ser um país com um sistema político marxista e totalitário, e é no mínimo estranho que a extrema-direita libertária considere a China como um paradigma económico-político a seguir — porque é disto que se trata: quando comparamos coisas incomparáveis, tendemos a nivelar tudo pela mesma bitola que é quase sempre a mais baixa. E o que o Blasfémias faz, de uma forma sistemática, é utilizar o exemplo da China (entre outros exemplos) para tentar reduzir o capitalismo a um punhado de capitalistas.
  3. Quando o capitalismo está nas mãos de apenas um punhado de capitalistas, não estamos em presença de capitalismo propriamente dito: em vez disso, trata-se de fascismo. A China é hoje o exemplo de um sistema fascista. E se a China pratica uma política comercial proteccionista, não sei por que razão os países da Europa não poderão pagar-lhe na mesma moeda. Mas o Blasfémias não se preocupa com o proteccionismo da China: o que preocupa o Blasfémias é condenar qualquer tipo de proteccionismo na Europa.

A política da União Europeia dirigida pela Alemanha de Angela Merkel, em relação a alguns países do sul e leste da Europa, é uma política de sinificação (ou instalação progressiva de um novo tipo de fascismo na periferia da Europa): trata-se de uma versão actualizada do conceito nazi de Lebensraum, agora concebida como Wirtschaftsraum.

Do que Portugal precisa é de muitos capitalistas; é de transformar, se possível, milhões dos seus cidadãos em pequenos capitalistas. Não precisamos do monopólio do pequeníssimo grupo de capitalistas que o Blasfémias defende.

Quinta-feira, 20 Setembro 2012

O delírio bovinotécnico do João Miranda e a TSU

“A TSU permite tornar constitucionais cortes de 2000 milhões de euros, logo é um contributo para as contas públicas.”

via A importância das alternativas à TSU « BLASFÉMIAS.

O João Miranda deve ser a única pessoa neste país — para além do Geek Passos Coelho — que acredita que a alteração da TSU “passa” no Tribunal Constitucional.

O João Miranda, as PPP — (Parcerias Público-privadas) e a bovinotecnia

O que o João Miranda diz aqui é que as PPP — (Parcerias Público-privadas) são apenas intermediárias de um negócio realizado entre o Estado português e a Banca internacional. Ora, essa intermediação custa dinheiro ao Estado. Portanto, faz todo o sentido, numa situação de dificuldade financeira do Estado, que a intermediação das PPP — (Parcerias Público-privadas) seja eliminada [provavelmente com uma indemnização].

Conclui o João Miranda que, se as PPP — (Parcerias Público-privadas) forem à falência porque o Estado português está com dificuldades financeiras, o Estado terá então que se entender com os credores internacionais. Pois bem, é isso mesmo que terá que ser feito: revisão dos contratos e, caso seja necessário, os tribunais internacionais existem para este tipo de coisas.

Depois, o João Miranda entra em contradição com o que afirmou anteriormente no mesmo postal quando diz que “não pagar PPPs é o mesmo que fazer default à dívida pública” — para além de ser uma conclusão errada. Quando qualquer Estado do mundo pretende renegociar qualquer contrato com privados, isso não significa automaticamente uma declaração de “default”.

O João Miranda esquece-se ou ignora que o enquadramento legal em que se movem as empresas e a Banca — sejam estas nacionais ou internacionais — tem origem e causa políticas. Ao contrário do que o João Miranda parece pensar, é a política que determina o enquadramento legal em que as companhias se movem. As companhias não actuam em roda livre, embora possa parecer que isso aconteça.

A estratégia argumentativa do espertalhão João Miranda, a favor da continuidade do negócio chorudo e imoral das PPP — (Parcerias Público-privadas), revela duas coisas: a primeira, a imoralidade e a falta de sensibilidade social do próprio João Miranda, o que é uma anormalidade; e em segundo lugar, faz parte da estratégia política bovinotécnica que consiste em tratar o cidadão comum como gado em curral. E tudo isto é feito em nome da “liberdade”.

[ ficheiro PDF do texto bovinotécnico ]

Domingo, 16 Setembro 2012

Die portugiesischen Leute denken, dass die Politik nicht ohne Ethik gemacht werden müssen

Sehr geehrter Herr “Kaninchen Schritt” (und Frau Merkel):

Die Demonstrationen von gestern in Portugal waren nicht nur gegen die Steuererhöhung, sondern vor allem gegen die direkte Abführung von Erträgen aus Arbeitnehmern zu den Arbeitgebern, durch eine soziale Steuern ( bekannt als “TSU”).

Die soziale Rate (TSU) existiert um die soziale Sicherheit zu finanzieren, nicht um das Haushaltsdefizit, die Reichen und die Banken zu finanzieren. Die portugiesischen Leute denken, dass die Politik nicht ohne Ethik gemacht werden müssen.

Post Scriptum: se vamos falar estrangeiro, vamos falar na língua que nos oprime.

Sexta-feira, 14 Setembro 2012

A ideologia bovinotécnica e a dissonância cognitiva

« Bendito país este em que as élites temem/desejam que o povo se revolte na hora de pagar as dívidas. Nenhum deles temeu, vaticinou, apregoou… qualquer tumulto enquanto o país se endividava. »

via Bendito país este « BLASFÉMIAS.

O blogue “Blasfémias” é o exemplo acabado do que é a dissonância cognitiva em política, que, em termos da psicologia, consiste, grosso modo, em ter simultaneamente duas ideias contraditórias entre si.

Na política, a dissonância cognitiva manifesta-se quando uma determinada autoridade de direito, reconhecida quase religiosamente como tal, se comporta de forma irracional, fazendo com que o cidadão tente conciliar mentalmente essa autoridade de direito, por um lado, com a irracionalidade que se lhe reconhece no seu comportamento, por outro lado [Passos Coelho].

Face à irracionalidade da autoridade de direito [Passos Coelho], o cidadão tem dois caminhos: ou baixa os braços e desinteressa-se da política, aceitando toda a prepotência do Poder da autoridade e sem protestar [1984, George Orwell]; ou constrói uma mundividência que tente conciliar o contraditório irracional implícito na acção da autoridade, mediante a obliteração da lógica e/ou através do branqueamento do discurso político, por forma a que a contradição da autoridade seja relegada para um plano invisível [ideologia].

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