perspectivas

Terça-feira, 21 Junho 2022

Eu continuo um crítico desta União Europeia

Filed under: economia,economia política,Globalismo,Portugal,União Europeia — O. Braga @ 6:32 pm

Quem lê este blogue sabe que eu sou contra o federalismo europeísta defendido pela grande maioria dos políticos portugueses — uns de uma forma aberta, como por exemplo, Paulo Rangel; e outros de uma forma dissimulada e hipócrita, como Marcelo Rebelo de Sousa. A política portuguesa está controlada pela maçonaria irregular (de origem francesa), que impõe à política o federalismo europeísta que exige a construção de um leviatão à imagem da China (sinificação).

A principal razão por que sou contra o federalismo europeísta é a de que este obedece a uma lógica globalista (não confundir “globalismo” com “globalização”). Este globalismo faz a síntese entre o conceito trotskista de “internacionalismo”, por um lado, e por outro lado, o conceito de “capital global”: existe uma síntese política entre a chamada “esquerda marxista” (no sentido de Trotski) e a “direita capitalista-burguesa globalista” (no sentido de George Soros, ou Bill Gates).


bill gates socialismo  web

Podemos definir “burguesia” como todo o conjunto de indivíduos insatisfeitos com o que têm e muito felizes com o que são: neste sentido, a burguesia é mais um “ethos” de um tipo de sociedade que surgiu da revolução industrial, e menos uma classe social estanque e definível.

É neste sentido que muitos políticos actuais (por exemplo, Assunção Cristas, ou Teresa Caeiro) dizem que “já não existe esquerda e direita”.

A União Europeia do Euro só terá a minha simpatia quando promover a primazia da indústria autóctone europeia.

O “esquerdista” [por exemplo, o militante do Bloco de Esquerda ou do Partido Socialista] é alguém que repudiou as virtudes da “burguesia progressista” [por exemplo, o militante do IL (Iniciativa Liberal)] sem repudiar os seus vícios; hoje, a dicotomia política não é tanto entre a burguesia e o proletariado [como era no século XIX e início do século XX], mas entre quem paga impostos, por um lado, e a classe que vive à custa deles, por outro lado.

O marxismo foi a última ideologia honesta produzida pelo optimismo burguês.

Voltemos à “vaca fria”: a plutocracia globalista é controlada por aquilo a que Fernando Pessoa chamou de Grupo dos Trezentos. A União Europeia, ao serviço do Grupo dos Trezentos e depois da implementação do Euro, destruiu o tecido industrial dos países do sul da Europa — nomeadamente, Portugal e Grécia (por exemplo, o fim do Acordo Multifibras desindustrializou Portugal).

A destruição de grande parte do seu tecido industrial foi o preço que Portugal pagou para entrar na zona Euro.

Grande parte da produção industrial portuguesa foi transferida para países de fora da Europa — por exemplo, China, Indonésia, Marrocos, etc..

Desde a entrada de Portugal no Euro (2000) — e com a deslocalização da produção portuguesa para países terceiros, que conduziu a um aumento da pobreza real do país —, a classe política portuguesa tentou sempre a quadratura do círculo: por um lado, pretendia que a sociedade (incluindo o Estado) gastasse mais do que podia (défices sistémicos e aumento da dívida, por exemplo, nos países do sul da Europa), e, por outro lado, pretendia manter a inflação baixa (uma exigência da Alemanha de Angela Merkel).

Para conseguir isto, o BCE [Banco Central Europeu] entrou em "Quantitative Easing" e na compra das dívidas nacionais, por um lado, e por outro lado, os países da zona Euro passaram a comprar “tudo feito” e muito barato na China — e os produtos consumíveis mantinham-se baratos, enquanto que os valores dos activos (por exemplo, imobiliário) subiam de uma forma desproporcionada em relação aos seus valores reais.

Este fenómeno europeu ("Quantitative Easing" + desindustrialização dos países + bolha imobiliária) entrou também na lógica do aumento da despesa do Estado — e, neste sentido, há aqui uma aliança entre George Soros e Bill Gates, por um lado, e Catarina Martins e António Costa, por outro lado: são as grandes empresas multinacionais e as burocracias estatais que beneficiam das políticas federalistas da União Europeia, e são as pequenas e médias empresas dos pequenos países (por exemplo, Portugal) que vão sendo destruídas por esta União Europeia do leviatão.

A União Europeia do Euro só terá a minha simpatia quando promover a primazia da indústria autóctone europeia.

Terça-feira, 21 Setembro 2021

A ESQUERDA CHUMBA BAIXA DO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

Filed under: economia,economia política — O. Braga @ 2:24 pm

Sábado, 13 Janeiro 2018

Os ditos “liberais” dizem que o proteccionismo nunca funciona

Filed under: A vida custa,Donald Trump,economia,Esta gente vota — O. Braga @ 9:37 am

Domingo, 7 Janeiro 2018

A Maria e o contra-factual: “se a minha avó tivesse asas era um Boeing 747”

 

“Todos apontam o dedo à privatização dos CTT como a causa de todos os males. Mas o problema dos CTT não desapareceria com a presença do Estado, pelo contrário, era provável que se agravasse, pois haveria uma inércia para mudar o modelo de negócio, e que mais uma vez seria o Orçamento de Estado a pagar os prejuízos crescentes de uma empresa pública. (Não vale a pena virem com o argumento que os CTT dão lucro desde antes da privatização. Pois essa coisa do lucro tende sempre a cair e a acabar com a quebra das receitas por se manter um modelo de negócio obsoleto. Era apenas uma questão de tempo).”

→ Assina: a Maria do corta-fitas


ctt-logoA blogosfera anda muito pobre. Paupérrima. Não tem classificação possível. Utilizar o contra-factual para justificar uma gestão de uma empresa ao arrepio de contratos previamente firmados, só pode vir de uma mente estupidificada. Mas essa gente vota e tem opinião!

Como parece ser evidente, eu estou longe de ser marxista. Mas não posso estar ao lado de vigaristas que não cumprem os contratos assumidos com o Estado. Os CTT começam a não cumprir o previamente contratualizado com o Estado — esta é a verdade que a Maria pretende esconder.

Se os CTT não podem cumprir o contrato com o Estado, cabe ao Estado acabar com o contrato.

Aliás, a própria sigla “CTT” e o respectivo logótipo fazem parte do contrato que não está a ser cumprido, e a nova empresa privada deve ficar sem a sigla e logótipo que passarão para uma nova empresa a fundar pelo Estado.


Facto:

Desde que os CTT foram privatizados, uma carta pode demorar mais de uma semana a chegar a um destino português. Os correios portugueses são hoje um dos piores da Europa.


Não me interessa saber se os CTT são privados ou são do Estado: o que me interessa é ter um serviço de correios razoável. E o serviço de correios que temos hoje é mau! E se o sector privado não aguenta o negócio, então terá que ser o Estado a garantir um serviço de qualidade aceitável. Ponto final.

E mandemos as ideologias à merda!

Sexta-feira, 27 Outubro 2017

Desta vez concordo com a Helena Damião

Filed under: economia,educação,liberdade,Rerum Natura — O. Braga @ 11:31 am
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A Helena Damião cita uma tal Catarina Nunes (não conheço) que escreveu o seguinte no semanário Expresso (não comprei, porque já tenho um bom stock de papel higiénico em casa):

"A teoria que valeu ao norte-americano Richard Thaler o Nobel da Economia de 2017 parte da aceitação de que as pessoas são imperfeitas e pouco capazes de, sem orientação, tomarem as melhores decisões. Por isso, precisam de um estímulo subliminar para seguirem na direcção que mais as beneficia. Na prática, trata-se daquilo que (…) define como "paternalismo libertário", suave e não intrusivo, aplicado a políticas públicas e privadas.

Trata-se do nudge (empurrão ou estímulo) que o professor de Economia e Ciência Comportamental da Universidade de Chicago defendeu no livro Nudge: como melhorar as decisões sobre saúde, dinheiro e felicidade. De acordo com a teoria deste economista, as escolhas individuais não são bloqueadas ou restringidas, mas enviesadas para opções que mais beneficiam a própria pessoa e a população em geral (…). Outro dos conceitos desenvolvidos é o de "arquitecto da escolha", ou seja, a pessoa ou entidade responsável pela organização do mecanismo que leva as pessoas a tomar a decisão, encontrando a melhor e mais subtil forma de conduzir a um determinado comportamento."

O que está em causa na teoria da Catarina Nunes é a apologia do behaviourismo. “Paternalismo libertário” é um eufemismo de “estimulação pavloviana”. O behaviourismo concebe o ser humano como uma espécie de máquina, destituída de espírito e de liberdade.


Toda a acção cultural (e portanto, política e económica) que não favoreça a formação crítica do ser humano face à Realidade, é negativa.

A educação é exactamente a formação crítica do ser humano, e só nesta dimensão crítica da educação se pode conceber a liberdade. O ser humano é livre porque analisa, e analisa porque desenvolveu um espírito crítico; e a educação existe para desenvolver na criança esse espírito crítico.

Porém, não nos devemos esquecer de que muito daquilo que se constitui como tradição, é produto de uma experiência histórica — a tradição é, em grande parte, o resultado de uma espécie de modus ponens cultural que dispensa uma análise constante e a cada geração que passa.

Neste sentido, e como defende Hannah Arendt (A Crise da Cultura), a educação das nossas crianças deve ser conservadora e protectora, dando-lhes margem de manobra para que, quando forem adultas, possam ser “revolucionárias” à sua própria maneira.

Quinta-feira, 13 Abril 2017

Ter a fama e o proveito — retirando o direito de voto à mulher

 

O Huffington Post é um jornal cujo corpo editorial e direcção é exclusivamente composto por mulheres. Um artigo recente, assinado por uma tal Shelley Garland que se diz “estudante de filosofia”, defende a ideia segundo a qual deveria ser negado o voto aos homens brancos.

“Some of the biggest blows to the progressive cause in the past year have often been due to the votes of white men. If white men were not allowed to vote, it is unlikely that the United Kingdom would be leaving the European Union, it is unlikely that Donald Trump would now be the President of the United States, and it is unlikely that the Democratic Alliance would now be governing four of South Africa’s biggest cities”.

Could It Be Time To Deny White Men The Franchise?

corpo-editorial-huffington-post-webDigamos que, pouco a pouco, as posições vão-se tornando claras; e na minha qualidade de homem branco, eu defendo que se deveria negar o voto às mulheres, em geral.


A aberração do Estado Providência surgiu com o voto feminino — porque a mulher vive mais tempo do que o homem, e não quer depender deste: a mulher prefere o amante chamado “Estado” ao homem-marido. A mulher começou a votar em princípios da década de 1920; e bastaram 10 anos apenas para que surgisse o Estado-providência, por exemplo, na Suécia da década de 1930.

 

Hoje, na Europa (países nórdicos) e nos Estados Unidos (mulheres negras), mais de 50% das crianças nascidas não têm pai reconhecido: essas crianças são “filhas do Estado”, no sentido em que são filhas-de-puta. O voto da mulher conduziu o Estado à bancarrota, por um lado, e por outro lado, instituiu a figura icónica do filho de pai incógnito — e tudo isto realizado com orgulho feminista. E são essas mesmas desconchavadas morais que defendem agora a ideia de que “a culpa é do homem branco que não deveria ter direito a voto”. Pois que seja: chegou a hora de assumirmos que a mulher não pode votar.

zimbabwe-farmer-evicted-web

Na Zâmbia, onde uma grande parte dos agricultores são machos brancos, a produção agrícola atingiu máximos históricos em 2016:

“MAIZE output has increased to 3.3 million tonnes in the current harvesting season, the highest production recorded in Zambia’s history.

Agriculture minister Wylbur Simuusa said this afternoon that the production of rice, millet, groundnuts and tobacco has also increased this season compared to the last season.

He said the country’s maize production rose 32 percent in the 2013/2014 season from 2.5 million tonnes in the 2012/2013 season on the back of improved yields, area planted and increased investment in the sector, signalling a possible sharp drop in mealie-meal prices.”

Mugabe’s White Farmers Reap 3.3 Million Tonnes of Maize In Zambia While Zim Starves

Enquanto isso, no Zimbabué de Mugabe o povo passa fome depois da expulsão dos homens brancos agricultores. E, na África do Sul, prepara-se um movimento político de nacionalização das terras e expulsão os agricultores brancos, tal como reconhece a tal Shelley Garland:

“This redistribution of the world’s wealth is long overdue, and it is not just South Africa where white males own a disproportionate amount of wealth. While in South Africa 90 percent of the country’s land is in the hands of whites (it is safe to assume these are mainly men), along with 97 percent of the Johannesburg Stock Exchange, this is also the norm in the rest of the world.”

A mulher tem, em geral (salvo excepções) e em média, um coeficiente de inteligência baixo (ou mais baixo do que a média do homem). Por isso, o voto da mulher deve ser restrito.

Sexta-feira, 15 Abril 2016

Sobre Portugal e o Euro

Filed under: economia — O. Braga @ 11:48 am
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A economia não é uma ciência exacta, ou melhor, não pode ser sujeita literalmente ao método das ciências da natureza — tal como acontece também com as chamadas “ciências sociais”. Obviamente que em economia há estatísticas que permitem estabelecer algumas leis; mas essas estatísticas são feitas no passado, e as variáveis são de tal forma vastas que qualquer previsão económica corre sempre muitos riscos de falhar.

Um Insurgente refere-se aqui a uma entrevista de João Ferreira do Amaral em que este defende a saída de Portugal do Euro.

Europa do Euro 400 webNão há qualquer garantia de que se Portugal permanecer no Euro, ou se Portugal sair do Euro, o nosso país terá um futuro mais risonho.

Permanecer do Euro ou sair dele é uma decisão política — porque as estatísticas de 15 anos de Euro revelam que as vantagens e desvantagens da permanência de Portugal no Euro se equivalem. Já não estamos aqui a falar de economia, mas antes de opções políticas e, obviamente, ideológicas.

João Ferreira do Amaral mencionou alguns factos (e contra factos não há argumentos). Por exemplo, com Portugal no Euro a crescer entre 1% e 1,5%, o país não tem viabilidade; é um país que não tem futuro. Este é um facto matematicamente verificável, em função do valor da dívida total do país. Quem defende, ainda assim, a permanência de Portugal no Euro, toma uma opção política, e não económica: sacrifica determinados valores para beneficiar outros valores.

Por outro lado, também não há quaisquer garantias de que, saindo Portugal do Euro, Portugal começaria automaticamente a crescer 3% por ano, permitindo assim o pagamento da dívida e juros, o decréscimo do desemprego e a sustentabilidade das despesas do Estado. Mas a experiência demonstra-nos que a permanência de Portugal no Euro levou ao endividamento e à descapitalização da economia portuguesa. Isto são factos. Porém, a experiência demonstra-nos que o soberanismo, entendido apenas isoladamente e sem uma renovação cultural, não é garantia de crescimento económico (como podemos ver no actual Brasil de Dilma).

Permanecer no Euro ou sair dele é escolher entre dois males — porque não há qualquer garantia de que cada um deles funcione para um melhor Portugal futuro. É uma decisão política que esta geração de políticos terá que assumir, para o bem ou para o mal de Portugal, e que ficará para a História.

Sexta-feira, 11 Março 2016

Assobiar e chupar cana

Filed under: economia — O. Braga @ 9:51 am
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O BCE [Banco Central Europeu] pretende que os Bancos assobiem e chupem, ao mesmo tempo. O dinheiro não circula, porque os custos potenciais de circulação do dinheiro são superiores ao prejuízo de ter o dinheiro parado.

Por exemplo, eu prefiro ter um carro usado do que vendê-lo a crédito ao mendigo profissional que me pede uma moeda na rua: o prejuízo de ver o meu carro desvalorizar com a passagem do tempo é inferior ao prejuízo potencial de vendê-lo a quem eu penso que não o pode pagar.

Imaginemos um cano de água na nossa cozinha: tem um furo, e pinga água. Por mais água que metamos no cano, o furo não deixa de pingar. Ou seja, injectar mais dinheiro no sistema monetário não resolve o problema que o estrangula.

Imaginemos, também, caro leitor, que V. Exª acredita que o dinheiro valerá no futuro o mesmo que vale hoje; ou seja, tem a certeza de que a economia não muda. V. Exª seria estúpido se poupasse ou se investisse o seu dinheiro na economia real — porque se o dinheiro vale hoje o mesmo que valerá certamente amanhã, o mote será o carpe Diem: “bota e vira” a gastar! Ou seja, em vez de criar riqueza, o dinheiro destrói a economia e a possibilidade de criação de riqueza.

¿Qual a solução para o problema?

Este problema do Euro tem que ser resolvido nível nacional, em cada país do Euro. Não há “uma solução para todos”. A Finlândia, por exemplo, começa a discutir a sua permanência no Euro, porque esse país está em recessão há quatro anos seguidos; como não pode desvalorizar o Euro, a Finlândia está a cortar nos salários como forma de equilibrar a sua competitividade nas exportações.

Em Portugal, a situação é mais complicada. A saída do Euro (sem alívio da dívida) levaria a um novo PREC [Processo Revolucionário em Curso] elevado ao cubo, e possivelmente a um golpe-de-estado.

Domingo, 10 Janeiro 2016

Pedro Arroja sobre a política bancária europeia

Filed under: economia,Portugal — O. Braga @ 11:10 am
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Sábado, 19 Dezembro 2015

A minha posição acerca da TAP

Filed under: economia — O. Braga @ 10:54 am
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Há três coisas em relação às quais sou contra a privatização: a privatização da água, a privatização da REN (Rede Eléctrica Nacional), e a privatização da TAP que não tenha como accionistas cidadãos portugueses. De resto, podem privatizar tudo.

Qualquer contrato de venda da TAP tem que ter como condição que os seus proprietários privados sejam maioritariamente portugueses, por um lado, e que qualquer alienação do capital maioritário da TAP a estrangeiros implique automaticamente o processo de inversão da privatização.

No caso dos actuais proprietários privados da TAP, a maioria do capital pertence (formalmente) a um cidadão português. E, portanto, não há problema nenhum — senão o de assegurar contratualmente que a venda do capital português da TAP a estrangeiros terá como consequência a renacionalização da empresa.

Quinta-feira, 10 Dezembro 2015

Pela defesa do fim das PPP (Parcerias Público-privadas) nas auto-estradas portuguesas

Filed under: economia,Política,Portugal,PPP — O. Braga @ 9:33 am

 

“O Bloco de Esquerda entregou já na AR um projecto lei para acabar com as portagens na A22, a Via do Infante, no Algarve. A seguir apresentará proposta idêntica para a A23. O PCP anunciou também projectos de recomendação para pedir o fim das portagens na A22, A23 e A24. Pelo seu lado o Governo fez saber que não está disponível para abolir qualquer portagem”.

Pagar ou não pagar portagens, eis a questão…

O problema não é o de não pagar portagens. É claro e evidente que as portagens têm que ser pagas!

O problema é o de saber se o Estado tem que dar de mamar às empresas privadas. Vejo por aí muitos liberais de pacotilha (por exemplo, o Insurgente) a defender a ideia segundo a qual o Estado deve dar de mamar aos privados. São liberais de vez em quando, quando lhes dá jeito.

Vou dar um exemplo do que pretendo dizer.

Combinei com um cliente espanhol, que mora em Madrid, um encontro na fronteira, em Vilar Formoso. Eu paguei 21,65 Euros de portagens do Porto a Vilar Formoso, e espanhol, de Madrid a Vilar Formoso pagou 9 Euros de portagens. As distâncias percorridas são praticamente as mesmas (313 quilómetros e 329 quilómetros).

¿Por que razão o português tem que pagar o dobro do espanhol em portagens para percorrer a mesma distância?

Resposta: os concessionários privados das auto-estradas portuguesas andam a mamar à custa do Estado através das PPP (Parcerias Público-privadas) que tem margens de renda extraordinárias.

O exemplo que dei acima é absolutamente verdadeiro. Por isso, a conclusão que qualquer mente lúcida deve chegar é a seguinte: ou os privados compram a participação do Estado nas PPP (Parcerias Público-privadas) das auto-estradas (e cobram as portagens que quiserem, e o Estado concentra-se nas alternativas de percursos), ou o Estado compra a participação dos privados nas ditas cujas. O que não pode continuar é esta “mama desenganada e desenfreada” à custa do contribuinte. Mas os liberais de pacotilha continuam a defender que o Estado é essencial para dar de mamar às empresas privadas.

Domingo, 6 Dezembro 2015

O casamento é hoje uma amizade permitida pela polícia

 

O casamento foi uma instituição, passou a ser um contrato, e hoje é uma espécie de amizade permitida pela polícia.

casamento gay 300 webO casamento não é, hoje, sequer um contrato — porque um contrato, por definição, implica a existência de uma promessa mútua entre os contratantes em relação ao futuro, e uma penalização para quem não cumpre essa promessa.

Com o divórcio unilateral implementado pela Esquerda através do imoral José Sócrates, a noção de “contrato” já não se aplica ao casamento. O argumento da necessidade do “casamento” gay foi o pretexto para a erradicação do contrato do casamento do quadro legal.

O problema é o de que o fim do contrato do casamento que fundamenta a família, tem repercussão na economia — porque o fim do contrato que organiza a família tem consequências na cultura antropológica que está no centro da economia política.

São as regras e o cumprimento de promessas (os contratos) que tornam o mundo mais previsível e permitem o funcionamento da economia. Se o contrato fundador da sociedade (o casamento) é retirado da lei, não existe qualquer motivo racionalmente fundamentado para que se respeitem quaisquer outros contratos.

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