perspectivas

Terça-feira, 28 Junho 2022

Temos muito trabalho de “limpeza” pela frente

Filed under: família,José Pacheco Pereira — O. Braga @ 4:19 pm

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Este tipo de gente tem que ser erradicado da nossa cultura.

(Fonte: Ler em ficheiro PDF, “Tirada Algo Infeliz”, artigo de Narciso Mendes no Diário do Minho de 04/04/2022)

Terça-feira, 14 Maio 2024

O simulacro contemporâneo e pós-modernista de “ciência” [Ben Dupré]

Filed under: filosofia,Helena Serrão,metafísica — O. Braga @ 7:48 am

A filosofia da ciência necessita de filósofos sérios, de gente honesta. Não é o caso de Ben Dupré, que a professora Helena Serrão cita aqui.

cientismo webNo referido texto, o dito cujo começa por dizer que o universo “tende para o infinito”. O verbo “tender” significa que, a priori, não há certeza (científica) de que o universo é infinito, ou não. “Tender” significa “possibilidade”, ou “verosimilhança”.

Porém, mais adiante no mesmo texto, o cujo dito já diz que “Deus não se cansa de fazer as coisas sem fim” — assumindo agora que o universo já é infinito. É a “evolução” moderna da lógica.

Ou seja, o Ben Dupré tende para a estupidez, o que, na “lógica” dele, significa que ele é, de facto, estúpido.

É necessária muita fé para acreditar que, em um universo em que “há um padrão de coisas existentes” (sic) e em que “há leis de causa / efeito produzidas pela própria natureza da matéria” (sic) — todo esse universo não tem qualquer Causa.

Só um idiota contemporâneo, travestido de filósofo, teria tanta fé. É preciso ter mais fé para acreditar num mundo ordenado mas desprovido de qualquer Causa, do que a fé necessária para acreditar em Deus.

ciencia-milagre web

Bacon escreveu que “desde que o homem percebe um pouco de ordem nas coisas, supõe imediatamente muito mais”.

E Einstein escreveu o seguinte [“Wörte in Zeit und Raum”, 1999, p92]:

“¿Acha estranho que se considere a compreensibilidade do mundo como milagre ou como mistério eterno?

Na realidade, a priori, deveria esperar-se um mundo caótico que não se pode compreender, de maneira alguma, através do pensamento. Poderia (aliás, deveria) esperar-se que o mundo se manifeste como determinado, apenas na medida em que intervimos, estabelecendo ordem. Seria uma ordem como a ordem alfabética das palavras de uma língua. Pelo contrário, a ordem criada, por exemplo, pela teoria da gravidade, de Newton, é de uma natureza absolutamente diferente. Mesmo que os axiomas da teoria sejam formulados pelo ser humano, o sucesso de um tal empreendimento pressupõe uma ordem elevada do mundo objectivo, que, objectivamente, não se podia esperar, de maneira alguma.

Aqui está o “milagre” que se reforça cada vez mais com o desenvolvimento dos nossos conhecimentos. Aqui está o ponto fraco para os positivistas e os ateus profissionais.”

Mais adiante:

“A ciência só pode ser feita por pessoas que estão completamente possuídas pelo desejo de verdade e compreensão. No entanto, esta base sentimental tem a sua origem na esfera religiosa. Isto inclui também a confiança na possibilidade de que as regularidades que valem no mundo do Existente sejam razoáveis, isto é, compreensíveis à Razão. Não posso imaginar um investigador sem esta fé profunda. É possível exprimir o estado das coisas através de uma imagem: a ciência sem religião é paralítica, a religião sem ciência é cega” (idem).

O que é espantoso não é a fé do idiota Ben Dupré: é o facto de a professora Helena Serrão o citar acriticamente amiúde. Citar um idiota deste calibre, de forma acrítica, certamente não beneficia os alunos dela.

Segunda-feira, 13 Maio 2024

A dialéctica é fio dental no ânus do esquerdista

Filed under: Esquerda,esquerdalho,esquerdopatia — O. Braga @ 1:40 pm

O estafermo Augusto Santos Silva, a propósito dos crimes dos ciganos, escarrou, do alto do seu púlpito, que “em Portugal não há responsabilidades criminais colectivas”.

A jornaleira Cristina Roldão alardeia, no pasquim Púbico, o fúfio argumento segundo o qual “os portugueses têm responsabilidade colectiva em relação aos crimes do colonialismo”.

A dialéctica do esquerdalho é assim: quando os exploradores desaparecem, os explorados dividem-se entre exploradores e explorados.

Seja de uma maneira, ou de outra, estamos sempre f*d*dos. É a dialéctica, idiota!

Domingo, 12 Maio 2024

O Anselmo Borges e a doença cultural do inclusivismo radical

Filed under: Anselmo Borges — O. Braga @ 8:56 am
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A palavra “inclusivismo” não existe no dicionário; mas deveria existir, por oposição ao substantivo “exclusivismo”, que existe no mesmo dicionário.

“Inclusivismo” pode ser definido como “qualidade daquilo que é inclusivo”; “espírito de inclusão”; “prática que inclui ou pretende incluir outros”.


Assim como o exclusivismo radical conduz ao choque entre seres humanos e entre culturas, o inclusivismo radical — demonstrado aqui pelo Anselmo Borges — conduz a idênticas consequências. Por exemplo: o Bem e a Beleza, que normalmente se complementam e/ou se harmonizam, excluem-se mutuamente se o Bem serve de pretexto para a inveja, e a Beleza serve de pretexto para a luxúria.

Escreve, o Anselmo Borges :

“Assim, o crente, o agnóstico, o ateu, em vez de se excluírem, devem encontrar-se e enriquecer-se mutuamente num conflito dialógico de razões, e, por paradoxal que pareça, num diálogo sincero e aberto, concluirão que há entre eles muito mais sintonias do que poderiam supor à primeira vista.”

Ora, é objectivamente impossível que um ateu e um católico praticante se encontrem para se “enriquecerem mutuamente num conflito dialógico de razões”: isto só passa pela cabeça de alguém que padece de uma doença cultural contemporânea a que podemos chamar de “inclusivismo radical” que, em parte, advém do sincretismo religioso pós-modernista que acredita que é possível harmonizar (maçonicamente), por exemplo, as mundividências de um mufti maomedano, por um lado, e de um pároco católico, por outro lado.

Por exemplo: um “encontro” entre o matemático e professor universitário católico John Lennox, por um lado, e o zoólogo ateu Richard Dawkins, por outro lado — não teria nunca, jamais, como corolário, “o enriquecimento mútuo em um conflito dialógico de razões”: este encontro teria apenas como vantagem o possível esclarecimento dos espectadores que assistissem a esse “conflito dialógico de razões”.

Uma coisa é a coexistência, pacífica por natureza; outra coisa é o inclusivismo contra-natura.

Esta mania da inclusividade radical é uma forma de expressão cultural de um relativismo doentio, porque pretende tornar sincréticos, e complementares, doutrinas e mundividências que se excluem radicalmente (basta lermos o Alcorão e o Novo Testamento, para vermos a diferença inconciliável); seria como pretendêssemos elaborar um sincretismo doutrinal entre o marxismo, por um lado, e o a escola austríaca de economia, por outro lado: uma impossibilidade objectiva. Mas, para o Anselmo Borges, provavelmente é possível o sincretismo ideológico entre Karl Marx e Ludwig Von Mises.

O que o Anselmo Borges pretende (Vanitas vanitatum et omnia Vanitas), com este inclusivismo radical, é que o vejam como um “Padre modernaço”, progressista, arejado, avesso a velharias e ao ranço da cultura antropológica, um homem de vistas largas que ambiciona que o povo o repudie e que a imprensa o elogie, liberal na mundividência — Fernando Pessoa escreveu: “para se ser liberal é preciso ser-se inimigo do povo, não ter contacto nenhum com a alma popular, nem a noção das noções instintivas que lhe são naturais e queridas” (“Do Sufrágio Político e da Opinião Pública”).

Sábado, 11 Maio 2024

A Esquerda puritana, progressista e igualitarista, e o Princípio de Pareto

Filed under: Esquerda,Purificacionismo,Puta que os pariu — O. Braga @ 7:12 am
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O Princípio de Pareto, baseado na observação empírica da realidade, constata que (mutatis mutandis) 80% dos efeitos derivam de 20% de causas. Wilfredo Pareto constatou, por exemplo, que 80% das terras em Itália pertenciam a 20% da população; ou que apenas 20% das ervilheiras do seu jardim continham 80% das ervilhas.
Hoje sabemos empiricamente, por exemplo, que 80% das vendas de uma empresa são realizadas em cerca de 20% dos clientes. Ou que 80% das reclamações recebidas em um empresa vêm de 20% dos clientes; ou que 80% dos lucros de uma empresa têm origem em 20% dos empregados; ou que 80% das vendas de uma empresa são realizadas por apenas 20% dos vendedores.

Portanto, a diferenciação produtiva é inerente à própria realidade empiricamente verificável.

A elite progressista e igualitarista de Esquerda (passo a redundância), não nega explicitamente a realidade constatada empiricamente pelo Princípio de Pareto: estes aspirantes à elite apenas pretendem ocupar o lugar social dos privilegiados (pretendem ser eles os privilegiados, e não os que são garantidos pela Lei Natural e pelo Princípio de Pareto)— não por mérito próprio, mas por usurpação de direitos alheios; pretendem criar uma elite alternativa à existente, que se baseie, não nos méritos próprios, mas na legitimidade do uso da força bruta do Estado para o exercício de uma tirania anti-natura e puritana.

“Um direito digno desse nome não pode ser um direito que caduca quando a força bruta do Estado acaba” [Rousseau].

O que a Esquerda progressista e igualitarista pretende é a instituição e legitimação de uma força bruta do Estado que lhes garanta um estatuto de privilégio que escape à lei natural e, neste caso, ao Princípio de Pareto. São os herdeiros do narcisismo exacerbado dos puritanos do século XVII e dos gnósticos da Antiguidade Tardia: assumem, para si próprios, um estatuto divino, consideram-se (a si mesmos) uma espécie de semi-deuses.

“O gnosticismo é um sistema de crenças que nega e rejeita a estrutura da realidade, particularmente a realidade da natureza humana, e substitui-as por um mundo imaginário construído por intelectuais gnósticos e controlado por activistas gnósticos.”

— Eric Voegelin, “A Nova Ciência da Política”, 1952


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Tal como aconteceu com os puritanos [principalmente os calvinistas e derivados] do século XVII, os puritanos actuais (a Esquerda progressista e igualitarista) assumem que:

1/ a imperfeição da Natureza Humana (e de todas as criações humanas) resultam de uma sociedade injusta e imperfeita [“a culpa é da sociedade”];

2/ o mundo é defeituoso e falho, mas o Homem pode torná-lo perfeito ou, pelo menos, impôr um “mundo melhor” contra, ou apesar da Natureza Humana;

3/ o puritano exige, de si mesmo, um auto-julgamento elitista e uma abnegação própria de uma religião política (ideologia);

4/ o puritano é um individualista que despreza a individualidade — na medida em que a soteriologia puritana depende ou da sua relação directa com Deus (no caso dos puritanos do século XVII), ou do seu estatuto auto-assumido de privilegiado ontológico (a auto-assumida “elite da sociedade”, cuja salvação hic et nunc, imanente e histórica, está ontologicamente garantida). O novo puritano não padece de sentimento de culpa, porque “está salvo” (soteriologia) em função da auto-assunção do seu próprio estatuto salvífico.

5/ a experiência da conversão à doutrinaideologia) e consequente salvação imanente (soteriologia histórica) deu — ao puritano progressista e esquerdista militante — privilégios especiais, mas exige obrigações especiais.

6/ As obrigações especiais incluem a imposição (à sociedade inteira), por parte dos puritanos, de uma nova moral que exige uma obediência política rígida, mesmo tirânica.

novos puritanos web

As leis proibicionistas, próprias dos puritanos e dos progressistas actuais, resultam da auto-presunção de superioridade moral dos puritanos (os do século XVII e os do século XXI).

No século XVII, os puritanos invocavam o Livro do Apocalipse para anunciar o fim do mundo. Os puritanos actuais, por exemplo com a profetisa Greta Thunberg e os seus milhões de acólitos, invocam a “ciência das certezas absolutas” (cientismo) para anunciar o fim dos nossos dias devido às “filhas e filhos da perdição” (a Direita).

Os puritanos [os da Antiguidade Tardia, do século XVII e do século XXI (estes últimos, os puritanos secularistas)] são predestinados, receberam os “frutos do espírito”.

O puritanismo, no seu sentido negativo, é, hoje, menos comum entre os calvinistas do que entre os progressistas esquerdistas (passo a redundância) que transportam a tradição puritana de forma inconsciente: os puritanos contemporâneos (o esquerdopatas) emulam as características emocionais e emotivas dos seus precursores do século XVII: um moralismo novo e considerado “superior” (o Wokismo que, por exemplo. legaliza o aborto generalizado de seres humanos mas proíbe as touradas), e o prazer imenso em apontar os pecados aos outros (os de quem discordam), e o amor dedicado à “caça às bruxas” (Cancel Culture).

Os puritanos progressistas e secularistas actuais têm os defeitos dos puritanos do século XVII, mas não têm as suas virtudes.

Quinta-feira, 9 Maio 2024

A Esquerda, a Isabel Moreira, a traição do Celinho, e a inversão do sujeito / objecto

Uma das características da mente revolucionária (puritanismo neognóstico) é a inversão do sujeito/objecto (inversão do ónus da prova e inversão da culpa) : tanto no nazismo como no comunismo, a culpa dos actos de horror causados pelos revolucionários é sempre das vítimas, porque (alegadamente) estas não compreenderam as noções revolucionárias que levariam ao inexorável futuro perfeito e destituído de qualquer “mal”.

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Segundo a propaganda revolucionária, as vítimas dos revolucionários não foram assassinadas: antes “suicidaram-se”, e a acção da mente revolucionária é a que obedece, sem remissão, a uma verdade dialéctica imbuída de uma certeza científica que clama pela necessidade desse futuro sem “mal” ― portanto, a acção da mente revolucionária é impessoal, isenta de culpa ou de quaisquer responsabilidades morais ou legais nos actos criminosos que comete.

Segundo a mente revolucionária, as pessoas assassinadas por Che Guevara ou por Hitler, foram elas próprias as culpadas da sua morte (“suicidaram-se”), por se terem recusado a compreender a inexorabilidade do futuro sem “mal” de que os revolucionários seriam simples executores providenciais.

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Quando o pseudo presidente da república veio dizer que o povo português deveria pagar reparações históricas (dinheiro) às ex-colónias (falácia de Parménides), e o CHEGA iniciou posteriormente um processo político e judicial de traição à Pátria — a Esquerda (que inclui o Partido Socialista de Isabel Moreira) diz que o CHEGA incorre em crime de difamação: é a inversão revolucionária do sujeito/objecto: a culpa é das vítimas das invectivas do presidente da república senil, e de quem defende os interesses do povo, nesta contenda.

Terça-feira, 7 Maio 2024

A igualdade vs. igualitarismo

Filed under: Absolutismo Político,igualdade,igualitarismo — O. Braga @ 7:06 pm

Antes de mais, temos que saber o que significa “igualdade”. Vamos colocar a seguinte definição comummente aceite:

“Igualdade é o princípio segundo o qual, os indivíduos no seio de uma comunidade política, devem ser tratados da mesma maneira”.

Esta definição é vaga — porque uma sociedade pode admitir pelo menos dois tipos de igualdade.

  • A igualdade perante a lei, que se opõe aos privilégios arbitrários: este tipo de igualdade baseia-se, em juízo universal, em uma ideia de igualdade natural (jusnaturalismo) entre os homens — o que não significa que todos os cidadãos tenham o mesmo Poder ou as mesmas características, mas que têm todos uma dignidade igual.
  • A igualdade social (Karl Marx). O pensamento marxista acerca da igualdade orienta-se na direcção de um igualitarismo que procura igualar os meios e as condições de existência.

Ora, é à igualdade social, ou igualitarismo, que se refere este texto.

Acerca deste assunto, ler “A Confusão da Igualdade”.


Mesmo na Idade Média, os privilégios concedidos a um personagem poderiam ser-lhe legalmente retirados a qualquer momento (enquanto houve Cortes, ou seja, até D. Pedro II).

Portanto, a ideia segundo a qual “não havia igualdade na Idade Média” é, no mínimo, equívoca. A diferença é que, hoje, os privilégios (da elite) estão catalogados em lei, ao passo que na Idade Média os privilégios dependiam principalmente dos humores das classes superiores (nobreza e clero).

Um sintoma de que Portugal vive hoje em uma emulação do Absolutismo monárquico é, por exemplo, quando o presidente da república considera legítimo o privilégio de conceder ao seu próprio filho a possibilidade de gastar 4 milhões de Euros do erário público, no Serviço Nacional de Saúde, com duas gémeas estrangeiras que adquiriram a nacionalidade portuguesa num prazo de 14 dias. Ora, este privilégio de Marcelo Rebelo de Sousa não consta no catálogo dos privilégios admitidos por lei: trata-se de uma espécie de privilégio de monarca absolutista.

Wishful Thinking da "Direitinha"

“Pareceu-me que o Chega estava a fazer um caminho que o poderia levar a primeiro partido da direita. Estou a rever essa ideia, porque a ânsia de crescimento, o excesso de apetite, a vertigem da velocidade têm destas coisas ingratas: quando se atiram 100 protestos para o ar pelo gosto de protestar contra o que seja, incorre-se no risco grave, aliás, na sólida certeza de alienar quem, afinal, é alvo de 50 deles. Com as posições tomadas recentemente penso que o Chega chegou ao seu melhor resultado em março, e começará agora a minguar muito depressa.”


Uma coisa que os direitinhas não gostam é de ser direitolas… Até lhes convém escrever “Março” com letra minúscula, não vá a Esquerda criticar. Em contraponto, escrevem “Direita” em minúsculas.

Os direitinhas consideram o PSD um partido “de direita”; e o CDS da Assunção Cristas, também — já não falando no CDS de Nuno Melo que quer enviar insurrectos para as Forças Armadas.

Os direitinhas andam desesperados… o povo abriu a pestana… ou melhor: já lhes viu o cu.

É a nova geração de progressistas direitosos e campeões dos direitos de braguilha.

Prefiro a bala marxista a uma palmadinha nas costas da "Direitinha".

Sábado, 4 Maio 2024

O cepticismo, e o império do subjectivismo pós-moderno

Filed under: David Hume,filosofia,Kant — O. Braga @ 6:33 pm
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“Não seria irracional que um homem preferisse a destruição do mundo, a uma esfoladela no seu dedo.”

→ David Hume


bertrand-russell-300-webEu estudei a História da Filosofia Ocidental, da autoria de Bertrand Russell. Sublinho: estudei; e há muito tempo. Estudar um livro é diferente de lê-lo. Tenho duas edições do dito livro: uma, para colocar na estante, impecável, sem pó; e outra, para rabiscar e sublinhar, desconjuntado. Normalmente é assim que faço: compro dois exemplares dos livros de filosofia.

A minha grande divergência em relação a Bertrand Russell não é apenas na ética, em geral, mas principalmente nos fundamentos da ética. Bertrand Russell — assim como Richard Dawkins — não consegue fundamentar a ética senão nos costumes que podem mudar a cada geração. Mas, em relação à Razão (racionalidade) e à Lógica, é difícil estar em desacordo com ele.

A ética, ou seja, os valores morais, devem ser 1/ universais, 2/ fundamentados racionalmente, 3/ ter uma validade intemporal e 4/ serem identificáveis nas suas características principais.

Ora, nestes quatro requisitos da ética, Bertrand Russell falha sistematicamente.

Neste texto de Bertrand Russell, transcrito pela professora Helena Serrão, um céptico (Bertrand Russell) critica outro céptico (David Hume). Porém, e daquilo que li de Bertrand Russell, o cepticismo deste é diferente do cepticismo de David Hume.

O cepticismo de Bertrand Russell é mais parecido com o da doutrina do grego Pirron de Élis (cepticismo pirrónico) que afirma que não podemos ter a certeza de alcançar a Verdade — mas que não nega a possibilidade da existência da Verdade.

Não devemos confundir a “dúvida céptica”, que tem por objectivo uma suspensão definitiva da opinião (David Hume), por um lado, e, por outro lado, a “dúvida metódica” (praticada por Descartes) que é provisória e estabelecida visando a descoberta da Verdade.

O referido texto é paradigmático desta diferença entre estes dois tipos de cepticismo. Porém, o cepticismo de Hume (ao contrário do que diz Bertrand Russell) não foi precedido por Kant e Hegel, quanto mais não seja por esta ideia ser anacrónica: o cepticismo de Hume já advém (evoluiu de) de Montaigne, e depois de Hobbes.


«Segundo este cepticismo muito moderno [de Hume], a faculdade humana do conhecimento é uma coisa que contém conceitos, e já que ela não tem senão conceitos, não pode atingir as coisas que estão fora [desses conceitos].

(…)

Nenhum ser racional iria imaginar que pelo facto de “possuir” a ideia de uma coisa, ele possui igualmente essa coisa. Portanto, este cepticismo não é bastante consequente para mostrar, ao mesmo tempo, que nenhum ser racional não deva imaginar que possui uma ideia.

Com efeito, a ideia é também qualquer coisa; portanto, o ser racional não pode ter senão a ideia da ideia, e não a própria ideia; nem mesmo a ideia da ideia, porque esta ideia na segunda potência seria, portanto, a ideia da ideia, até ao infinito.»

[Hegel, “A Ciência da Lógica”]


A ideia de Russell segundo a qual “Kant e Hegel podem ser refutados com argumentos humeanos” é, ela mesma, irracional. Bertrand Russell “embarra” sistematicamente com as tautologias próprias da Existência — a começar pelo empirismo que ele tanto defende.

Eu também defendo a racionalidade do empirismo, mas este entendido como uma dimensão necessária da existência que não elimina, per se, a necessidade de outras dimensões da existência — ao passo que Russell pretendia reduzir a realidade inteira ao empirismo — incluindo a dimensão da matemática (dedução), através da teoria do Logicismo (de Russell e Whitehead).

Porém, o texto referido de Bertrand Russell tem o condão de explicar o Império do Subjectivismo (e da irracionalidade, que volta a estar na moda) que governa a nossa actual cultura pós-moderna.

A ‘Direita moderada’ do Henrique Pereira dos Santos

Filed under: CHEGA,direitinha educadinha,Esta gente vota — O. Braga @ 4:15 pm

Confesso que tenho dificuldade de entender o arquétipo racional do Henrique Pereira dos Santos, expresso em dois artigos: o primeiro, faz lembrar o esquerdista que, perante alguém de Direita que diz que “2+2=4”, lhe pergunta: “¿o que é que tu ganhas ao defender essa conclusão?”

“João Miguel Tavares estará a tirar conclusões demasiado cedo e, parece-me, a admitir como certa uma hipótese: a de que o Chega está preocupado com o país e não com a sua necessidade de rapidamente passar a partido dominante da direita.”

Quando está em causa o CHEGA, a racionalidade de qualquer posição política deste partido é sempre colocada em causa por uma qualquer motivação de ganho.

O Henrique Pereira dos Santos faz parte da elite de comentadeiros que têm errado o alvo sistemicamente em relação ao CHEGA. Mas continuam a acreditar; a esperança é a última a morrer.

O conceito de “Direita moderada”, do Henrique Pereira dos Santos, não tem definição. É um conceito sem noção. ¿O que é “Direita moderada”? Quem souber, que defina. Eu não sei.

Porém, chamo à atenção para a Lei de O’Sullivan: de acordo com o jornalista britânico John O’Sullivan, há uma lei segundo a qual uma qualquer organização ou instituição, que não se defina claramente como sendo de Direita nos seus princípios (éticos, políticos, culturais), com a passagem do tempo acaba sempre e invariavelmente por cair na Esquerda.

Segundo a Lei de O’Sullivan, a “Direita moderada” é a Direita educadinha e fofinha. É desta Direitinha que o Henrique Pereira dos Santos gosta (e a Esquerda também gosta), na esteira comportamental de Paulo Portas e Assunção Cristas.

No segundo artigo, o Henrique Pereira dos Santos defende implicitamente a ideia segundo a qual o conceito de “utilizador / pagador”, aplicado por exemplo nas SCUTs, deve ser eterno. Está implícito, na argumentação dele, que o princípio “utilizador / pagador” deve ser válido mesmo que as SCUTs tenham sido pagas 10 vezes, pelos contribuintes.

Se levarmos o princípio “utilizador / pagador” (segundo Henrique Pereira dos Santos) ao seu corolário lógico, todas as estradas portuguesas deveriam ter portagens, independentemente de existirem desde há 100, 50, ou 2 anos.

A filha-da-putice do grande filho-de-puta

Filed under: Marcelo Rebelo de Sousa — O. Braga @ 1:45 pm

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“O Governo são-tomense vai pedir a Portugal a reparação dos danos morais da colonização, disse à Lusa a ministra da Educação, Cultura e Ciência do arquipélago, adiantando que o assunto será discutido hoje no Conselho de Ministros.”

Governo são-tomense vai pedir a Portugal reparação de danos da colonização

o filho de puta web

Quinta-feira, 2 Maio 2024

Pobre Portugal. Até os espanhóis nos pedem reparações.

Filed under: A vida custa,Portugal — O. Braga @ 3:47 pm

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Um dia destes veremos a União Europeia a pedir-nos reparações.

Quarta-feira, 1 Maio 2024

É esta merda de gente que é glorificada e celebrada pelo Sistema

Filed under: Isabel Moreira,Partido Socialista,Pós-modernismo — O. Braga @ 6:50 pm

Isabel Moreira é especial- e particularmente nociva para a vida nacional, porque se encontra activa dentro do Partido Socialista, ou seja, dentro de um dos dois partidos que são os pilares do regime político actual.

isabel moreira invejosa

Como bem explicou Jordan B. Peterson neste vídeo, duas das características principais dos pós-modernistas (como é o caso de Isabel Moreira) é a negação da lógica e a recusa de diálogo. Custa-me a aceitar que essa criatura tenha recebido a medalha de ouro da Ordem dos Advogados senão como uma expressão sagrada de Culambismo e Nacional-porreirismo.


“A deputada Isabel Moreira considerou, esta segunda-feira, que “os mesmos que gritam contra o politicamente correto” apressaram-se a apelidar o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, como “traidor”, face às declarações do chefe de Estado sobre a reparação devida pelo passado colonial português. A socialista referia-se ao partido de extrema-direita Chega, cujo líder, André Ventura, anunciou que apresentará um voto formal de condenação na Assembleia da República.”

Chega "grita contra politicamente correcto", mas chama "traidor" a Marcelo


Imagine, caro leitor, a seguinte (hipotética) frase:

«A deputada Isabel Moreira considerou, esta segunda-feira, que “os que gritam contra o politicamente correcto” são os mesmos que, “com uma desfaçatez e hipocrisia inqualificável, vão tomar café, todas as manhãs, ao Chiado”.»

¿Esta frase faz sentido, obedece à lógica? Para a Isabel Moreira, faz sentido; e para os me®dia alinhados, também.

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Estamos em presença, em lógica informal, daquilo a que se chama falácia Ignoratio Elenchi, que consiste em querer fazer provar a veracidade de um argumento ou de um facto, mas em vez disso, o raciocínio da argumentação chega a um conclusão que não prova ou demonstra o facto ou a situação que se pretendia.

Ou seja: em bom português, “o cu não tem nada a ver com as calças”.

Não tem nada a ver o facto de o CHEGA ser contra o marxismo cultural (ou politicamente correcto) e chamar o Celinho de “traidor”. Pelo contrário, o CHEGA é coerente, porque a Oikofobia é uma das características do Etno-masoquismo que nos castra a autonomia e a vontade nacionais. 

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