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Sábado, 11 Maio 2024

A Esquerda puritana, progressista e igualitarista, e o Princípio de Pareto

Filed under: Esquerda,Purificacionismo,Puta que os pariu — O. Braga @ 7:12 am
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O Princípio de Pareto, baseado na observação empírica da realidade, constata que (mutatis mutandis) 80% dos efeitos derivam de 20% de causas. Wilfredo Pareto constatou, por exemplo, que 80% das terras em Itália pertenciam a 20% da população; ou que apenas 20% das ervilheiras do seu jardim continham 80% das ervilhas.
Hoje sabemos empiricamente, por exemplo, que 80% das vendas de uma empresa são realizadas em cerca de 20% dos clientes. Ou que 80% das reclamações recebidas em um empresa vêm de 20% dos clientes; ou que 80% dos lucros de uma empresa têm origem em 20% dos empregados; ou que 80% das vendas de uma empresa são realizadas por apenas 20% dos vendedores.

Portanto, a diferenciação produtiva é inerente à própria realidade empiricamente verificável.

A elite progressista e igualitarista de Esquerda (passo a redundância), não nega explicitamente a realidade constatada empiricamente pelo Princípio de Pareto: estes aspirantes à elite apenas pretendem ocupar o lugar social dos privilegiados (pretendem ser eles os privilegiados, e não os que são garantidos pela Lei Natural e pelo Princípio de Pareto)— não por mérito próprio, mas por usurpação de direitos alheios; pretendem criar uma elite alternativa à existente, que se baseie, não nos méritos próprios, mas na legitimidade do uso da força bruta do Estado para o exercício de uma tirania anti-natura e puritana.

“Um direito digno desse nome não pode ser um direito que caduca quando a força bruta do Estado acaba” [Rousseau].

O que a Esquerda progressista e igualitarista pretende é a instituição e legitimação de uma força bruta do Estado que lhes garanta um estatuto de privilégio que escape à lei natural e, neste caso, ao Princípio de Pareto. São os herdeiros do narcisismo exacerbado dos puritanos do século XVII e dos gnósticos da Antiguidade Tardia: assumem, para si próprios, um estatuto divino, consideram-se (a si mesmos) uma espécie de semi-deuses.

“O gnosticismo é um sistema de crenças que nega e rejeita a estrutura da realidade, particularmente a realidade da natureza humana, e substitui-as por um mundo imaginário construído por intelectuais gnósticos e controlado por activistas gnósticos.”

— Eric Voegelin, “A Nova Ciência da Política”, 1952


individualismo sem individualidade web

Tal como aconteceu com os puritanos [principalmente os calvinistas e derivados] do século XVII, os puritanos actuais (a Esquerda progressista e igualitarista) assumem que:

1/ a imperfeição da Natureza Humana (e de todas as criações humanas) resultam de uma sociedade injusta e imperfeita [“a culpa é da sociedade”];

2/ o mundo é defeituoso e falho, mas o Homem pode torná-lo perfeito ou, pelo menos, impôr um “mundo melhor” contra, ou apesar da Natureza Humana;

3/ o puritano exige, de si mesmo, um auto-julgamento elitista e uma abnegação própria de uma religião política (ideologia);

4/ o puritano é um individualista que despreza a individualidade — na medida em que a soteriologia puritana depende ou da sua relação directa com Deus (no caso dos puritanos do século XVII), ou do seu estatuto auto-assumido de privilegiado ontológico (a auto-assumida “elite da sociedade”, cuja salvação hic et nunc, imanente e histórica, está ontologicamente garantida). O novo puritano não padece de sentimento de culpa, porque “está salvo” (soteriologia) em função da auto-assunção do seu próprio estatuto salvífico.

5/ a experiência da conversão à doutrinaideologia) e consequente salvação imanente (soteriologia histórica) deu — ao puritano progressista e esquerdista militante — privilégios especiais, mas exige obrigações especiais.

6/ As obrigações especiais incluem a imposição (à sociedade inteira), por parte dos puritanos, de uma nova moral que exige uma obediência política rígida, mesmo tirânica.

novos puritanos web

As leis proibicionistas, próprias dos puritanos e dos progressistas actuais, resultam da auto-presunção de superioridade moral dos puritanos (os do século XVII e os do século XXI).

No século XVII, os puritanos invocavam o Livro do Apocalipse para anunciar o fim do mundo. Os puritanos actuais, por exemplo com a profetisa Greta Thunberg e os seus milhões de acólitos, invocam a “ciência das certezas absolutas” (cientismo) para anunciar o fim dos nossos dias devido às “filhas e filhos da perdição” (a Direita).

Os puritanos [os da Antiguidade Tardia, do século XVII e do século XXI (estes últimos, os puritanos secularistas)] são predestinados, receberam os “frutos do espírito”.

O puritanismo, no seu sentido negativo, é, hoje, menos comum entre os calvinistas do que entre os progressistas esquerdistas (passo a redundância) que transportam a tradição puritana de forma inconsciente: os puritanos contemporâneos (o esquerdopatas) emulam as características emocionais e emotivas dos seus precursores do século XVII: um moralismo novo e considerado “superior” (o Wokismo que, por exemplo. legaliza o aborto generalizado de seres humanos mas proíbe as touradas), e o prazer imenso em apontar os pecados aos outros (os de quem discordam), e o amor dedicado à “caça às bruxas” (Cancel Culture).

Os puritanos progressistas e secularistas actuais têm os defeitos dos puritanos do século XVII, mas não têm as suas virtudes.

Quinta-feira, 9 Janeiro 2020

Eu não sei qual é a mais “inculta”: se a cultura que tolera o aborto e a eutanásia , se a cultura que permite as touradas

Uma tal Isabel A. Ferreira — que tem uma série de licenciaturas e PhD’s (no nosso tempo, qualquer burra consegue um qualquer alvará de inteligente) — escreve o seguinte acerca da posição de Caiado Guerreiro no que diz respeito às touradas:


« Qual "cultura"? Está a falar de qual "cultura": a CULTA ou a INCULTA?

Sim, porque as touradas pertencem ao rol das "culturas incultas" que, à medida que a civilização avança, vão sendo abandonadas. »


Eu nunca paguei bilhete para ver uma tourada; mas não admito que a Esquerda (que inclui o PSD de Rui Rio e de José Pacheco Pereira: os mesmos que apoiam a legalização do aborto e da eutanásia em hospitais públicos e pagos com os meus impostos) pretenda proibir o espectáculo público da tauromaquia.

Caiado-Guerreiro-touradas

A “cultura culta”, a que se refere aquela troglodita titulada, é a cultura puritana que aborta à fartazana, pressiona os velhos fragilizados para o suicídio legalizado em hospitais públicos … mas pretende proibir a tourada!.

É com esta cambada de indigentes intelectuais que estamos a lidar.

Hoje, o “pecado” dos puritanos secularistas modernos já não é de natureza sexual (como acontecia com os puritanos dos séculos XVI e XVII) : em vez disso, o “pecado” dos puritanos actuais é a “pegada ecológica”, por um lado, e por outro lado é tudo o que negue as teses animalistas de Peter Singer que equipara os animais ditos “sensientes” em geral, por um lado, ao ser humano, por outro lado.

Uma das características dos puritanos secularistas (tal como aconteceu com os puritanos do século XVII) é a tentação de proibir tudo com que não concordem.

Tudo aquilo com que aquela pobre criatura não concorde é considerado por ela como sendo passível de proibição através da força bruta do Estado — com excepção do aborto e da eutanásia, como é evidente, que, segundo os puritanos secularistas, devem ser liberalizados o mais possível.

Os puritanos secularistas têm características emocionais semelhantes às dos puritanos no tempo de Cromwell: o farisaísmo em relação à imposição coerciva da lei, o moralismo exacerbado e exclusivista, e sobretudo o prazer mórbido de apontar os “pecados” àqueles com quem eles não concordam. Ou seja, os puritanos secularistas têm os vícios dos puritanos do século XVII, mas não têm as suas virtudes.

Eu prefiro viver numa cultura com touradas permitidas por lei, mas que respeite a dignidade da vida humana desde a concepção até à morte, do que viver numa cultura que fomente o aborto e a eutanásia ao mesmo tempo que proíbe as touradas.

Eu não sei qual é a mais “inculta”: se a cultura antropológica  que tolera o aborto e a eutanásia (a tal cultura que aquela criatura defende como sendo legítima), se a cultura antropológica que permite as touradas. [não confundir “cultura intelectual” com “cultura antropológica”].

Claro que o argumento de determinados puritanos secularistas espertalhões (como é o caso do José Pacheco Pereira) é (grosso modo) o seguinte:

“Eu também sou contra o aborto: quero construir uma sociedade perfeita, com uma cultura perfeita. À medida em que a civilização avança, o ser humano caminha para a perfeição, transformando-se em deus”.

Este tipo de argumento historicista, vindo do puritanismo secularista actual, é extremamente perigoso porque legitima a censura política sistémica, por um lado, e por outro lado pretende (hoje) justificar assim a limitação drástica da liberdade de expressão.

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A irracionalidade volta a estar na moda; o Iluminismo está defunto e enterrado.

Hoje, as “elites” (da trampa) são absolutamente irracionais; colocam sistematicamente as emoções acima da racionalidade— só que é um tipo de irracionalismo cujos dogmas não têm qualquer autoridade que lhes assista: os dogmas do puritanismo secularista irracional actual não respeitam qualquer autoridade de direito e/ou de facto.

Sexta-feira, 18 Maio 2018

O Purificacionismo do Anselmo Borges

 

Está muito na moda dizer: “Eu não concordo!; mas não critico…”. Assim ficamos sempre de bem com o mundo. A “tolerância” é assim transformada em “permissividade”.

Por exemplo, quando uma fulana me disse: “Eu não concordo com o aborto, mas não critico quem aborta”. Ou quando o Anselmo Borges diz: “Fulano não concorda com o marxismo, mas diz que o ‘marxismo é fascinante’”. A ideia que se pretende fazer passar à populaça é a de que “se não concordas, cala a boca!” em nome da “tolerância”. Pois eu digo: “se não concordas, bota a boca no trombone!”.


“O diálogo entre os comunistas e os católicos tornou-se possível desde que os comunistas falsificam Marx e os católicos deturpam Cristo” — Nicolás Gómez Dávila

A ideia do Anselmo Borges segundo a qual “sem Karl Marx não haveria uma Doutrina Social da Igreja Católica” (naturalmente que ele diz que “foi o outro que disse isso!, não fui eu!”) é a mesma coisa que dizer, por exemplo, que “sem a revolução burguesa de 1789, não haveria Doutrina Social da Igreja Católica”; ou que “se Jesus não tivesse vivido, não haveria o papa Chico”. Ou que “se a minha bisavó tivesse asas era um Boeing 747”. Só quem não leu a encíclica Rerum Novarum pode dizer que existe uma qualquer recôndita ligação ideológica entre Karl Marx e a Igreja Católica (como insinua o Anselmo Borges).

Para além da “permissividade” de que falei acima, hoje está na moda citar outrem ao mesmo tempo que se diz que “não concordo necessariamente com ele”; ou então cita-se alguém, mas sem qualquer comentário acerca da citação. É uma forma de se transmitir a ideia que se pretende, mas sem se comprometer ideologicamente. Como dizia a Ivone Silva: “Com simples um vestido preto, nunca me comprometo!”. É uma manifestação de esperteza saloia; e, nesta matéria, o Anselmo Borges é pós-doutorado.


Hoje existe disseminada a ideia de queum católico deve ser um marxista mas sem a violência que Karl Marx defendeu”. Ou seja, alegadamente um católico deve ser uma espécie de “marxista pacífico”. Os católicos actuais deturpam Jesus Cristo. É neste sentido estrito que o papa Chico, o cardeal bávaro Marx e o Anselmo Borges, entre outros, são marxistas. Por isso é o cardeal Marx e o Anselmo Borges absolvem o Karl Marx — porque a nova utopia é a de “um marxismo sem violência”.

A falácia do Anselmo Borges e do cardeal Marx revela-se na transposição literal — que ambos fazem — da teoria de Karl Marx que se referia à relação entre o proletariado e o capitalismo industrial, por um lado, para a relação que existe hoje entre os movimentos sociais e o capitalismo global, por outro lado.

O cardeal Marx escreve (com a aquiescência bovina no Anselmo Borges):

“Hoje começamos a ver os efeitos sociais, políticos e ecológicos que o capitalismo mundial, global e desenfreado tem. E a doutrina social católica nunca negou a análise marxista do capitalismo e das ameaças que dele decorrem. Karl Marx obrigou a pensar problemas que não estão resolvidos. Isto vale também para o carácter fetichista da mercadoria e a alienação.”

Vemos ali, no trecho, em primeiro lugar, um esboço de como o marxismo tradicional evoluiu para uma nova ideologia (que é marxista, na sua essência) que já recebeu o nome de “Purificacionismo”, que é uma nova versão puritanista do gnosticismo moderno. Sobre o Purificacionismo falarei com mais detalhe noutra altura.

Mas, em segundo lugar, é absolutamente falso que “a doutrina social católica nunca negou a análise marxista do capitalismo”: basta lermos a encíclica Rerum Novarum para percebermos que o Anselmo Borges mente. E a alusão ao “carácter fetichista da mercadoria e da alienação” revela o carácter puritano da nova ideologia Purificacionista que já contaminou a Igreja Católica através do papa Chico e seus acólitos.


O Anselmo Borges escreve:

« (1) Também se deve a Marx perceber que "o mercado não é tão inocente como se apresenta nos manuais dos economistas; por detrás há enormes interesses".

(2) Ele mostrou que "os direitos humanos, sem partilha material, permanecem incompletos", exigindo-se, portanto, "atender às relações reais concretas". Ao acentuar o empírico, "ele é um dos primeiros cientistas sociais que devem ser levados a sério". »

Há, na citação supra, duas ideias-força que advém directamente de Karl Marx e que caracterizam também o Purificacionismo: a primeira, a de que o interesse pessoal determina as nossas convicções (porque, alegadamente, são os “enormes interesses que estão por detrás” que determinam as convicções acerca do mercado). Ora, crer que o interesse pessoal determina exclusivamente as nossas convicções, converte-se um uma convicção que pode determinar a nossa acção, e de tal modo que o motivo de toda a convicção chega a ser o exclusivo interesse pessoal. Por isto vemos a lógica abstrusa de que parte o Karl Marx, e que os intelectuais marxistas e Purificacionistas seguem; mas as contradições e as incoerências da ideologia são úteis porque emprenham as crenças simples com mistérios gnósticos (ver estimulação contraditória).

A outra ideia-força Purificacionista (e marxista) é a subordinação de toda a realidade à economia — por exemplo, quando Irene Khan, que foi Secretária-geral da Amnistia Internacional, afirmou, em uma entrevista ao Financial Times (21 de Maio de 2005), que

«se quisermos falar hoje de “direitos humanos”, para a maioria das pessoas do mundo isso não significa grande coisa. Falar de “liberdade de expressão” a uma pessoa que não saber ler um jornal, ou falar em “direito ao trabalho” a uma pessoa desempregada; os Direitos Humanos não significam nada a não ser que se mude alguma coisa nestas matérias».

Ora, isto é exactamente o que Karl Marx, o cardeal Marx, o papa Chico e o Anselmo Borges defendem: a subordinação de toda a realidade — social, cultural, política, metafísica, etc. — à economia.

O que é extraordinário na opinião da (então) Secretária-geral da Amnistia Internacional, é a de que o estatuto de “prisioneiro político”, entendido em si mesmo e na sua condição, é insuficiente para merecer uma campanha humanitária quando há gente esfomeada e desempregada que não presta atenção à condição de “prisioneiro político”. Infere-se que, na opinião da criatura, que a Amnistia Internacional não tem meramente que lutar pelos direitos dos prisioneiros políticos, mas sobretudo tem que lutar por uma mudança económica global.

É claro e evidente que o novo clero instalado no Vaticano é marxista! Mas segue a versão marxista actualmente falsificada que é o Purificacionismo. Mas repare, caro leitor: o Purificacionista Anselmo Borges (na linha ideológica do marxismo) defende uma forma de globalismo, embora diferente do globalismo dos neocons americanos, e diferente do globalismo islâmico.

Purificacionistas e os Globalistas do Império estão de acordo em uma coisa: querem acabar com o Estado-Nação e com as identificações nacionais (ou seja, querem acabar com a democracia, porque sem Estado-Nação não é possível a democracia).

Sexta-feira, 11 Maio 2018

A hipocrisia puritana do Júlio Machado Vaz

 

Hoje ouvi na rádio pública (Antena 1, rádio do Estado) o Júlio Machado Vaz insurgir-se contra as touradas e, de uma forma implícita, a defender a proibição das touradas — argumentando, por exemplo, que “a tourada não é uma tradição em Portugal porque, de um total de 308 concelhos, apenas em 40 se realizam espectáculos de tourada” (este argumento é o mais estúpido que alguém poderia conceber: como se uma tradição pudesse ser considerada como tal independentemente da cultura antropológica; como se fosse necessário que a maioria dos concelhos de Portugal tivesse praças-de-touros para que a tourada fosse considerada tradição em Portugal.

julio machado vaz webO Júlio Machado Vaz, que hoje ouvi defender publicamente (implicitamente) a proibição das touradas em nome do alegado “sofrimento do touro”, é o mesmo Júlio Machado Vaz que fez campanha a favor da legalização do aborto gratuito pago pelo Estado (ou seja, abortos pagos por todos os portugueses).

Quando se trata do sofrimento de um ser em que já bate um coração, o Júlio Machado Vaz “chuta para canto”, porque entra em dissonância cognitiva, por um lado; e por outro lado porque ele adopta uma agenda política tenebrosa que pretende substituir uma série de tabus tradicionais e seculares por outros tabus anti-naturais.

Neste caso, o Júlio Machado Vaz (e a Esquerda em geral) pretende substituir um tabu tradicional, que eticamente impede o aborto, por um novo tabu que proíbe a tourada (eliminando o tabu do aborto da cultura antropológica). O Júlio Machado Vaz sabe que uma cultura sem tabus é um círculo quadrado; e por isso sabe que é imprescindível substituir os tabus tradicionais por outros tabus que permitam (ou que facilitem) o assalto totalitário ao Poder.

Este fenómeno político e cultural, de que é exemplo o Júlio Machado Vaz, ganhou um nome nos Estados Unidos : Virtue signalling”. Traduzindo em português: “Sinalização de Virtudes”. No fundo, trata-se de um tipo de puritanismo hipócrita que, na esteira cultural da Reforma protestante, se caracteriza por uma “guerra” contra a tradição.

Os esquerdistas actuais são os herdeiros culturais de Lutero e/ou Calvino. “Nietzsche, o grego; Karl Marx, o cristão protestante” (Albert Camus).

« Os puritanos detestavam os combates de ursos, não porque esses jogos causassem sofrimento aos ursos, mas porque davam prazer aos espectadores. »Thomas B. Macaulay 

Esse puritanismo hipócrita, de Sinalização de Virtudes e anti-tradicionalista que esteve sempre presente na cultura europeia cristã através do gnosticismo anti-cristão, evoluiu para o gnosticismo puritano moderno.

Ernest Sternberg, professor da universidade de Bufallo, Estados Unidos, escreveu um ensaio sobre as novas tendências da Esquerda a nível global que crescem actualmente sobre os escombros do marxismo-leninismo. O ensaio tem o título genérico de “Purifying the World: What the New Radical Ideology Stands For”“Purificando o Mundo: O que pretende a nova ideologia radical”.

Ernest Sternberg chama ao novo tipo de esquerdismo (renascido do marxismo cultural) que desponta e se organiza a nível internacional, de “Purificacionismo” (trata-se de uma religião monista !). O nome dado por Ernest Sternberg (Purificacionismo) está intimamente ligado ao movimento puritano inglês dos princípios da idade moderna, que Eric Voegelin descreve com uma minúcia surpreendente na sua obra “A Nova Ciência da Política”.