Segunda-feira, 10 Julho 2023
Domingo, 18 Dezembro 2022
Jean-Paul Sartre, o burro que se julgava esperto e que ganhou fama como inteligente
“Convém de facto notar que uma acção é, por princípio, intencional. O fumador desastrado, que fez explodir inadvertidamente um paiol, não agiu.
Em contrapartida, o encarregado de dinamitar uma pedreira e que obedeceu às ordens dadas agiu quando provocou a explosão prevista: sabia na realidade o que fazia ou, se preferirmos, realizava intencionalmente um projecto consciente.”
Segundo Sartre, um indivíduo que fumava um cachimbo junto a uma bomba de gasolina e que causou uma explosão — “não agiu”.
Há aqui uma linha de raciocínio que vem, pelo menos, da “moral da intenção” de Pedro Abelardo, complementada por Kant: apenas a intenção é susceptível de qualificação moral, qualquer que seja o acto exterior.
O acto exterior, segundo Abelardo, sendo sempre moralmente indiferente enquanto tal, é bom ou mau apenas em função da intenção que o anima [pro intentionis agentis]. E por isso, conclui Abelardo, nem a própria crucificação de Jesus Cristo pode ser, a priori, considerada má, “não sendo importante a este respeito o que se faz, mas o espírito no qual se faz” [Dialogus].
O ateu e marxista (passo a redundância) Jean-Paul Sartre segue aqui uma certa tradição ética de uma determinada vertente do catolicismo (em relação à qual S. Tomás de Aquino não concordou e até combateu).
Agir não se reduz ao ganho de uma vantagem (utilitarismo), mas também não pode ser reduzido ao conceito kantiano de “intenção”: a acção explica-se através de uma disposição natural para julgar e disciplinar as nossas representações relativas à acção (Shaftesbury).
O indivíduo que fumava um cachimbo junto a uma bomba de gasolina e que causou uma explosão, — agiu. Ele pode alegar que “não sabia que podia causar uma explosão” e que “não foi intencional”; e haverá certamente gente que acredite nele. Mas diz o povo que “de boas intenções, está o inferno cheio”.
Quinta-feira, 5 Maio 2022
O marxista Jürgen Habermas é um dos 12 notáveis alemães manipulados por Putin
Vejam quem são os outros 11 notáveis alemães que foram “comidos de cebolada” por Putin.
Terça-feira, 5 Abril 2022
O estado a que a “pachecagem” chegou…
“Quem defende a família quer o domínio do homem sobre a mulher.”
→ José Pacheco Pereira, no programa televisivo “Princípio da Incerteza”
Domingo, 10 Outubro 2021
O conceito de “equidade”, segundo a Esquerda
Para a Esquerda, equidade é uma corruptela do conceito de “equidade” segundo Aristóteles.
Uma vez que o princípio de justiça não pode ser uma igualdade aritmética — não se pode pretender o nivelamento de todas as condições — o problema que se põe é o da distribuição social equitativa dos constrangimentos, dos fardos, dos privilégios e das honrarias.
A equidade não é igualdade: antes, é o equilíbrio, conformidade e justa medida da Justiça.
A aplicação do conceito aristotélico de “Equidade”, distingue-se do “direito” comum porque consiste na correcção da lei positiva mediante a consideração da lei natural, nos casos em que a sua aplicação pudesse contribuir para uma maior e melhor justiça.
Segundo Aristóteles, a equidade é a Justiça que diz mais respeito ao espírito, do que à lei, e que pode mesmo moderar ou rever esta última, na medida em que se mostre insuficiente devido ao seu carácter geral.
Para a Esquerda, “equidade” é o resultado de uma relação de soma-zero entre pessoas (ou entre determinados grupos de pessoas) — em que o ganho de uma pessoa (ou grupo de pessoas) representa, necessariamente e sempre, uma perda para outra pessoa ou grupo de pessoas.
Para a Esquerda, para que o negro ganhe seja o que for, o branco tem necessariamente que ser prejudicado.
Meus amigos: isto vai ter que acabar — a bem ou a mal!
Em 2020, o branco Kyle Rittenhouse baleou três criminosos (negros) em legitima defesa; teve que pagar 2 milhões de US Dollars de fiança depois de vários meses na pildra, e nenhum advogado quis representá-lo.
Há poucos dias, o negro Timothy Simpkins levou uma arma de fogo para a escola, baleou 4 pessoas brancas incluindo um professor, foi libertado com uma fiança de 25 mil US Dollars em menos de 24 horas depois do crime.
Domingo, 12 Setembro 2021
A imprensa peruana e a morte do chefe do Sendero Luminoso
É neste “tom” que a imprensa peruana celebra a morte de Abimael Guzmán, o chefe histórico do Sendero Luminoso e genocida inveterado.
Já na imprensa portuguesa, por exemplo, o jornal Público (o jornal dos herdeiros de Belmiro de Azevedo) publica uma respeitosa notícia acerca da morte de um “revolucionário”.
Terça-feira, 27 Julho 2021
Segunda-feira, 9 Novembro 2020
A Esquerda trabalha activamente para a eliminação da mulher
Para a Esquerda, a mulher deixou de existir — alegadamente, está na moda dizer que quem dá à luz não são mulheres: em vez disso, são pessoas grávidas e parturientes.
Vivemos tempos muito difíceis. A irracionalidade volta a estar na moda. Não sei se “isto” já vai com persuasão e com argumentação racional.
Terça-feira, 20 Outubro 2020
Eu não vou tão longe… mas o professor Aguilar tem alguma razão
O Observador é um jornaleco sem credibilidade maior; e é no contexto dessa parca credibilidade que o Observador publica esta notícia acerca do professor de Direito Francisco Aguilar.
Vemos aqui outra notícia (ver ficheiro PDF), mais elaborada, que também fala do referido professor. A verdade é que o professor Aguilar compara o “feminismo político”, por um lado, e o “nazismo”, por outro lado.
O “feminismo político” é coisa diferente da minha hipotética vizinha feminista que “assapa” no marido; mas é claro que este tema é demasiado complicado para os jornaleiros do Observador.
Mulheres feministas (“com testículos”), sempre existiram; mas o “feminismo político” é um fenómeno social recente que decorre da evolução (¿ou será “involução”?) do pensamento marxista (desde o conceito de “mulher” e do “casamento”, segundo Engels) até ao Pós-modernismo ideológico actual.
Paradoxalmente, a descrição do feminino, vindo da parte de um professor cristão, coincide essencialmente com a descrição das mulheres vindas do anti-cristão Nietzsche. O professor cristão acaba concordar com Nietzsche ateu no que respeita às mulheres.
Eu não vou tão longe…
… mas, a verdade é que o Feminismo Político tem contribuído para destruição do tecido e coesão sociais — isto é um facto! —, contribui para a atomização da sociedade e para a extrema dependência do cidadão em relação ao Estado; e por isso, o Feminismo Político deve ser considerado um alvo ideológico a abater por parte de qualquer cidadão bem-formado.
Quando o professor confunde o Feminismo Político, por um lado, e a “mulher” entendida individualmente, por outro lado, ele caiu na armadilha montada pelo marxismo cultural.
O marxismo cultural — ou “politicamente correcto” — tende a negar as (diferentes) categorias da Realidade, mediante (através de) um nominalismo radical e absoluto que pulveriza ad infinitum a categorização do universal que caracteriza necessariamente o pensamento científico. O marxismo cultural (a Esquerda actual) é, por sua própria natureza, anti-cientifico.
A negação (ou o esbatimento) das categorias universais da realidade — que é característica do nominalismo radical do politicamente correcto — tende a impôr, na cultura antropológica, um relativismo ético insidioso que cria uma sociedade de emasculados e cobardes.
Todo o edifício actual do Direito é construído tendo como base fundamental as teorias de Engels (mutatis mutandis, de Marx) acerca da família — e isto é tão evidente que até escandaliza o mais incauto observador. Mas a culpa disto não é das mulheres: é culpa de uma ideologia que foi preferencialmente pensada, adoptada e propalada por homens.
O Feminismo Político é uma ideologia de origem maioritariamente masculina.
Apesar do discurso hiperbólico e exagerado, e de analogias indevidas, a tese do professor Aguilar é uma “pedrada no charco” no contexto da cultura vigente — ou seja, parece-me que o exagero e a hipérbole utilizadas pelo professor tiveram a função de tornar socialmente visível o problema da “marxização” crescente da cultura ocidental.
Se o professor tivesse sido “meigo” nos conceitos e nas palavras, não teria a atenção que teve nos me®dia; e, neste sentido, o professor foi inteligente.
Quarta-feira, 14 Outubro 2020
O Diogo Faro e o Ricardo Araújo Pereira: os cromos do regime
Existe por aí um indivíduo que dá pelo nome de Diogo Faro que é uma contradição com pernas, por um lado, e por outro lado é um símbolo da actual “elite” social e cultural (ruling class).
Não quero com isto dizer que seja possível a qualquer ser humano viver isento de contradições; afinal, o nosso pensamento desenvolve-se a partir de opostos, e portanto a contradição é sempre uma tentação. O próprio conceito de “matéria” é contraditório em si mesmo (v. quântica).
No entanto, é precisamente a procura das contradições que estimula o conhecimento e o progresso científico. Embora vivamos em um mundo de contradições (de opostos), é função da inteligência humana tentar sempre discernir a contradição e a lógica.
O que é assustador é o facto de a forma de pensar do Faro coincidir com a forma de pensar das “elites” que nos comandam. E por isso é que o Faro tem uma projecção social esdrúxula.
«
(…)
Infelizmente há muita gente idiota que ainda acredita nestes cromos do regime.
O Árctico a derreter, a Amazónia a desaparecer, as barreiras de corais a morrer e a Terra a secar.
O fascismo cresce na rua e nos governos, o nazismo ecoa nas redes sociais, o autoritarismo mantém-se firme em tantos países e as democracias abanam como se os seus pilares fossem feitos de areia. O racismo continua a matar, a homofobia continuar a matar, a xenofobia continua a matar, o machismo continuar a matar. Não só matam como são normalizados e até promovidos e aplaudidos. Trabalhamos cada vez mais para viver para cada vez menos, enquanto a desigualdade económica cava um poço entre ricos e pobres tão grande quanto o buraco na camada de ozono. Vivemos em competição e não cooperação, o individualismo mais egoísta prevalece sobre qualquer amor comunitário e do bem comum. Dependemos das redes sociais para ser indivíduos únicos e perdemos para as redes sociais a nossa sanidade mental. E a nossa privacidade. Já nada é nosso. Somos controlados, manipulados e subjugados sem disso dar conta. O livre-arbítrio era dos filósofos, agora é dos plutocratas. E o mundo por todos os lados parece mesmo desabar.
(…)
As alterações climáticas ainda podem ser revertidas e os ecossistemas salvos, parando o aquecimento da terra e a potencial crise de refugiados climáticos.»
Qualquer político do regime actual concordaria com este discurso do Faro; ou, se não concordasse, ficaria em um silêncio emasculado — mesmo quando os factos nos demonstram o contrário!: por exemplo, a Gronelândia ganhou cerca de 350 mil milhões de toneladas no gelo, apenas em 2019!
Para as elites — e para os profetas oficiais do regime, como o Faro —, os factos são irrelevantes; o Iluminismo é rejeitado, a irracionalidade voltou a estar na moda, e impera um novo tipo de obscurantismo que defende o irracional, alegadamente em nome de uma versão acientífica e utópica de “ciência”.
O discurso oficial do regime — amplificado pelos “cromos” do regime, como o Diogo Faro ou o Ricardo Araújo Pereira — é uma mistura de Teoria Crítica e pregação escatológica.
A Teoria Crítica é uma espécie de ácido que dissolve o tecido da realidade social, política, existencial e metafísica: o Diogo Faro é uma picareta falante que pretende transformar a realidade em um inferno.
A pregação escatológica apela a uma soteriologia em função de um putativo “fim do mundo” que se aproxima: à laia da Greta, o profeta Diogo Faro apela ao arrependimento dos Hílicos contemporâneos: “Arrependei-vos!”, diz ele: “O fim está próximo!”
A tentativa de negar a Natureza Humana (por exemplo, quando o Faro diz que infelizmente “vivemos em competição e não cooperação”) tem como objectivo a humilhação do indivíduo (por via da Estimulação Contraditória) ; isto é, se o ser humano é, por sua própria natureza, competitivo, segue-se que a crítica da elite política actual em relação à competição humana, é uma forma de anulação do indivíduo enquanto ser humano, reduzindo-o (através da dissonância cognitiva generalizada) a um mero instrumento da acção política por parte da elite.
Por fim: a ideia peregrina das elites actuais, segundo a qual “as alterações climáticas ainda podem ser revertidas e os ecossistemas salvos, parando o aquecimento da terra”, através do aumento de impostos e da estatização da economia.
É como se dissemos que “a rotação da Terra poderia ser parada se o Bloco de Esquerda tivesse o Poder absoluto”. Ou como se dissemos que “o facto de o clima mudar” — como tem mudado desde que existe atmosfera na Terra — “é culpa do capitalismo”.
Infelizmente há muita gente idiota que ainda acredita nestes cromos do regime.
Quinta-feira, 8 Outubro 2020
Um livro recomendado pelo José Pacheco Pereira
“Breve História do Marxismo Cultural e do Politicamente Correcto” (2ª edição), do autor Jefrey D. Breshears — editora Contra-corrente.
Sábado, 19 Setembro 2020
Temos que assumir, de uma vez por todas, que o “socialismo de rosto humano” acabou
Este artigo do Padre Gonçalo Portocarrero de Almada é um exemplo do discurso educadinho e politicamente correcto que putativamente se opõe à “extrema-esquerda”, mas que, no fundo, faz o jogo político desta. É um discurso timorato, que acaba por dar alguma razão ao maoísta Pacheco que acusa a Igreja Católica de estar por detrás das reclamações do pai Artur de Famalicão.
Dizem-se muitas asneiras sobre o ensino no tempo de Salazar e Caetano. Por exemplo, quando o Padre compara a disciplina liceal de Organização Política e Administrativa da Nação, por um lado, com a actual disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, por outro lado, “esquece-se” que a disciplina Organização Política e Administrativa da Nação não era nuclear (não era obrigatória, mas antes era optativa): muita gente optava por ela porque era uma disciplina fácil (tínhamos que fazer, obrigatoriamente, o total de seis disciplinas do 7º ano dos liceus; eu fiz essa disciplina).
Qualquer tentativa de modificar a actual disciplina de Cidadania e Desenvolvimento — como defende o Padre — é “chover no molhado”, porque a referida disciplina foi construída pela Esquerda para não ser modificável, de modo algum.
Este tipo de discurso conciliatório e sacerdotal da Não-esquerda é música para os ouvidos radicais como os do ideólogo jacobino Pacheco.
A Não-esquerda tem que começar a perceber que não é possível qualquer tipo de compromisso com a actual Esquerda — que inclui o Partido Socialista de António Costa.
O Partido Socialista de Mário Soares já não existe. O “socialismo de rosto humano” acabou.