O Observador é um jornaleco sem credibilidade maior; e é no contexto dessa parca credibilidade que o Observador publica esta notícia acerca do professor de Direito Francisco Aguilar.
Vemos aqui outra notícia (ver ficheiro PDF), mais elaborada, que também fala do referido professor. A verdade é que o professor Aguilar compara o “feminismo político”, por um lado, e o “nazismo”, por outro lado.
O “feminismo político” é coisa diferente da minha hipotética vizinha feminista que “assapa” no marido; mas é claro que este tema é demasiado complicado para os jornaleiros do Observador.
Mulheres feministas (“com testículos”), sempre existiram; mas o “feminismo político” é um fenómeno social recente que decorre da evolução (¿ou será “involução”?) do pensamento marxista (desde o conceito de “mulher” e do “casamento”, segundo Engels) até ao Pós-modernismo ideológico actual.
Paradoxalmente, a descrição do feminino, vindo da parte de um professor cristão, coincide essencialmente com a descrição das mulheres vindas do anti-cristão Nietzsche. O professor cristão acaba concordar com Nietzsche ateu no que respeita às mulheres.
Eu não vou tão longe…
… mas, a verdade é que o Feminismo Político tem contribuído para destruição do tecido e coesão sociais — isto é um facto! —, contribui para a atomização da sociedade e para a extrema dependência do cidadão em relação ao Estado; e por isso, o Feminismo Político deve ser considerado um alvo ideológico a abater por parte de qualquer cidadão bem-formado.
Quando o professor confunde o Feminismo Político, por um lado, e a “mulher” entendida individualmente, por outro lado, ele caiu na armadilha montada pelo marxismo cultural.
O marxismo cultural — ou “politicamente correcto” — tende a negar as (diferentes) categorias da Realidade, mediante (através de) um nominalismo radical e absoluto que pulveriza ad infinitum a categorização do universal que caracteriza necessariamente o pensamento científico. O marxismo cultural (a Esquerda actual) é, por sua própria natureza, anti-cientifico.
A negação (ou o esbatimento) das categorias universais da realidade — que é característica do nominalismo radical do politicamente correcto — tende a impôr, na cultura antropológica, um relativismo ético insidioso que cria uma sociedade de emasculados e cobardes.
Todo o edifício actual do Direito é construído tendo como base fundamental as teorias de Engels (mutatis mutandis, de Marx) acerca da família — e isto é tão evidente que até escandaliza o mais incauto observador. Mas a culpa disto não é das mulheres: é culpa de uma ideologia que foi preferencialmente pensada, adoptada e propalada por homens.
O Feminismo Político é uma ideologia de origem maioritariamente masculina.
Apesar do discurso hiperbólico e exagerado, e de analogias indevidas, a tese do professor Aguilar é uma “pedrada no charco” no contexto da cultura vigente — ou seja, parece-me que o exagero e a hipérbole utilizadas pelo professor tiveram a função de tornar socialmente visível o problema da “marxização” crescente da cultura ocidental.
Se o professor tivesse sido “meigo” nos conceitos e nas palavras, não teria a atenção que teve nos me®dia; e, neste sentido, o professor foi inteligente.
“O Feminismo Político é uma ideologia de origem maioritariamente masculina.” Concordo. E, sendo feita por determinados homens para iludir certas mulheres, o que eles pretendem? Parece-me que isso vai muito além de impor liberação sexual para proveito próprio. Há motivações políticas profundas a mover essa engrenagem. Infelizmente, os homens não compreender as dificuldades das mulheres e as mulheres também não o fazem em relação aos homens. Amparada nessa incompreensão mútua, cresce uma ideologia política ambiciosa que não trará nada de bom para homens e mulheres. Então, quem lucrará com o sucesso dessa ideologia?
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Comentar por Francisca — Sábado, 24 Outubro 2020 @ 2:19 am |