perspectivas

Quarta-feira, 24 Abril 2013

O integralismo laico em França (1)

Chamo à atenção do leitor para este texto em língua inglesa que, pela sua importância, será objecto de um resumo em língua portuguesa num segundo verbete com idêntico título.

As perguntas que assaltam qualquer mente sadia são as seguintes: 1/ quem está por detrás desta agenda política absolutamente desumana e contra-natura?; e 2/ o que é que se pretende ganhar de positivo, para a sociedade, com esta agenda política ultra-radical? E podemos colocar uma terceira pergunta: 3/ não será melhor para Portugal, e para o seu futuro, desligar-se paulatinamente desta União Europeia?

“French parents who wish to pass on certain values to their children will clash in the coming months over the Republic’s education system, which the current Government wishes to reform, particularly in relation to the complementary nature of men and women, of human sexuality and of morality.

The Taubira marriage law reform proposal should be considered in conjunction with another fundamental project of the current Government: the “reform of the education system of the Republic,” presently being discussed by the National Assembly. This law project on the “reform of the education system of the Republic” pledges, among other provisions, to introduce an obligatory new secular morality and civic education, in order to fight against gender stereotypes from the youngest age possible. In the press and before the Assembly, the Minister of Education, Vincent Peillon, has specified that the goal of the secular morality is to remove all family, ethnic, social and intellectual determinisms from the pupil”[1] to “allow each pupil to be liberated,” because “the goal of the Republican education system has always been to produce a free individual”[2]. In the same way, the Minister of Justice, Christiane Taubira has declared to the Assembly that “in our values, education aims to relieve pupils of social and religious determinisms and make them free citizens”[3].”


A maçonaria francesa do Grande Oriente de França está indubitavelmente por detrás deste radicalismo político francês, assim como a maçonaria espanhola esteve por detrás do radicalismo político de Zapatero. Ou seja, é impossível que não liguemos os fenómenos políticos radicais que acontecem hoje na Europa à maçonaria europeia em geral. E, das duas, uma: ou a maçonaria transformou-se em uma associação multinacional de malfeitores (e terá que ser punida severamente por isso), ou então renegou princípios estruturantes e genéricos que existiram nessa organização secreta pelo menos até finais do século XIX — como, por exemplo, a própria Cabala que caracterizou a maçonaria e que contém, de uma forma marcante e insofismável, os princípios das duas polaridades (Hochmach e Binah), uma masculina e outra feminina, e que segundo a Cabala “coexistem em Eloim”.

Sem querer entrar agora no tema cabalístico, acho que há algo de intrigante nas posições da actual maçonaria europeia (que parece já ter perdido a distinção entre maçonaria “continental” e “britânica”), porque me parece que substituiu o livro da Cabala pelo “Das Kapital” ou pela “Sagrada Família” de Karl Marx.

Por último e por agora, a fúria radical e despótica do integralismo laico promovido pela maçonaria prende-se, não só mas também, com erros gravíssimos das políticas de imigração europeias a partir da década de 1970. A violência de Estado que o integralismo laico e maçónico adopta hoje contra os cidadãos de França (e da Europa em geral, porque esta tendência tende a um contágio por imposição da União Europeia) talvez tenha a ver com o reconhecimento do perigo da islamização crescente dos países europeus — mas essa violência de Estado não leva a nada! E, pelo contrário, vai agudizar o problema.

A solução para o problema da islamização da Europa passa pela promoção da diversidade religiosa, e não pela repressão religiosa!, favorecendo a liberdade e a mobilidade de crenças através da instituição de normas que garantam essa mobilidade religiosa. E passa também pelo apoio ao Cristianismo que se caracteriza por uma mundividência diferente da islâmica. Em suma, a Europa precisa de um secularismo e não de um laicismo.

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