O estado da república (2)

«Noto que há um tempo as pessoas buscam um “sentido” para comemorar o 5 de Outubro.»

via O estado da república « perspectivas.

É verdade. Para os republicanos, a república de deixou de fazer sentido, basicamente por duas razões:

• Em primeiro lugar, e na medida em os republicanos defendem (maioritariamente) a eleição directa de um presidente da União Europeia, o que fazem também é deslegitimar a eleição directa do presidente da república portuguesa, porque os dois cargos sobrepõem-se: ou um, ou outro.

  A partir do momento em que a eleição do presidente da república portuguesa está objectivamente em causa com a eleição de um presidente da União Europeia, é a própria república portuguesa e o seu modelo que estão em causa, e por isso, a data de 5 de Outubro de 1910 deixa de fazer sentido.

• A segunda razão, porque a república e os republicanos estrangeiraram-se — convém ler a crítica que Fernando Pessoa fez aos estrangeirados ou “desnacionalizados”, como ele diz. A utopia republicana em relação ao leviatão europeu conduz à desvalorização efectiva da História de Portugal, na medida em que a república e os republicanos vivem em um estado de presentismo histórico e tentam impôr esse presentismo a toda a nação portuguesa.

Hoje, no contexto político europeu, a república e todos os que a apoiam — incluindo a maçonaria — são o piores inimigos da nação portuguesa. Por isso é que faz todo o sentido contrabalançar esta tendência política, que consiste em considerar a União Europeia como uma espécie de “facticidade”, com a restauração da monarquia.