perspectivas

Quinta-feira, 4 Setembro 2008

A vitória retumbante de Herbert Marcuse

Isto é assustador. Vinte anos após o derrube do muro de Berlim e do colapso da União Soviética, a União Europeia adopta a ideologia de Herbert Marcuse e Theodor Adorno. Sem tirar nem pôr.


O parlamento europeu aprova uma lei que proíbe ― repito: proíbe! ― a publicidade com os chamados “estereótipos de género”.

Aquele anúncio do Skip, da máquina de lavar e da dona de casa? Proibido! O anúncio da Cibelle que transforma as pestanas das mulheres em sombrero mexicano? Proibido! Aquele anúncio da menina do gás da Galp? Proibido! Aquele anúncio de detergente lava-louça em que a mulher liga a água quente da torneira da cozinha e o marido sai reclamando do banho? Proibido! Anúncio do caldo Knorr e da avozinha? Proibido! Aquele anúncio da Volkswagen em que um desgraçado sai desanimado do casino onde perdeu o dinheiro todo e encontra o reconforto ao entrar no Golf novinho em folha? Proibido! Anúncios com forcados em pega de touros e Super Bock? Proibido! E por aí fora.

Agora só é permitida pela UE(SS) a publicidade politicamente correcta: anúncios de detergentes com os homens a lavar a louça e as mulheres em animado brainstorming com as vizinhas sobre o último episódio da novela das nove; anúncios com mulheres sentadas no sofá a ler o Correio da Manhã ou a revista Caras, enquanto os homens metem o caldo Knorr no arroz; em vez de forcados a pegar um touro pelos cornos num anúncio da cerveja Sagres, a mulher a abrir uma garrafa de cerveja com os cornos do marido; anúncio com uma mulher que ganha no casino e ainda fica com o Golf de um retrossexual mal ajambrado com barba de dois dias; anúncios de fraldas para bebés em que se vêem os homens a parir na maternidade e as mulheres a assistir ao parto; anúncio do Veet para homens metrossexuais mariconços que rapam os pelos do peito; Gillette made for lesbians; anúncios de pensos higiénicos para os frozôs colocarem na bunda para “aquelas ocasiões especiais do mês”; de tampões tipo “dildo” com camisinha acoplada para larilas e fufas; a avozinha a berrar com o velhote por este se ter esquecido de comprar o Scotch Brite no supermercado; Cibelle para os homens colocarem nos cuelhos; a menina da Galp substituída pelo Joaquim Monchique a “dar gás” e a “ligar a canalização”, etc.

Já encomendei Cibelle para os cuelhos, verniz light coral para as unhas e baton saddle brown para o olho do cu. E não me esqueço de continuar a dizer maravilhas da União Europeia.

1 Comentário »

  1. “E não me esqueço de continuar a dizer maravilhas da União Europeia”

    É aqui que está o grande problema…
    A UE é a ditadura quase que perfeita.
    Ou lutamos contra a UE ou acabamos todos em carneiros…

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    Comentar por O Raio — Sexta-feira, 5 Setembro 2008 @ 4:32 pm | Responder


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