perspectivas

Quarta-feira, 8 Abril 2020

O naturalismo marxista do Anselmo Borges é extremamente nocivo para a Igreja Católica

Filed under: Anselmo Borges,Igreja Católica,politicamente correcto — O. Braga @ 12:29 pm

O Anselmo Borges escreve o seguinte (ler aqui em ficheiro PDF):

«O Evangelho Segundo São João começa assim: «No princípio, era o Logos e o Logos era Deus. E tudo foi criado pelo Logos». Logos significa palavra, razão, inteligência. Deus é, portanto, Amor e Razão e, assim, a existência humana autêntica resultará da convergência e interpenetração da bondade e da razão, da inteligência e do amor.»

Na Bíblia dos Franciscanos capuchinhos está assim escrito (S. João, Prólogo, 1, 1-18):

“No princípio havia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o verbo era Deus. No princípio Ele estava em Deus. Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. (…) E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco.”

Só falta agora ao Anselmo Borges dizer que “os franciscanos capuchinhos são uns aldrabões”, e que a versão dele do Evangelho de S. João é que está correcta.

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Para os franciscanos, o mais importante é a  (e o Verbo ou Logos é identificado com o Cristo); para o Anselmo Borges, o mais importante é aquilo a que ele chama de “razão” (e que, em Anselmo Borges, se confunde com “racionalismo” no sentido 3., 4, e 5.).

O Anselmo Borges simboliza o “rei cultural” que vai nu; e pouca gente se apercebeu disso.

Por exemplo, quando ele escreve:

Jesus andou sobre as águas, como está no Evangelho? Não. Na perspectiva bíblica, o mar é símbolo do mal; dizer que Jesus andou sobre as águas é dizer que ele está acima do mal e nos liberta dele, como fez com São Pedro, que já estava a afundar-se.”

Aconselho a que o leitor vá ao YouTube e procure a palavra “levitation” (levitação). Hoje, a levitação já é matéria de investigação cientifica; o Anselmo Borges precisa que o reformem compulsivamente — mas continua por explicar (pela ciência) a relação entre a , por um lado, e o milagre, por outro lado.

A tentativa de Anselmo Borges de racionalizar a religião conduz ao dogma racionalista — como escreveu G. K. Chesterton :

“There are two kinds of people in the world: the conscious dogmatists and unconscious dogmatists. I have always found myself that the unconscious dogmatists were by far the most dogmatic.”

→ G. K. Chesterton, ‘Generally Speaking.’

A ideia (do Anselmo Borges, e do Zeitgeist politicamente correcto) segundo a qual “tudo, no Novo Testamento, é uma metáfora traduz uma determinada forma (disfarçada) de materialismo que nega subliminarmente a , por um lado, e por outro lado pretende pregar o Amor sem qualquer suporte ontológico para o efeito — seria (por analogia) como se nós pregássemos o policiamento das ruas da cidade sem a existência prévia da polícia. O Amor está a jusante da (falo aqui em juízo universal); por outras palavras, a é a condição do Amor [“Amor” aqui entendido como “ágape”] (isto entendido em geral, ou em juízo universal; há sempre excepções à regra).


…o naturalista transforma a lógica em obscurantismo…

Esta forma de “materialismo cristão” (trata-se de um monismo materialista emulado do marxismo) tem uma proveniência e herança gnóstica; ou melhor, tem proveniência em uma certa forma de gnosticismo da Antiguidade Tardia de que o Anselmo Borges é (também) ideologicamente herdeiro — que se traduziu num certo obscurantismo naturalista que ocorreu no Renascimento, que mais tarde foi recuperado pelo ateísmo “Deus sive Natura” de Espinoza, e que atingiu todo o seu esplendor no século XX com a Nova Teologia que depois descambou na Teologia da Libertação.

O que me espanta é que as teses de Anselmo Borges não são contraditadas publicamente por ninguém da estrutura eclesiástica católica portuguesa, o que revela que o próprio clero católico português apoia as teses do Anselmo Borges, que defende a menorização (ou mesmo a extinção) do clero católico. Espantoso!

O Anselmo Borges impõe o conceito marxista de “igualdade” ao próprio Deus!

Ainda em relação ao textículo do Anselmo Borges, convém referir que o Anselmo Borges está, em geral, errado; o Anselmo Borges tem uma visão [espiritual] embotada pelo marxismo (ou pela Nova Teologia, o que vai dar no mesmo) e pelo conceito modernista de “igualdade” (por exemplo, quando o Anselmo Borges diz que “Deus não pode favorecer uns, e não outros”; o Anselmo Borges impõe o conceito marxista de “igualdade” ao próprio Deus!).


“A mente humana é constituída de tal forma que o erro e a mentira podem sempre ser expressos de maneira mais sucinta do que a sua refutação. Uma única palavra falsa requer muitas para ser desmentida.”

→ Olavo de Carvalho

Refutar o Anselmo Borges daria um livro. E eu não tenho o tempo disponível que ele tem.

Porém, é importante que o leitor tenha em conta que o Anselmo Borges é uma personagem construída pelo actual sistema politicamente correcto que, no que diz respeito à actual Igreja Católica (a Igreja do papa Chiquinho), evoluiu ideologicamente a partir da Nova Teologia e da Teologia da Libertação.

1 Comentário »

  1. […] Vemos, no semanário Sol, um artigo assinado por Pedro Sinde que se refere à pústula escrita pelo Anselmo Borges a que eu fiz referência em um comentário recente. […]

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    Pingback por Por fim, alguém com coragem que questiona a pretensa autoridade de direito do Anselmo Borges | perspectivas — Terça-feira, 14 Abril 2020 @ 10:56 am | Responder


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