perspectivas

Segunda-feira, 13 Abril 2020

O profeta José Gil

O José, da Porta da Loja, chamou à atenção para este artigo do “filósofo” da treta José Gil.


Os conceitos têm que ter correspondência com a realidade concreta. Um conceito que se afaste da experiência concreta reflecte uma linguagem ideológica (faz parte de uma ideologia qualquer).

Quando o filósofo da treta José Gil utiliza conceitos como (por exemplo) “subjectividade digital” ou “capitalismo numérico”, refere-se a abstracções que não têm correspondência com a experiência intersubjectiva concreta.

A ideia — do filósofo da treta José Gil — segundo a qual vem aí uma transformação social e económica radical devido às novas tecnologias segue a tendência do chamado “liberalismo progressista” (por exemplo, Bloco de Esquerda, e outras franjas partidárias do Partido Socialista como o PSD e o PAN) que luta denodadamente contra a Natureza Humana. Estamos em presença da Grande Utopia que coloca em causa a própria existência do ser humano enquanto tal, e (alegadamente) em nome da “liberdade”.


Enquanto o liberalismo clássico (séculos XVIII, XIX, XX) pugnou pela libertação do Homem em relação às forças (físicas) da Natureza através do desenvolvimento da Ciência e da Técnica, o liberalismo progressista (leia-se, “Esquerda”, neomarxista ou pós-marxista) luta pela libertação do Homem — o que consubstancia a “Grande Utopia” ou “Utopia Final” — em relação à própria Natureza Humana (o que é uma contradição em termos; entramos já na dimensão do absurdo do politicamente correcto).


É neste sentido — no sentido da Grande Utopia — que a radical (que se diz “socialista”) Isabel Moreira escreveu que “o Direito” (enquanto parte das ciências humanas e sociais) “não se deve vergar às leis da Natureza”. (Trata-se da negação do Direito Natural e dos fundamentos metajurídicos do Direito).

É neste ambiente cultural progressista — ou de anti-cultura (contra o liberalismo clássico) generalizada – de “guerra” contra a Natureza Humana que se situa o referido texto (senão ele próprio enquanto agente cultural) do filósofo da treta José Gil, que, neste caso, pretende passar a ideia segundo a qual “a influência social da tecnologia existe independentemente das normas e crenças políticas e sociais”.

O liberalismo progressista (a Esquerda, em geral) introduz na nossa cultura um conjunto de normas (trata-se de uma ideologia) que convence os incautos de que “a tecnologia se desenvolve independentemente de quaisquer intenções políticas prévias”, por um lado, e por outro lado, propala a ideia segundo a qual “os efeitos sociais e culturais da tecnologia são inevitáveis e irreversíveis”.

É neste sentido da Grande Utopia — o da “inevitabilidade e irreversibilidade dos efeitos da tecnologia” — que o filósofo da treta José Gil se transforma em um profeta da “liberdade e do progresso, contra a Natureza Humana”.

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