Eu faço a seguinte afirmação: “Os dinossauros extinguiram-se há 65 milhões de anos”. Ou ainda outra: “o universo formou-se há 13,5 mil milhões de anos (luz)”. Estas afirmações são científicas. ¿Mas estarão correctas a 100%? O Ludwig Krippahl diz que sim:
“As mesmas equações que usamos para determinar onde a Lua vai estar na próxima semana também servem para saber onde esteve na semana passada e todos os dados que a ciência usa são históricos, seja o resultado da experiência de ontem, seja a luz que saiu de uma galáxia distante há dez mil milhões de anos”.
Karl Popper, que comparado com o Ludwig Krippahl é uma merda, escreveu o seguinte:
“As nossas teorias científicas, por melhor comprovadas e fundamentadas que sejam, não passam de conjecturas, de hipóteses bem sucedidas, e estão condenadas a permanecer para sempre conjecturas ou hipóteses”.
Como é evidente, a maioria das pessoas acredita mais em Ludwig Krippahl do que em Karl Popper.
Vamos ver, por exemplo, as leis da gravidade: primeiro, temos que nos abstrair de alguns factores, como por exemplo a forma e a cor dos objectos, ou a resistência ao ar. Ou seja, abstraímo-nos de qualquer caso real na natureza observável na Terra, simplificando consideravelmente as condições. Uma vez compreendidas as condições no vácuo, elas permitem então (juntamente com outros princípios) a compreensão da queda dos aviões, ou das folhas, por exemplo.
Imaginemos uma floresta de folhagem caduca, no Outono. Com o vento, as folhas vão caindo. A ciência pode tentar compreender e prever o local da queda das folhas. O Ludwig Krippahl diria o seguinte: “É errado alguém dizer que nunca a ciência compreenderá a combinação da queda das centenas de milhares de folhas”. Ele tem razão por um lado, mas não a tem por outro lado.
Em princípio, a Física tem as folhas em redemoinho sob controlo, ou seja, o processo pode ser compreendido como um caso concreto (nominalismo) de um pequeno número de princípios gerais. Mas, por outro lado, precisamos de ter em conta o facto de esta compreensão fundamental não poder impedir que um físico não possa descrever a trajectória de uma folha, senão de uma forma aproximada. No entanto, esta forma aproximada é tão geral que também é possível prever como as folhas cairiam na Lua.
Em suma: para que seja possível formular leis a partir das observações científicas, é preciso simplificar e criar modelos que constituam uma abstracção da complexidade da realidade. Os modelos, todavia, constituem aproximações à verdade do fenómeno a investigar, sem que possam, como é evidente, chegar alguma vez a compreendê-la completamente. Por isso é que dizemos que “a ciência não explica: em vez disso, descreve”.
Portanto, ficou aqui reduzida ao absurdo a ideia do Ludwig Krippahl segundo a qual “a ciência pode determinar o que é historicamente verdadeiro”.
“A mente humana é constituída de tal forma que o erro e a mentira podem sempre ser expressos de maneira mais sucinta do que a sua refutação. Uma única palavra falsa requer muitas para ser desmentida.” — Olavo de Carvalho
Em uma segunda parte, falarei do resto da treta do Ludwig Krippahl.
Que este Ludwig Krippahl assuma todas as previsões meteorológicas do Mundo! Assim nunca mais teremos decepções nos nossos finais de semana!
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Comentar por Giovani Marinho — Quinta-feira, 27 Agosto 2015 @ 3:06 am |