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Sábado, 23 Março 2013

O Papa Francisco I e o celibato dos sacerdotes

Filed under: Igreja Católica — O. Braga @ 1:51 pm
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Num livro escrito juntamente com o rabi esquerdista radical Abraham Skorka e publicado em 2012, o então cardeal Bergoglio afirma que “neste momento é a favor da manutenção do celibato dos sacerdotes”. Neste momento, diz ele.

In the Western Church to which I belong, priests cannot be married as in the Byzantine, Ukrainian, Russian or Greek Catholic Churches. In those Churches, the priests can be married, but the bishops have to be celibate. They are very good priests. Sometimes I joke with them and tell them that they have wives at home but they did not realize that they also got a mother-in-law as part of the bargain. In Western Catholicism, some organizations are pushing for more discussion about the issue. For now, the discipline of celibacy stands firm. Some say, with a certain pragmatism, that we are losing manpower. If, hypothetically, Western Catholicism were to review the issue of celibacy, I think it would do so for cultural reasons (as in the East), not so much as a universal option.

 

For the moment, I am in favor of maintaining celibacy, with all its pros and cons, because we have ten centuries of good experiences rather than failures.

via Aleteia – In 2012 interview, Pope Francis (then-Cardinal Bergoglio) reveals secret of celibacy.

A Igreja Católica tem a solução para o problema, mas o alto clero parece não a querer adoptar. E a solução passa pela promoção activa de diáconos e diaconisas — mantendo o sacerdócio celibatário.

A diaconia (ou diaconato) teria a virtude de permitir que as mulheres (as diaconisas, casadas ou solteiras) participassem em celebrações religiosas (de igual para igual com os diáconos, casados ou solteiros), calando a boca ao mundo “progressista” e politicamente correcto: por exemplo, “ministrar os sacramentos do baptismo e do matrimónio, dar bênçãos diversas, dar a bênção do santíssimo sacramento, fazer a celebração da palavra, distribuir a sagrada comunhão e fazer pregações” (fonte).

Ao sacerdote, celibatário, para além das funções do diaconato, estariam reservadas outras funções e tarefas, como a consagração da Eucaristia, as confissões, as extrema-unções, os exorcismos, a coordenação do diaconato, e a liderança nas tarefas da evangelização. Portanto, contra o cardeal Bergoglio, sou de opinião de que o casamento de sacerdotes é uma falsa questão, politicamente correcta, e típica de uma parte medíocre do alto clero que temos.

Os erros do passado não justificam os erros presentes. Por exemplo, na França da monarquia absolutista anterior à revolução francesa, quem nomeava o alto clero era o rei absolutista, e o Papa limitava-se a concordar e sancionar a escolha do rei francês (o Papa não tinha voto na matéria). Assim, o alto clero francês daquele tempo, nomeado pelo rei, era quase todo constituído por membros da nobreza, muitas vezes com idades inadequadas às funções e desprovidos da experiência necessária, e sem a qualidade moral suficiente para assumir as suas missões — o que levou Rousseau a aconselhar os bispos e arcebispos a “fazer filhos em mulheres casadas” (sic). Rousseau falava a sério!

Hoje, só é sacerdote quem quer; ninguém é obrigado a ser padre pelas vicissitudes da vida. Por isso, colocar em questão o celibato do sacerdócio é um sofisma.

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