perspectivas

Quarta-feira, 19 Setembro 2007

Depois de Amália, Aquilino no Pantilhão Nacional

Filed under: Política — O. Braga @ 11:51 am

Em minha casa, na minha infância e juventude, todos os meses entravam livros novos. Os meus pais faziam questão de comprar livros regularmente. Dos clássicos portugueses e estrangeiros, e desde tenra idade, entre poesia e prosa, li um pouco de tudo. Agradeço aos meus pais o favor que me fizeram, mas não me lembro de terem entrado lá em casa livros de Aquilino Ribeiro.

No meu Liceu, Aquilino foi dado de passagem, como quem não quer a coisa. Confesso que li pouco de Aquilino Ribeiro. Dou de barato que seja um grande escritor, mas como ele próprio escreveu e reconheceu, participou directamente no assassinato do Rei D. Carlos e do seu filho primogénito. Aquilino Ribeiro fez parte activa de uma associação de malfeitores que perpetrou um crime de sangue.

Quando os políticos actuais premeiam a violência assassina com o depósito dos ossos de Aquilino Ribeiro no Panteão Nacional (com a entrada de Amália, passou a ser o Pantilhão Nacional), legitimam qualquer tipo de violência política assassina. Pode ser que se vire, um dia destes, o feitiço contra o feiticeiro. E depois, não se queixem: quem semeia ventos, colhe tempestades.

Escreveu Eça de Queirós (“Farpas”, sobre os últimos anos na monarquia):

– “Foge cão, que te fazem Barão!
– Para onde, se me fazem Visconde?”

O que Eça não suspeitava é que a república em Portugal viria a ser uma cópia mal feita do pior que existiu na monarquia, um Ersatz do que de mais negativo a monarquia tinha. Qualquer dia, teremos o Otelo Saraiva de Carvalho, os membros das FUP, Piteira Santos, Tito de Morais e todo o Bando de Argel – e José Sócrates; porque não? – no Pantilhão Nacional. Já faltou mais.

4 comentários »

  1. Assino por baixo!

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    Comentar por cap — Quarta-feira, 19 Setembro 2007 @ 9:32 pm | Responder

  2. O Edifício passará a fazer parte da envolvente urbana: A Feira Da Ladra.

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    Comentar por me — Quinta-feira, 20 Setembro 2007 @ 5:51 pm | Responder

  3. É a simples distância que vai dos povos construirem os seus heróis ou de os sistemas os fabricarem.

    Ponto.

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    Comentar por Pedro Nunes — Quinta-feira, 20 Setembro 2007 @ 8:21 pm | Responder

  4. Parece que ainda há gente com bom senso neste país…
    Um dia um senhor disse-me que na maçonaria só senhores de bons costumes…
    Matar alguém é um óptimo acto de bons costumes… Realmente… Ou será uma acto terrorista matar um rei?
    Só tenho pena duma coisa. Aquilino Ribeiro assim como outros maçons continuarão a entrar no Panteão… A maçonaria encarregar-se-à disso…

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    Comentar por Kea — Sexta-feira, 28 Setembro 2007 @ 7:25 pm | Responder


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