Ouvi hoje na TSF que um grupo de mulheres de Coimbra, que se dizem “teólogas feministas”, defendem a ideia de que “só existirá igualdade entre homens e mulheres quando uma mulher foi eleita Papa” (sic). A TSF dá-se ao trabalho de fazer uma grande cobertura do movimento das “teólogas feministas” ― o que vindo desta estação de rádio não me surpreende nada. Se alguém disser a essas “teólogas feministas” que só existirá igualdade entre um homem e uma mulher quando um homem conseguir engravidar e parir, naturalmente que a resposta das ditas será o óbvio: o engravidar e parir é característica natural das mulheres. Por isso, o homem nunca conseguirá ser igual à mulher. Mas segundo as mesmas senhoras, “a mulher tem que ser igual ao homem”.

Minerva apartando Marte (Tintoretto)
Isto significa que o feminismo reconhece na mulher características naturais únicas enquanto não as reconhece nos homens: segundo essas senhoras, tudo aquilo que é possível ser feito pelos homens pode ser feito pelas mulheres, enquanto há coisas que as mulheres podem fazer que os homens não podem. Em resultado deste raciocínio, a mulher passa a ser considerada superior ao homem.
O feminismo é a afirmação da superioridade da mulher em função de um estúpido complexo de inferioridade. Uma mulher normal não tem que se sentir inferior por ser diferente (e não igual ao homem). Sendo diferente, os seus papéis sociais assumem nuances pelo menos diferentes em algumas áreas da sociedade e mesmo na política. A diferença não significa inferioridade de qualquer das partes diferentes entre si. Em consequência disto, a teologia e o feminismo são incompatíveis, pelo que só um grupo de burras poderia sequer pensar em conciliar os dois conceitos.
No artigo anterior mencionei o facto de uma das características das religiões políticas decorrentes do Iluminismo é a tentativa desbragada e ilógica de separar os símbolos da experiência humana concreta. Este caso das “teólogas feministas” é um bom exemplo desse tipo de racionalização que desemboca sistematicamente em um delírio interpretativo: partindo de um facto concreto que é o de que a mulher e o homem são realmente diferentes, e assumindo depois, já em delírio de interpretação, que essa diferença é sinónimo de inferioridade ou de superioridade de uma das partes, constrói-se um “filme” por via da racionalização (masturbação mental) que separa o homem e a mulher da estrutura concreta da realidade tal qual a natureza nos impõe. Uma das características da mente gnóstica ou revolucionária, é a recusa obstinada da realidade tal qual ela se nos apresenta ― o que leva à tentativa injustificável de justificação de todo o tipo de comportamentos.
O facto de só um homem poder chegar a Papa está relacionado com o facto de Jesus Cristo ter escolhido apenas homens para seus apóstolos, o que não significa que não existam outras funções que a mulher pode e deve desempenhar na Igreja.
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