Não estamos em presença de um “partido de extrema-direita”, como se diz por aí. A FN de Marine Le Pen é um partido revolucionário, e por isso, de extrema-esquerda. Aliás, o partido nazi sempre foi considerado, no seu tempo e em toda a Europa da década de 1930, como um partido de esquerda.
A FN (Front Nationale) de Marine Le Pen não é apenas e só contra a imigração massiva: também é contra a manifestação pública das religiões. Ou seja, a FN faz parte do problema da Europa, e não da solução.
Isto demonstra que é extremamente difícil a qualquer partido político, de qualquer país da Europa, sair da respectiva dialéctica hegeliana que subjaz ao processo político endógeno. Para que um partido político possa sair do império da dialéctica, são essencialmente necessárias duas coisas: uma liderança muito forte do ponto de vista intelectual, e um núcleo interno de supervisão ética com forte influência nas decisões do partido.
Marine Le Pen confunde propositadamente “imigração”, por um lado, com “religião”, por outro lado. Eu penso que essa confusão é propositada, porque de outro modo teria que concluir que Marine Le Pen é estúpida.
Quando Marine Le Pen pretende proibir o uso público do véu islâmico ou Hijab — ¡ não confundir com a Burka ou com o Niqab ! — e o Quipá judeu, revela, por um lado, a faceta política paganista da FN, e por outro lado revela o feminismo radical de Marine Le Pen.
Portanto, não estamos em presença de um “partido de extrema-direita”, como se diz por aí. A FN de Marine Le Pen é um partido revolucionário, e por isso, de extrema-esquerda. Aliás, o partido nazi sempre foi considerado, no seu tempo e em toda a Europa da década de 1930, como um partido de esquerda.
Adenda: uma mulher francesa e nativa — de pele branca de marfim, loura natural e de olhos azuis — pode perfeitamente sentir que, por exemplo, a sua adesão ao Islamismo faz todo sentido para si própria. E por isso passaria a usar o Hijab. E também por isso é que não podemos confundir “imigração” com “religião”.