No caso da RTP, a influência do “benfiquista de Paredes” (Carlos Daniel) é evidente; só não vê quem não quer. Por exemplo, foi o “benfiquista de Paredes” que mexeu os cordelinhos para que João Gobern fosse recuperado da sua desgraça e transitasse de um programa da RTP para outro, e à custa de uma punhalada nas costas a Júlio Machado Vaz. O “benfiquista de Paredes” exige um “paineleiro” benfiquista mal-educado e agressivo — e Júlio Machado Vaz era muito educado.
Nos programas da RTP sobre futebol, todos os jornalistas ou pivôs são benfiquistas.
Uma situação idêntica passa-se na SIC e no programa “O Dia Seguinte”. Salta aos olhos que o pivô Paulo Garcia é um benfiquista “doente” que não consegue esconder, na pantalha, o seu clubismo. O tratamento que Paulo Garcia dá ao benfiquista Rui Gomes da Silva é manifestamente discriminatório em relação a Dias Ferreira e a Guilherme Aguiar. A Rui Gomes da Silva é-lhe permitido, por Paulo Garcia, ser mal educado e agressivo — o que já não é permitido aos outros dois intervenientes do programa.
O que estamos a ver todos é um assalto escandaloso do Benfica à comunicação social. Hoje, a RTP e a SIC são meras extensões do Canal Benfica. Os próprios debates são à partida enviesados, não só na forma como os temas são tratados, mas também na discriminação positiva de que os comentadores benfiquistas são objecto.
Não seria má ideia que Guilherme Aguiar secundasse Dias Ferreira e anunciasse o seu abandono do programa da SIC. “Dos fracos não reza a História”, e Dias Ferreira já fez história.