perspectivas

Domingo, 14 Setembro 2014

¿Por que é que a mulher tem que imitar o homem?

Filed under: Política,Portugal — O. Braga @ 2:03 pm
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“Há dias em que me sinto uma mãe-da-noite. Qualquer comparação com uma mulher-da-noite é injusta, trabalho somente para um cliente e com objectivos relativamente altruístas. É que, na maior parte do tempo, é à noite que sou, efectivamente, mãe.”

Educar não é ocupação de tempos livres


Quando a mulher imita o homem, despersonaliza-se — porque a mulher (em juízo universal) tem uma natureza própria que é diferente da do homem.

 

mulher bolchevique na fábrica web

marxismo e o trabalho domestico webNão é utopia concebermos uma sociedade que desfaça o nó da estigmatização do feminino que se acentuou com a revolução burguesa de 1789 e que se adensou com o golpe-de-estado bolchevique de 1917.

Não é utopia concedermos à mulher o direito à sua própria natureza, sem que a obriguemos a imitar o homem. Não é utopia que a natureza da mulher seja reconhecida e valorizada pela sociedade, sobretudo através da ética — porque a lei não impede a primazia do princípio do interesse próprio e egoísta.

Não é utopia quebrar o maniqueísmo marxista que identifica o trabalho doméstico com a ignorância da mulher, por um lado; e, por outro  lado, não é utopia denunciar o sofisma burguês segundo o qual o trabalho doméstico não contribui para a o PIB e para a riqueza nacional.

Tanto o marxismo como o neoliberalismo violam a natureza da mulher — porque uma mulher pode ser ignorante trabalhando em uma fábrica, ou pode ser culta trabalhando em casa e cuidando da família.

A formação intelectual da mulher não depende do trabalho na fábrica ou no escritório.

Tal como aconteceu na cultura romana do período imperial (que sucedeu ao período da república romana), a educação (da mulher e do homem) deve ser um fim em si mesma, independente de qualquer utilidade prática. E quando a educação é um fim em si mesma, cada ser humano pode ser livre para seguir a sua própria natureza, sem que a sua função social seja estigmatizada pelo tipo de trabalho que exerce.

Com o Inverno demográfico em que vivemos, causado pelo marxismo e pelo neoliberalismo, ou mudamos a nossa cultura antropológica, ou desaparecemos como sociedade. 

Quarta-feira, 3 Agosto 2011

Jean-Pierre Olieu e o “casamento” gay

O que se passa hoje é uma tentativa escandalosa da classe política, na sua maioria influenciada pelo movimento revolucionário, de se servir do pacto social que lhes garante o poder político para impôr coercivamente ao povo o conceito de “progresso da opinião pública”, “progresso” esse que coincide totalmente com uma visão elitista e desenraizada da realidade da sociedade.
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Quinta-feira, 15 Abril 2010

O stress mata

Filed under: A vida custa,cultura,Sociedade — O. Braga @ 4:27 pm
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Vejo cada vez mais gente da classe média/alta e na casa dos quarenta anos com ameaças de AVC, estadas no hospital, e outros que vão desta para melhor. O que se passa? Não é suposto que tanta gente padeça do coração aos 40 anos… (more…)

Sexta-feira, 19 Março 2010

O filisteu moderno

O substantivo adjectivado “filisteu” tem uma conotação pejorativa e está ligado ao utilitarismo da nova burguesia da “boa sociedade” do século XIX que via no objecto de arte, ou um artigo vendável e passível de lucro, transformando assim o objecto de arte num objecto de consumo, ou numa forma de se afirmar na sociedade através da exibição ostensiva de “cultura”. A imagem do filisteu era a do indivíduo que coleccionava obras de arte não pelo amor desinteressado à arte e à beleza, mas pela utilidade que essa colecção lhe traria, seja em dinheiro, seja em status social. O filisteu era um utilitarista.
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Sábado, 6 Março 2010

Religião, tradição, autoridade

Se eu fosse militante do bloco de esquerda ou do partido comunista, defenderia essencialmente duas coisas: a primeira, a abertura total e inquestionada da imigração de origem islâmica; a segunda, a repressão de manifestações nos mídia por parte das igrejas cristãs. As esperanças dos novos totalitarismos gnósticos dependem muito do desenvolvimento político que o próprio multiculturalismo actual trará à Europa do futuro, e da repressão das expressões religiosas autóctones.

Um dos slogans atribuídos ao regime de Salazar era o de “Deus, Pátria, Autoridade” o que, em certa medida, coincide com a trilogia que dá o título a este postal. Porém, “autoridade” não é “autoritarismo”; um regime político autoritarista não é necessariamente promotor cultural da autoridade. Pelo contrário, o autoritarismo mina o fundamento da autoridade que é o da obediência sem o recurso à força da violência. Portanto, o Estado Novo apropriou-se de um conceito que não lhe pertencia. Por detrás do regime de Salazar existia claramente uma religião política. Aliás, o movimento que esteve na base da implantação do Estado Novo em 1926 era tão revolucionário como o movimento que implantou a república em 1910 ― Portugal tem vindo a sofrer várias revoluções gnósticas desde 1910.
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Quarta-feira, 4 Novembro 2009

Claude Lévi-Strauss

« Tudo o que é universal no Homem, resulta da natureza e caracteriza-se pela espontaneidade; tudo o que é adstrito a uma norma pertence à cultura e apresenta os atributos do relativo e do particular ».

— Claude Lévi-Strauss

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Segunda-feira, 26 Outubro 2009

“Casamento” gay: uma visão totalitária e utilitarista da política

Absurdo com pernas

Absurdo com pernas

A partir do momento em que alguém admite a possibilidade lógica do “casamento” entre duas pessoas do mesmo sexo ― e a consequente e inexorável adopção de crianças, progénitas ou não progénitas, por duplas de homossexuais ― já perdeu o debate. Ao Alexandre Homem Cristo só lhe resta “recolher às boxes”.

De igual modo, no futuro próximo, alguém poderá reclamar o “direito” de Polanski (e outros que tais) a ter relações sexuais com uma miúda de 13 anos, como já o fizeram as eminências pardas de Hollywood. E aquilo que não é nem nunca foi um “direito”, transforma-se em direito por força da pressão política. Passamos a viver numa sociedade em que os direitos que nunca existiram passam a ser direitos adquiridos que ainda não foram (injustamente) reconhecidos. É o absurdo com pernas para andar.

É natural que o tal Vasco parta do princípio da assunção de um “direito” que nunca existiu como tal na História, porque a melhor forma de criarmos um direito que nunca existiu é dizer que ele existe embora nunca tenha existido.

Aliás, aconselho a leitura deste artigo (PDF) em que o conhecido escritor espanhol e homossexual Álvaro Pombo escreve preto no branco:
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Sábado, 15 Agosto 2009

Sobre a “elite” intolerante que manda neste país

Assistimos aqui a um chorrilho de generalidades apresentadas em slogan mode. O texto está de tal forma armadilhado ideologicamente que a sua desmontagem deve ser feita com pinças, porque de outro modo as pessoas não entenderiam o que está em causa com o apelo emotivo imediatista de tipo “slogan” e em nome da “igualdade”. Eu tenho feito isso de forma sistemática e em vários artigos, e continuarei a fazê-lo. Farei o “debunk” desse texto noutro postal aqui.

Como expliquei aqui, o politicamente correcto é o marxismo cultural que evoluiu depois da queda do muro de Berlim. O marxismo, seja em que roupagem exista, é a negação da razão ― é uma logofobia.

Marx assentou toda a sua teoria na recusa (e mesmo receio) dos conceitos filosóficos. Marx recusa-se a utilizar uma linguagem crítica, recorrendo, em vez disso, a símbolos. Marx criou um meio especifico de expressão que é também utilizado nesse texto: quando os signatários se vêem perante um ponto crítico e contraditório, no qual a sua teoria ou conteúdo do texto corre o risco de se auto-contradizer, utilizam metáforas que fazem comparações forçando relações entre termos indefinidos ― no caso do texto, a “igualdade” é um termo utilizado de uma forma difusa e indefinida.

E perguntamos nós: o que é a “igualdade”? O texto não o diz: parte do termo “igualdade” de uma forma indefinida e metafórica, seguindo avant la lettre a linguagem simbólica [slogan] marxista. A “igualdade” é, segundo o texto, aquilo que os autores do texto entendem ser e segundo critérios que eles próprios não explicam. A “igualdade” passa a ser uma metáfora que é produto de uma indefinição do próprio termo utilizado (a “igualdade”).

A metáfora em redor do termo “igualdade” é um elemento ditatorial que é característica do marxismo cultural [e do marxismo em geral], e que impede o debate, porque qualquer pergunta sobre o que é a “igualdade” é considerada imediatamente como sendo uma “pergunta intolerante”. Passa a ser proibido perguntar.
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Quinta-feira, 30 Julho 2009

A matança de homossexuais será inevitável na Europa

A inconsciência dos políticos europeus é assustadora. Vejam o vídeo abaixo (17 MB, em língua portuguesa) clicando na imagem.

Clique p/ ver

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http://www.youtube.com/watch?v=e8mFeWLwJx8


José Sócrates, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa, deveriam ser julgados em tribunal pelo mal que estão a fazer a Portugal.

eurabia-olhando-futuro

Quando vemos o programa de governo do partido socialista liderado por José Sócrates, que depois do aborto quer agora o “casamento” gay, e perante os factos que são insofismáveis que vemos no vídeo e que não deixam dúvidas, qualquer pessoa com um mínimo de inteligência pode prever que os gays vão ser massacrados dentro de pouco tempo ― e na Europa, já não em países do terceiro-mundo. O esquerdismo está a trabalhar activamente para a sua própria aniquilação, e o pior é que vamos todos juntos na enxurrada.

Em vez de seguir uma política de convivência social saudável e moderada, que garanta à sociedade os valores éticos e morais necessários para que, dentro do Cristianismo, a garantia da sobrevivência da nossa cultura possa ser conseguida através de taxas de natalidade suficientes, a esquerda, através de José Sócrates, leva a cabo uma política cultural niilista que acabará por trazer resultados exactamente opostos aos que prescreve e anuncia: dentro de poucos anos, ser paneleiro na Europa significará ― e não tenho qualquer e menor dúvida disto ― a pena-de-morte.

O Islão é um princípio de ordem e não uma religião normal; pode ser comparado a uma “singularidade”.

Em termos matemáticos, uma “singularidade” é um ponto em um determinado domínio de uma função no qual o valor da função se torna indefinido. Em uma singularidade típica, a função “aponta para o infinito”, ou seja, na área em torno da singularidade, o valor da função aumenta à medida que se aproxima da singularidade. Na astrofísica, o buraco-negro é também referido como uma “singularidade”. Quando a matéria de uma estrela em fim de vida é comprimida para além de um terminado ponto ― conhecido como “radius de Schwarzchild” ―, torna-se impossível a alguma coisa escapar à sua gravidade, produzindo um ponto de massa de uma “densidade infinita”. Na singularidade, as leis da Física deixam de ser aplicáveis.

Quando a população islâmica atinge uma determinada percentagem da sociedade europeia, esta entra numa “singularidade” e o Direito Positivo europeu (as leis da Europa herdadas do direito romano, do Cristianismo e da nossa cultura) entram automaticamente em colapso. Quem acredita que a cultura europeia sobreviveria numa situação de “singularidade islâmica”, está estupidamente errado.

José Sócrates, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa, deveriam ser julgados em tribunal pelo mal que estão a fazer a Portugal.

(via)


Email me (espectivas@nullgmail.com)

Sábado, 25 Julho 2009

Chover no molhado

Filed under: filosofia — O. Braga @ 6:27 am
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A ideia segundo a qual alguns cientistas ― ou cientificistas ― afirmam o primado absoluto da ciência sobre a filosofia e a ética, religião e a moral, porque (segundo eles) a ciência se baseia no facto verificável — é uma absurdidade auto-referenciada, uma espécie de circulo vicioso dogmático.

Quando alguém diz que “somente as proposições ou afirmações resultantes de factos observáveis (ou da observação de factos) têm um significado legítimo e/ou válido”, profere uma reivindicação de um “facto” que não foi ― também ele ― previamente sujeito a observação. Portanto, o princípio de que parte o cientificista é dogmático.

O próprio evolucionismo neodarwinista é um mito ― tal qual é um mito a metáfora criacionista bíblica ― porque é “impossível explicar a sucessão das formas” (Eric Voegelin).

Contudo, não vale a pena fazer ver esta incongruência à esmagadora maioria das pessoas, porque os termos do discurso estão totalmente controlados. As pessoas, em geral, não raciocinam: seguem o discurso válido e validado em primeiro lugar pela utopia, e depois, numa fase avançada de degenerescência, pelo “mito social” (Sorel).

O mito social ― ao contrário da utopia ― não é um produto do intelecto mas uma experiência da vontade manipulada e irracional, conduzida por uma elite mais ou menos oculta, para determinados fins obscuros.

Esta é uma das razões por que qualquer opinião (ou blogue) de ruptura com o discurso controlado já não faz qualquer sentido: por mais que se diga que a ciência, por definição, não pode partir de um princípio dogmático para o seu fundamento, e por via do mito social instalado através do controlo do discurso, o sentimento contrário ― ou no mínimo, indiferente ― à religião, à ética, à filosofia e à moral cresce na população que sai das universidades. Já não me refiro a analfabetos: o fenómeno já se espalhou uma classe de indivíduos que se dizem “letrados” e que constituirão a “elite” do país, em poucos anos.

Em Portugal, já não vejo “lura por onde saia coelho”.

Quinta-feira, 25 Junho 2009

O sentido da vida

“O verdadeiro problema da filosofia é o suicídio” ― Albert Camus

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Camus constata a necessidade da vida com um sentido, sem o qual ela se torna absurda. Ainda há pouco tempo era consensual a ideia de que “não é possível uma moral sem uma religião”. Este consenso já não existe, em parte porque se criaram uma série de religiões substitutivas do Cristianismo, como o naturalismo ateísta e o ecofundamentalismo. A ideia de que o Cristianismo pode ser substituído pelas ciências da natureza ― através de um concepção de Totalidade que resulta das leis da natureza como resultado do universo investigável pelas ciências através de observatórios e satélites ― revela uma contradição flagrante. As leis da natureza já vigoravam antes de o universo ter surgido? Se as leis da natureza ainda não vigoravam antes do aparecimento do universo, como terá este surgido? Se as leis da natureza não existiam antes do Big Bang, o conceito de Totalidade está para além das leis da natureza. Os processos físicos são regulados por leis da natureza, mas também por princípios lógicos que não são físicos; portanto, tudo aquilo que não é físico ― como a validade independente do tempo ― também pertence à Totalidade.

Os axiomas lógicos fazem parte da Totalidade ao mesmo tempo que estão para além das leis da ciência. Quando dizemos que “nenhum facto pode ser verdadeiro ou real ou nenhum juízo pode ser correcto sem uma razão suficiente”, o empirismo não tem lugar aqui. O axioma é anterior ao mundo e ao Homem. Quando dizemos que “um triângulo soma 180º nos seus ângulos”, esta ideia já era válida no tempo em que a vida na terra estava reduzida às amebas. A verdade destes axiomas é intemporal, e a razão criada pela evolução das espécies apenas participa dessa verdade intemporal.

Portanto, a ideia ― que a política contemporânea incute na nossa juventude, através de uma educação enviesada e deturpada ― segundo a qual a Totalidade se resume às leis da natureza, para além de ser manifestamente incorrecta, é uma das principais causas de algum desnorte cultural da nossa juventude que denuncia uma crise de valores. As pessoas procuram um sentido para a vida e tentam encontrá-lo em religiões substitutivas, como a naturalista, que apreendem apenas uma parte da Totalidade.

walking-sense

O sentido da vida passou a ser uma norma subjectiva, porque toda a gente passou a ter uma vida com sentido independentemente de se concordar, ou não, com aquilo que as pessoas fazem das suas vidas. Assim, cria-se a ideia de que, embora se pudesse não concordar com o sentido da vida do Mahatma Gandhi, por exemplo, se reconhece que o Mahatma criou o seu próprio sentido para a sua vida. O sentido da vida passa a ser algo que nós criamos, e se nós a criamos, é tão válida como qualquer outro sentido de vida de outra pessoa qualquer. Esta ideia vem directamente de Nietzsche. Mas quando se pergunta se o sentido da vida de Adolfo Hitler seria tão válido quanto o sentido da vida do Mahatma, a norma subjectiva vacila. Perante este exemplo, entre muitos, as pessoas compreendem ― embora a maior parte das vezes não o exteriorizem ― que a vida não pode ter um sentido em si mesma porque se estaria a retirar a vida de um contexto da Totalidade que vai para além das leis da ciência.

A ideia de que a vida tem um sentido em si mesma obedece a um estatuto lógico de um peido. Quando alguém come fartamente e com prazer e mais tarde vai ao WC completar o ciclo do carbono, a lógica do sentir-se bem e satisfeito com a comida obedece à mesma lógica do peido: qualquer animal doméstico subscreveria esta ideia da “vida com um sentido em si mesma”. Portanto, a educação que temos nas nossas escolas e universidades, e os valores culturais que a nossa elite política veicula (salvo excepções), tendem a animalizar o homem do futuro e a imbuir a sua vida com a autoridade da lógica do peido.

“A solução do enigma da vida no espaço e no tempo encontra-se fora do espaço e do tempo” ― Wittgenstein

Embora a nossa razão não tenha a possibilidade de compreender a Totalidade porque aquela se baseia na divisão sujeito-objecto enquanto esta, como totalidade, é por definição isenta dessa divisão, esse facto não significa que renunciemos a uma afirmação formal da Totalidade, uma vez que a afirmação de conteúdo em relação à Totalidade é impossível através dos métodos da razão. E sendo o ser humano, a humanidade, o planeta e o sistema solar, etc, partes da Totalidade, a vida humana só faz sentido através de uma dupla demanda: na procura do significado formal dessa Totalidade através da filosofia, e na procura do conteúdo da Totalidade através da religião.

Adenda: ocorreu-me escrever este postal na sequência deste comentário.

Domingo, 7 Junho 2009

Uma visão esclarecedora sobre a “pessoa”

Um comentário a este postal no Fiat Lux:

1.As “infiltrações e recrutamentos cuidadosamente preparados” aconteceram também no seio do próprio clero da Igreja Católica. Por exemplo, a Teologia da Libertação é a face visível da infiltração marxista na Igreja. A infiltração gnóstica ― que inclui a Teologia da Libertação ― verificou-se mesmo no topo da hierarquia católica. Uma das tarefas mais delicadas da KGB foi (e ainda é, embora já não esteja sozinha) a de minar a ICAR.

2.Acho interessante a substituição do substantivo “indivíduo” pelo de “pessoa”, porque este último conceito apela à intersubjectividade, e portanto ao universalismo subjacente ao “princípio de identidade” do ser humano. Contudo, não podemos confundir a “pessoa” como identidade ― que é um termo jurídico, também ― com o “personalismo” de Emmanuel Mounier, que vê a “pessoa” como a vê o existencialismo, seja este agnóstico [Camus] ou cristão [Kierkegaard], e recusando o dualismo espiritualista.

3.Não há que escamotear que existem comportamentos sexuais desviantes, no sentido da patologia. O que difere na legitimidade da reivindicação do “casamento” gay em relação ao “casamento” pedófilo é a lei [Direito Positivo] que considera as crianças como sendo inimputáveis. A partir do momento em que o Direito Positivo se afasta da lei natural e admite o “casamento” gay, não há nenhum argumento que impeça que o Direito Positivo se afaste ainda mais do Direito Natural e baixe a idade de consentimento sexual a ponto de permitir o “casamento” pedófilo.
Os comportamentos sexuais desviantes não podem ser objecto de “acomodação” legal, e o acto homossexual é um comportamento desviante. Se a lei quebra este princípio ligado à lei natural, abre uma caixa de pandora que conduzirá à dissolução da sociedade ou a uma revolução radical no sentido oposto à tendência política actual.

De resto, quem diz que o “casamento gay” não mexe com a vida da sociedade, leia o artigo até ao fim. E já agora, ao votar hoje não deixe de ter em consideração esta análise.


A ler:

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