Em primeiro lugar, não devemos confundir [como faz o jornal Público] o caso Pedro Rosa Mendes com o caso Raquel Freire. O Público esteve muito mal nesta mistela.
Depois, também eu achei muito estranho que a RTP emitisse em directo um programa com as características do Prós E Contras a partir de Angola. Não faz sentido, assim como não faria sentido que o dito programa fosse emitido, por exemplo, a partir do Japão que até é uma democracia. Não é pelo facto de Angola ter ou não algum défice democrático que justifica a minha crítica à emissão a partir deste país, mas antes pelo facto de o programa Prós E Contra ter determinadas características que o tornam eminentemente nacional e português.
A emissão em directo do Prós E Contras a partir de Angola vai contra o ADN do próprio programa tal qual o conhecemos desde há meia-dúzia de anos. Isto é um facto insofismável. Por isso, a emissão do programa a partir de Angola só pode ter tido razões excepcionais, nomeadamente, razões políticas.
Quando o jornalista Pedro Rosa Mendes critica a emissão do Prós E Contras a partir de Angola, não faz mais do que dizer aquilo que nos parece lógico pelas razões aduzidas acima. E isto significa que se a crítica de Pedro Mendes à RTP se resumiu e se justificou apenas pelo facto de Angola não ser alegadamente uma democracia plena, então o jornalista perdeu a razão, porque sempre existiram casos de emissões radiofónicas e televisivas portuguesas a partir de outros países que não dispõem de uma democracia.
O caso de Raquel Freire é diferente, porque se trata de alguém que não merece o nome de “jornalista”. Se no caso de Pedro Rosa Mendes se pode configurar um caso de um jornalista censurado, no caso de Raquel Freire trata-se de um caso de uma pseudo-jornalista afastada por incompetência, parcialidade por motivação política, e que já tinha sido sujeita a inúmeras queixas dos ouvintes da RDP.
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