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Quarta-feira, 15 Fevereiro 2023

Duvidar do progressista é o único progresso

Segundo os progressistas, o conceito de “liberdade” é próprio da “extrema-direita”; ou seja, quem clama por liberdade, é fassista.

liberdade fassista web

O progressista actual, que se preze, luta contra a liberdade — contra a “liberdade política”, segundo o conceito de Hannah Arendt.

“Só um fassista inclui a liberdade política no seu ideário” — dizem os progressistas. “A liberdade é um valor fassista”.

Não tarda muito e veremos também o partido IL (Iniciativa Liberal) a afirmar peremptoriamente (já o faz de forma velada, imitando o Bloco de Esquerda) a negação da liberdade política, em nome do progresso. O “libertarismo” do IL (Iniciativa Liberal) é autoritarista, não admite correntes internas.

O progresso imbeciliza o progressista do IL (Iniciativa Liberal), de um modo tal, que o torna incapaz de ver a imbecilidade do progresso.

Segundo os progressistas, o progresso é a antítese da liberdade. A humanidade constata, com horror, que o progresso se vai tornando incurável.

Dizem eles que “não é possível ser progressista e, simultaneamente, defender a liberdade”: progresso e liberdade são (alegadamente) noções contraditórias.

Mais repulsivo do que o futuro que os progressistas involuntariamente preparam, é o futuro com que sonham: um totalitarismo a nível global.

É neste contexto, por exemplo, que os progressistas portugueses criam um novo Bilhete de Identidade (Cartão de Cidadão) com informações biométricas incrustadas — o precursor do sistema de Crédito Social chinês. O futuro preconizado pelos progressistas é uma emulação do totalitarismo chinês.

Duvidar do progressista é o único progresso.

Sábado, 30 Julho 2016

É difícil entender o arquétipo mental da Raquel Varela

 

Por juízo universal (ver), dizemos que “a mulher e o homem são diferentes”. É claro que há mulheres e mulheres, e homens e homens: por isso é que falamos em juízo universal, conceito que o nominalismo radical do politicamente correcto tem imensa dificuldade em apreender.

“A pergunta é: será que para se ter o apoio das pessoas progressistas basta ser mulher? Mulher e negra?”Raquel Varela

¿O que é uma “pessoa progressista”? Ou antes, ¿o que é o “progresso”?

A experiência diz-nos o seguinte: só existe progresso, propriamente dito, na ciência. Mas, quando os factos parecem dar razão à tese de uma necessidade interna do progresso científico, esta necessidade começa a aparecer como uma obrigação (cientismo) que é preciso conseguir dominar.

Ou então existe de facto “progresso” na evolução da pessoa enquanto indivíduo (até Proudhon defendeu esta ideia!).

Em termos de sociedade, do que podemos falar não é de “progresso”, mas antes de “civilização”, que pode mais ou menos agradável ao nosso gosto.

A civilização é o conjunto de fenómenos sociais de ordem religiosa, moral, estética ou técnica e científica, que determinam o estado dos costumes e conhecimentos de uma sociedade. O conjunto coerente de regras, saberes e crenças que correspondem a uma determinada civilização, não podem ser hierarquizadas numa escala de “progresso”.

Talvez o que a Raquel Varela pretende dizer com “progresso” é a defesa de um tipo diferente de civilização. Mas então que fale claro e em uma “civilização diferente” (e explique qual é), e deixe de conceber o “progresso” como uma lei da Natureza e da História.

Domingo, 19 Junho 2016

Anselmo Borges e os podres da Igreja Católica

Filed under: A vida custa — O. Braga @ 11:06 am
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Parece que, para o Anselmo Borges, a Igreja Católica anterior ao Concílio do Vaticano II, só tem defeitos. Depois do Vaticano II, “o Sol nasceu para a Igreja Católica e para a humanidade”, os amanhãs passaram a cantar, a realidade transmutou-se por intermédio de uma fé metastática.

Anselmo Borges faz de conta que não sabe que o único “progresso” que existe, de facto, está na ciência. Falar em “progresso da sociedade” é demagogia política: por exemplo, se a escravatura tradicional foi abolida, criaram-se entretanto outras formas modernas de escravatura que não são menos perversas. Vou dar aqui um exemplo.

Na Idade Média, os mendigos andavam livres nas ruas das povoações e cidades; e quando pediam esmola a um rico burguês ou a um nobre, quem lhes dava a esmola pedia em troca uma oração pela sua alma. Ou seja, a mendicidade era uma profissão socialmente útil, porque quem dava esmola recebia qualquer coisa em troca.

A partir do momento em que a Reforma retirou à penitência religiosa, por um lado, e à acção moral individual, por outro lado, a sua importância tradicional medieval, o Estado tomou conta da vida dos indivíduos.

E como a mendicidade não acabava, o Estado passou a restringir a liberdade dos mendigos naquilo a que Foucault chamou de “Grande Encarceramento”: os mendigos deixaram de ser úteis à sociedade, e passaram a ser reprimidos e encarcerados. Através da rotulagem do “pobre” e de sinais distintivos afins, a caridade católica da Idade Média que se caracterizava por um modo de relação, transformava-se, no mundo moderno dos “direitos humanos” do Estado, em um modo de segregação.

E Anselmo Borges chamaria a isto “progresso”. A ideia de que “o progresso é uma lei da natureza” é própria de uma mente doente.

Sábado, 4 Junho 2016

A marcha pela abolição dos matadouros

Filed under: A vida custa — O. Braga @ 11:40 am
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Camaradas!

Depois de termos defendido o aborto livre pago pelo Estado, o "casamento" gay, a adopção de crianças por pares de invertidos, a procriação medicamente assistida para toda a gente, a legalização das "barriga de aluguer" (Bem-haja, Passos Coelho!), a legalização da eutanásia (obrigado! Rui Rio!) — chegou o momento dialéctico de avançarmos na nossa luta pelo progresso da humanidade.

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E esse progresso da humanidade passa pela luta contra o carnismo, contra a violência especista, e a favor da imposição coerciva do veganismo através da força legal do Estado.

O ser humano é essencialmente um herbívoro que deixou de ruminar quando se inventou a propriedade privada: como escreveu Rousseau, o problema da humanidade começou quando um homem, de raça branca e heterossexual, colocou uma vedação num terreno e convenceu as outras pessoas que o terreno era seu; a partir daí, esse homem passou a criar gado, e surgiu o carnismo.

Ora, as outras pessoas acreditaram mesmo que aquele terreno era dele, e deixaram de ser ruminantes! Foi um grande retrocesso para a humanidade!

A seguir surgiu o especismo, que é a ideia absurda (dos capitalistas e dos homens brancos heterossexuais) segundo a qual “o ser humano é ontologicamente superior a uma ameba ou a um caracol”, por exemplo. O carnismo e o especismo andam de mãos dadas. Os nossos camaradas da Acção Directa – Libertação Animal, por exemplo, lançaram uma campanha com o mote: “ ¿Gostava de ser cozido vivo? O caracol também não!” — campanha essa que contribui decisivamente para a proibição do carnismo e do especismo, e para o progresso da humanidade.

Para salvarmos os caracóis e as amebas,  temos que reduzir a população humana no planeta, através do incentivo do Estado ao aborto e do fomento estatal do "casamento" gay que não procria — porque o sexo nada tem a ver com a procriação.

Somos a favor da geração de Quimeras (a Quimera pode ter cabeça e corpo de leão, com outras duas cabeças, uma de cabra e outra de serpente; cabeça e corpo de leão, com outras duas cabeças, uma de cabra e outra de dragão; duas cabeças ou até mesmo uma cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente) que não são especistas.

O primeiro Veganista português foi Luiz de Camões, quando escreveu:

Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Terça-feira, 3 Maio 2016

Sou de esquerda e sou uma vaca tirolesa

Filed under: A vida custa,Esta gente vota — O. Braga @ 4:30 pm
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Camaradas progressistas e camarados progressistos do Bloco de Esquerda:

Vemos neste vídeo abaixo (com subtítulos em inglês) uma reportagem com perguntas a estudantes e estudantas suecos e suecas, em que se pergunta, nomeadamente, se uma mulher pode ser um homem. As respostas são unânimes: se uma mulher se assumir como homem e quiser ser um homem, então essa mulher é um homem.

Subtítulos em inglês

Porém, o problema começa quando a entrevistadora faz duas perguntas. A primeira: se uma pessoa quiser medir 10 metros de altura, ¿passará a ter 10 metros de altura? E, a segunda: se uma pessoa sueca quiser ser japonesa, ¿passará a ser japonesa? As respostas a estas duas perguntas não são claras — porque os estudantes e estudantas entrevistados e entrevistadas não são suficientemente progressistas (e progressistos).

É nosso dever ensinar as pessoas que, se alguém assume que tem 10 metros de altura, então passa a ter mesmo 10 metros de altura.

Eu, por exemplo, sou uma vaca tirolesa: vemos na fotografia abaixo, a mulher que é homem, e eu. Se alguém negar que a vaca tirolesa sou eu, atenta contra a minha autonomia e deve ser censurado no programa da SIC “¿E se fosse consigo?”.

vaca-tirolesa

Sexta-feira, 4 Dezembro 2015

O general Alcazar e o general Tapioca são a favor do “progresso”

Filed under: A vida custa,Política,politicamente correcto — O. Braga @ 8:35 am
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O filósofo Rémi Brague:

“É difícil de encontrar alguém que não seja progressista. Estaline era progressista, Hitler também, e o general Alcazar e o general Tapioca também. O homem bom é progressista, e o homem mau é conservador, reaccionário, integrista, fundamentalista, etc.”

Quarta-feira, 11 Novembro 2015

O “progresso da opinião pública” através dos me®dia

Filed under: Igreja Católica,me®dia — O. Braga @ 9:27 am
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Domingo, 13 Outubro 2013

O Papa Francisco I, a acção e a natureza humana

 

O Papa Francisco I é um homem de acção e, em consequência, um homem de menos introspecção — aliás, basta olhar para o mapa astral dele para verificar essa tendência e obter uma confirmação. Podemos dizer que, em certa medida, Francisco I é o oposto de Bento XVI.

Papa Francisco Carta Astral pngA acção pressupõe uma transformação — seja da sociedade, seja a de uma instituição como é a Igreja Católica. Mas a acção pressupõe também “qualidade da acção” : uma acção sem qualidade pode ser — e na maioria dos casos, é — pior do que a inacção. Quando um defensor da acção está mais interessado no processo de mudança, entendido em si mesmo, do que na qualidade da mudança, estamos em presença de um progressista típico do nosso tempo. É o caso do cardeal Bergoglio.

Quando o cardeal Bergoglio defende a ideia segundo a qual “a autoconsciência humana aprofunda-se com a passagem do tempo”, expõe uma visão historicista e próxima do gnosticismo — ou seja, defende a ideia segundo a qual “o progresso é uma lei da Natureza”. O Papa está absolutamente errado! Se ele tivesse razão, o século XX não teria sido o holocausto humano que foi, e o século XXI não seria o holocausto ético e moral que se anuncia.

A acção de transformação de uma sociedade tem que ter em consideração simultânea o “ontos” (a natureza humana imutável) e o “telos” (o significado da acção humana). Para Francisco I, é tido em consideração o "telos" — enquanto que o Papa Bento XVI dava mais atenção ao "ontos". Ou seja, a acção não pode ir contra os fundamentos (ontológicos) da natureza humana senão como a própria negação do conceito de “progresso”.

Aquilo a que hoje se chama “progresso” é o que Mircea Eliade chamou de “diferenciação cultural” — que pode ser também sinal de decadência civilizacional, ética e moral. Há diferenciações culturais que fundam uma civilização, e outras que a destroem. E o Papa tem a obrigação de fazer claramente esta distinção e de a transmitir sem ambiguidade aos fiéis católicos.

Quarta-feira, 18 Setembro 2013

A degradação acelerada dos costumes na União Europeia

Era eu um jovem homem e entrei num comboio de longo curso na Alemanha, e procurei um compartimento colectivo — daqueles onde cabem seis pessoas, três de cada lado — para me instalar. Abro a porta de um compartimento e dou com uma velha alemã, sozinha no compartimento, a masturbar-se. Pedi desculpa pelo incómodo, saí e fechei a porta do compartimento, deixando a velha entregue à sua masturbação em local público.

Não me ocorreu chamar a polícia ou qualquer autoridade, quanto mais não seja porque eu tinha sido a única testemunha ocular do facto. Nunca eu poderia fazer prova de que aquela velha se masturbava num compartimento colectivo e público de um comboio alemão.

Mas a situação na União Europeia parece estar a evoluir, rumo ao progresso.

Um sueco de 65 anos masturbava-se numa praia e várias testemunhas chamaram a polícia, mas o tribunal decidiu a inimputabilidade do homem, alegadamente porque ele não se masturbava em função de uma determinada pessoa. Ou seja, segundo o tribunal sueco, só é proibido alguém masturbar-se em local público quando se dirige a outra pessoa e a olha nos olhos.

Portanto, caro leitor, você já sabe que pode baixar as calças no Rossio e “tocar o sino” em honra de D. Pedro IV! É o progresso, porra!

«The incident occurred on June 6th at the Drevviken beach when the man removed his shorts and began masturbating close to the water. He was subsequently charged with sexual assault.

The Södertörn District Court has now acquitted the 65-year old in a judgement which stated that it "may be proven that the man exposed himself and masturbated on this occasion".

However, the court added that no offence had been committed as the masturbating man was not pleasuring himself towards a specific person.»

Public masturbation not a crime: Swedish court

Segunda-feira, 22 Julho 2013

Ainda sobre o capítulo I do livro de Luís Portela

Filed under: filosofia — O. Braga @ 5:37 pm
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(A série de verbetes acerca do livro de Luís Portela com o título “Ser Espiritual: Da Evidência à Ciência” pode ser lida na categoria (tag) “Luís Portela”.)

(more…)

Segunda-feira, 3 Junho 2013

O progresso e o mundo melhor

O conceito de “progresso” só faz algum sentido quando aquilo que de positivo (em termos éticos, culturais e/ou históricos) existiu no passado não se perdeu com o processo de devir. O progresso só pode ser acumulação de experiências positivas; e a esta acumulação de experiências positivas chamamos de “civilização”. Tudo o resto é mudança; e a mudança, entendida em si mesma, não é necessariamente “progresso”.

A existir um “mundo melhor” – se é que é possível – tem que ser um “mundo civilizado”. Não há “mundo melhor” sem a valorização positiva do passado – porque, como vimos, um “mundo melhor” não é apenas um “mundo em devir”: é essencialmente a justaposição cultural das experiências positivas do passado e do presente. A diabolização do passado histórico, ético e cultural é anti-progresso.

E é por isso que o “mundo melhor” é incompatível com o “progressismo” actual: defender o “progresso” e ser “progressista” é, hoje, uma contradição em termos.

A igualdade feminina das mamas ao léu

Eu tive um professor de matemática que se dirigiu uma vez a um aluno que entrou na sala de aula com uma camiseta (vulgo T-shirt de basquetebol) sem mangas: “Rua! Não quero aqui invertidos!”. Naquela altura, no tempo do faxismo, tanto homens como mulheres não podiam andar de tronco nu na rua.

Depois veio o progresso. E em nome do progresso, a cidade de Nova Iorque decidiu agora que as mulheres têm o direito à igualdade em relação aos homens – e por isso elas têm o direito de andar na rua com as mamas à mostra .

Se o Bloco de Esquerda sabe disto vai propor uma “lei das mamas ao léu”, na assembleia da república.

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A igualdade das tetas ao léu

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