Por juízo universal (ver), dizemos que “a mulher e o homem são diferentes”. É claro que há mulheres e mulheres, e homens e homens: por isso é que falamos em juízo universal, conceito que o nominalismo radical do politicamente correcto tem imensa dificuldade em apreender.
“A pergunta é: será que para se ter o apoio das pessoas progressistas basta ser mulher? Mulher e negra?” → Raquel Varela
¿O que é uma “pessoa progressista”? Ou antes, ¿o que é o “progresso”?
A experiência diz-nos o seguinte: só existe progresso, propriamente dito, na ciência. Mas, quando os factos parecem dar razão à tese de uma necessidade interna do progresso científico, esta necessidade começa a aparecer como uma obrigação (cientismo) que é preciso conseguir dominar.
Ou então existe de facto “progresso” na evolução da pessoa enquanto indivíduo (até Proudhon defendeu esta ideia!).
Em termos de sociedade, do que podemos falar não é de “progresso”, mas antes de “civilização”, que pode mais ou menos agradável ao nosso gosto.
A civilização é o conjunto de fenómenos sociais de ordem religiosa, moral, estética ou técnica e científica, que determinam o estado dos costumes e conhecimentos de uma sociedade. O conjunto coerente de regras, saberes e crenças que correspondem a uma determinada civilização, não podem ser hierarquizadas numa escala de “progresso”.
Talvez o que a Raquel Varela pretende dizer com “progresso” é a defesa de um tipo diferente de civilização. Mas então que fale claro e em uma “civilização diferente” (e explique qual é), e deixe de conceber o “progresso” como uma lei da Natureza e da História.