Tenha paciência, presidente! Engula o seu orgulho e reconheça o erro. O problema não é o facto de o FC Porto perder: o problema é o de uma equipa milionária ser inferior, na prática, ao futebol do Estoril Praia que tem um orçamento anual de cerca de um milhão de Euros; é disto que se trata.
E não me venha dizer que “a culpa é dos jogadores”: não insulte a nossa inteligência, senhor presidente!
Quando um treinador não tem a noção se joga em Frankfurt ou em Leverkusen, a culpa não é dos jogadores, senhor presidente! Quando um treinador não sabe que antes de rodar os jogadores em uma equipa, tem que ter uma equipa principal, e que a rotação de jogadores em uma equipa existe em função de uma equipa principal, a culpa não é dos jogadores, senhor presidente!
Quando um treinador, em dois jogos seguidos, não faz uma terceira substituição (a que tinha direito!) quando tem um resultado negativo, isso não é culpa dos jogadores, senhor presidente! Quando um treinador está emocionalmente descontrolado, quando deveria ser ele próprio a dar o exemplo de controlo emocional — isso não é culpa dos jogadores, senhor presidente!
Quando um treinador não consegue tirar do campo de jogo os jogadores com “direitos adquiridos”, fazendo uma distinção entre jogadores baseada em um putativo estatuto intocável e não na competência, isso não é culpa dos jogadores, senhor presidente! Enfim, quando os jogadores chegam a um estado de falta de confiança tal que a bola “queima” nos seus pés, isso não é culpa dos jogadores, senhor presidente…!
Há que arrepiar caminho e reconhecer o erro. O problema não é a sorte de ganhar ou o azar de perder. O problema não é subjectivo: em vez disso, é objectivo, é visível, pode ser constatado por todos. Não se trata aqui de uma opinião: trata-se, antes, de constatar factos! E o facto é — por razões que não vêm agora ao caso — que o Paulo Fonseca, por muito bom treinador que seja, não se adaptou ao FC Porto.
Até ao fim do presente campeonato temos soluções “caseiras”. É preferível que o ex-jogador André, por exemplo, pegue na equipa, do que assistirmos todos a esta morte lenta com Paulo Fonseca.
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