Baruch Espinosa entrou em várias contradições, e uma delas foi a de defender a liberdade do indivíduo face ao Estado ao mesmo tempo que defendia um Determinismo do universo e a total falta de livre-arbítrio do ser humano. A característica determinante da filosofia de Espinosa é o determinismo que, segundo ele, marca a vida de todo o ser humano inserido num universo panteísta ― um universo que consiste no próprio Deus. Espinosa foi um dos precursores do Naturalismo ateísta contemporâneo.
determinismo filosófico
é incompatível com a liberdade…
Esta ideia foi mais tarde seguida por Kierkegaard e por outros existencialistas (para além dos materialistas). Contudo, Maquiavel dois séculos antes de Espinosa escreveu que o ser humano tem liberdade em 50% do seu comportamento, sendo que os outros 50% são restrições à liberdade devido ao meio-ambiente, condicionalismo de vida, educação, etc. Na minha opinião, Maquiavel estará muito mais próximo da Razão do que Espinosa, e a filosofia quântica veio corroborar isso mesmo.
A Física quântica veio demonstrar que o Determinismo não existe na Natureza, mas apenas a Probabilidade de que algo aconteça (“Princípio da Incerteza”, de Heisenberg). Analisando um fenómeno, podemos concluir sobre as suas probabilidades de ocorrência, mas nunca podemos estar 100% seguros de que ele aconteça. É nessa probabilidade falível que reside a liberdade; pelo facto de um determinado fenómeno ser provável significa que existe uma margem de manobra que possa demonstrar a sua não ocorrência: é provável que algo aconteça de determinada maneira salvo exista uma vontade e uma consciência que decida que essa probabilidade se transforme numa impossibilidade objectiva.
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