Eu vou comentar um outro textículo do Luís Laparoto, porque ele próprio colocou a ligação, à laia de comentário, do meu mural do FaceBook; ou eu apagava o comentário, ou comento. Vou comentar.
“Debater um tema aparentemente tão exaurido quanto o da "adopção gay" parece inútil, não fosse o mesmo remeter para uma divisão profunda, bipolar, que fractura a Ética e explica, em parte, a celeuma existente entre "conservadores" e "libertários".”
A adopção de crianças por pares de invertidos tem pouco a ver com “libertarismo”; tem sobretudo a ver com o chamado “marxismo cultural” da Escola de Frankfurt. O que pode acontecer — e muitas vezes acontece — é que os verdadeiros libertários sejam os idiotas úteis, assim como os anarquistas russos do princípio do século XX foram os idiotas úteis de Lenine.
A adopção de crianças por pares de invertidos não é só apenas uma questão de ética: é também uma questão cultural (cultura antropológica).
“O dogma que cria a renitência relativamente à adopção homo-parental é o mesmo que demoniza, patologiza, a homossexualidade: ele é "psicanalítico", não é partilhado por toda a ciência "psicológica" (ou mesmo por parte da psicanálise contemporânea), e prolonga um tipo de moral paternalista, que coloca o fulcro ético na imagem do homem/pai e "diaboliza" o feminino, assim como o que este representa. Sabemos que a psicanálise contrapôs a grande parte da repressão devida e criada pela moral conservadora, muito associada ao ideal platónico-cristão, mas também é vero que o mesmo método cimentou a visão do equilíbrio bi-parental centrado particularmente na representação masculina enquanto gerador de saúde mental e da plena diferenciação do filho.”
A psicanálise não faz parte da ciência, porque não é falsificável (Karl Popper); é estranho que o Laparoto, que, segundo parece, estudou medicina, não saiba que não pode invocar a psicanálise em contexto científico. Portanto, caro leitor, quando você ouvir um douto qualquer invocar a autoridade de direito científica da psicanálise, mande-o à merda! (e pode dizer que vai da minha parte).