perspectivas

Quarta-feira, 3 Março 2010

Ler a Hannah Arendt mexe com os meus nervos

Hannah Arendt e John Keynes eram ambos de esquerda, embora a primeira libertária nos costumes e na cultura, e o segundo intervencionista na economia. (more…)

Segunda-feira, 11 Agosto 2008

Olavo de Carvalho e o marxismo

«A reacção espontânea do leitor ingénuo ante essas obras [as dos comunistas] é imaginar que tanta repulsa ao mal [o “mal” burguês] só pode nascer de um profundo amor ao bem. Mas é próprio do mal odiar-se a si mesmo, e simplesmente não é possível que a redução de todos os valores morais, religiosos, artísticos e intelectuais da humanidade à condição de camuflagens ideológicas de impulsos mais baixos seja inspirada no amor ao bem.
O olhar de suspicácia feroz que Marx e seus continuadores lançam sobre as mais elevadas criações dos séculos passados denota antes a malícia satânica que procura ver o mal em tudo para assim parecer mais suportável na comparação.»

“Mentira Temível”.

Sábado, 10 Maio 2008

O Materialismo Histórico

eoh_hayekO Materialismo Histórico, segundo Marx, é essencialmente baseado no conceito de “consciência de classe”, que segundo os marxistas, surgiu com o proletariado da revolução industrial. Antes do proletariado, segundo Marx, não existia a “consciência de classe”.

Assim, o verdadeiro e único “sujeito da História”, isto é, o verdadeiro protagonista da História, é a “consciência de classe”. Quando o proletariado ganha consciência de si como classe, assume então a responsabilidade de transformar a sociedade capitalista em sociedade sem classes.

Segundo Marx, só o proletariado teria uma “consciência de classe”, e a burguesia não a poderia ter senão como sendo uma “falsa consciência de classe”, porque a burguesia teria a consciência da contradição irresolúvel da sociedade capitalista, mas nada poderia fazer para a eliminar. Portanto, só com o surgimento do proletariado se passou a poder compreender totalmente a História, e passou a ser possível resolver os conflitos históricos.Até aqui, a teoria parece ter alguma lógica, mas a estória não fica por aqui.

Contudo, Marx defendeu a ideia de que a realização da verdadeira “consciência de classe” do proletariado é o desaparecimento, por via dialéctica, do próprio proletariado, isto é, a tarefa do proletariado é acabar com a sua condição de proletariado, levando até ao fim a sua luta de classe.

Quando Marx nega à burguesia a consciência de classe, o que faz é constatar a impossibilidade da burguesia em determinar o curso da História. Para Marx, o curso da História só poderia ser determinado pela “consciência de classe”, e portanto, o proletariado é, por isso, o único protagonista histórico.

Contudo, se a realização plena da “consciência de classe” significa o fim do proletariado, e significa, consequentemente, o fim da própria “consciência de classe”, o conceito de “consciência de classe” que fundamenta o Materialismo Histórico significa o fim da própria História, isto é, a visão histórica do Marxismo assenta na impossibilidade prévia dessa mesma visão histórica!

Estão a ver o problema que Marx nos arranjou? E não é que o neoliberal Hayek fez a mesma borrada, embora com outros argumentos?

Adenda: Sabem porque é que os neoliberais e os neomarxistas da blogosfera têm tantas discussões e tão acaloradas? É para saberem, dos dois tipos em disputa, qual dos “fins da História” é o mais racional.

A ler sobre este assunto: As contradições do marxismo

Sexta-feira, 30 Novembro 2007

O Existencialismo (1)

Devo dizer que não gosto do existencialismo, e portanto não sou insuspeito na minha opinião. Vou tentar falar do existencialismo de uma forma que a maioria entenda, isto é, dizendo mal dele.
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