Èric Zemmour criou um partido político para o apoiar nas eleições à presidência francesa: o partido chama-se “Reconquista” (pesquisem a conotação histórica da palavra).
Marine Le Pen tem muitas virtudes, mas faltam-lhe os colhões…
Èric Zemmour criou um partido político para o apoiar nas eleições à presidência francesa: o partido chama-se “Reconquista” (pesquisem a conotação histórica da palavra).
Marine Le Pen tem muitas virtudes, mas faltam-lhe os colhões…
No mesmo ano em que teve lugar o referendo do Brexit, os políticos da União Europeia (incluindo Angela Merkel) andavam entretidos a importar dois milhões de imigrantes islâmicos. E depois ficaram admirados porque o Brexit ganhou. Um dos que ficou surpreso foi o insurgente.
Por vezes pergunto-me se esta gente tem cérebro; não percebem que são eles próprios — é a sua própria existência — que alimentam a Marine Le Pen e quejandos. Viktor Orbán, da Hungria, não teria tanto sucesso político se a Angela Merkel tivesse tido filhos, e não tivesse o síndroma da mãe sem filhos que vê nos imigrantes os filhos que ela não teve.
Quem está a destruir a União Europeia, em primeiro lugar, são os políticos defensores da União Europeia e do Euro. Escreve o Insurgente:
“O fim do euro, que acontecerá caso Marine Le Pen vença em França, o regresso tão desejado do escudo, que trará inflação, reduzirá salários, aumentará a pobreza, trará aflição para muitos. Mas servirá também de pretexto. As causas facilmente se apontarão ao estrangeiro. Seremos pobres, estaremos aflitos, não em virtude do Governo da geringonça mas por responsabilidade da Europa que se auto-liquidou.”
Portugal está no Euro, e no Índice de Desenvolvimento Humano, Portugal está no lugar 43.
Está abaixo de Malta e da Grécia; está abaixo da Lituânia e da Estónia; está abaixo da Eslovénia, da Islândia (que não está no Euro) e da Irlanda. Mas Portugal está no Euro.
Isto significa que, a julgar pela tese do insurgente, se o Euro acabar, Portugal passará para o nível do Burkina Fasso em termos de Índice de Desenvolvimento Humano. Ou seja, se dentro do Euro Portugal está no lugar 43 do Índice de Desenvolvimento Humano, fora do Euro estará aí por um lugar perto do 100.
“Ou o Euro, ou o caos” — diz o Insurgente.
E depois queixa-se da existência da Marine Le Pen ou do Viktor Órban (que não está no Euro). E dizem que o Brexit destruiu o Euro, mesmo sabendo que o Reino Unido não adoptou o Euro.
O que está a acontecer em França ultrapassa tudo o que possamos conceber como anomalia política.
A política dita “moderada” não resolveu o problema do terrorismo islâmico, mas alguém vai ter que o resolver ou pelo menos mitigar, a bem ou a mal. E com a Front Nationale no Poder em França, vai ser a mal.
Se eu fosse francês, hoje votaria Front Nationale — porque não há alternativa credível.
Votaria por necessidade, e não por liberdade e/ou por convicção. É preciso quem arrume a casa, que é como quem diz, é necessária alguma ordem e segurança para o povo francês. Naturalmente que o politicamente correcto vai chorar lágrimas de sangue, porque algumas minorias irão ser sujeitas a uma vigilância aturada; e as deportações de imigrantes irão estar na ordem do dia. E mais: é possível que a pena-de-morte seja reintroduzida em França para os crimes de terrorismo (activo ou passivo).
A União Europeia falhou; não soube proteger-se, não obstante inúmeros avisos vindos de diversos quadrantes — incluindo os dos ingleses do Brexit. Agora tem que vir o extremo político limpar a merda que o politicamente correcto deixou ficar um pouco por toda a Europa.
Há facetas do Front National de que eu não gosto; por exemplo, um partido pode ser patriota sem ser chauvinista — o que não é o caso do Front National. Mas quando se diz, nos me®dia, que o Front National foi derrotado nas eleições de ontem, o que se constata é uma vitória de Pirro.
Em vez de se irem às causas do crescimento do Front National, os me®dia e a classe política instalada preferem dizer que a Marine Le Pen é de “extrema-direita” — como se o rótulo funcionasse como uma espécie de exorcismo; estamos no campo das palavras mágicas da tribo arcaica que afastam os demónios.
Quando a palavra “Pátria” passou a ser demonizada simultaneamente pela classe política controlada pelos herdeiros do internacionalismo marxista, por um lado, e pela plutocracia neoliberal, por outro lado, não admira que Marine Le Pen tenha o sucesso que tem. Invocar a Pátria, no discurso político, é hoje uma heresia em relação ao dogma globalista.
A União Europeia foi, em primeiro lugar, uma confederação de pátrias, uma união de nações. Mas depois a burocracia de Bruxelas tomou o Poder, desprezando a herança espiritual da Europa. E quase tudo o que aparece publicado hoje nos me®dia, e defendido pela classe política “europeísta”, faz transparecer o desprezo por essa herança espiritual.
Foi o desprezo laicista (radical e maçónico) em relação à herança espiritual da Europa que está na origem da abertura política em relação à imigração muçulmana desenfreada. Ou seja, perante o imperativo do exercício de um laicismo radical, os próprios laicistas sucumbem à importação de uma herança religiosa e cultural estranha à História e à cultura da Europa — porque o laicismo radical teve como consequência, por exemplo, na cultura antropológica, a diminuição da taxa de natalidade dos autóctones europeus.
Existe nas elites europeias uma loucura em estado incurável, e essa loucura é facilmente constatável pelo senso-comum provido de bom-senso; este sistema político, burocrático e insano, já não tem cura. A alternativa saudável é a libertação em relação à burocracia de Bruxelas. E é isso que alimenta o Front National, mas os me®dia e os seus mandantes, e os sibaritas da classe política, continuam em estado de negação clamando por uma vitória de Pirro.
Não se poderia dela esperar outra coisa: a Front National é de esquerda; defende uma espécie mitigada de Estado totalitário.
Começo por dizer que, se eu fosse francês, não votaria na Front Nationale de Marine Le Pen, a não ser por voto de protesto contra o sistema político; por várias razões, e fundamentalmente porque a Front Nationale é tão radicalmente laicista quanto o Partido Socialista francês.
Eu vou mais pelo secularismo, por exemplo, de um UKIP (United Kingdom Independent Party); vou mais por aqui, mas vou mais longe: em minha opinião, a Igreja Católica deveria fazer parte do protocolo de Estado, e portanto, fui contra a posição do Partido Social Democrata que há anos se aliou à Esquerda e à maçonaria para revogar a tradição portuguesa da presença da Igreja Católica nos protocolos de Estado que vigorava desde a fundação de nacionalidade.
Segundo o critério do Insurgente, o UKIP, sendo um partido nacionalista e que defende até a saída do Reino Unido da União Europeia, é um partido socialista.
Podemos dizer tudo o que quisermos de Marine Le Pen, excepto que seja burra.
“O Euro foi criado pela Alemanha, para a Alemanha” — Marine Le Pen
«A presidente da Frente Nacional francesa, Marine le Pen, é da opinião de que “Portugal está a ser sacrificado por esta política de austeridade”, um “fardo com o qual teve de arcar durante alguns anos, no seio deste horror europeu que é a União Europeia”.»
A diferença essencial entre Marine Le Pen (e o PNR português), por um lado, e François Hollande, por outro lado, é a de que a primeira é nacionalista, ao passo que o segundo é internacionalista. Em tudo o resto não há grande diferença.
Um homem da Direita propriamente dita não pode aceitar que o Estado se meta na acção das organizações e instituições da sociedade civil em geral, e das religiões em particular. Se eu fosse francês, Marine Le Pen não teria o meu voto.
Na Bélgica, quem não é, hoje, favor da eutanásia livre e “à vontade do freguês”, é considerado retrógrado, da direita, e/ou conservador — epítetos que são considerados sinónimos. Por este andar e por absurdo que seja, se se defender na Europa, um dia destes, a existência de campos de exterminação em massa para velhos e deficientes, quem for contra eles é democraticamente reaccionário, retrógrado e conservador. A História repete-se.
À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje.
Na Europa, quem for defensor da vida humana intra-uterina é hoje considerado um troglodita pelas elites políticas (nacionais e internacionais) do leviatão europeu (leia-se, União Europeia), e a tal ponto que o “papa ambíguo” toma posições relutantes e ambivalentes acerca do aborto.
“Troglodita” é hoje o superlativo absoluto simples de “conservador”: é uma criatura que ainda habita na caverna de Platão — porque o europeu moderno, democrático, progressista e de vistas largas há muito tempo que viu a luz.
Até em Portugal, o “cota” socialista Manuel Alegre referiu-se a quem não concorda com o “casamento” gay e com a adopção de crianças por pares de invertidos como sendo um “conservador” no sentido de troglodita.
Depois, esta gente estranha que surjam fenómenos políticos como o da Front Nationale de Marine Le Pen.
É que o radicalismo de esquerda foi já tão longe na Europa que quem defenda hoje o aborto apenas e só até às 10 semanas de gravidez é considerado um “cota” moderado, um indivíduo do “centro político”. À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje. Hoje, um indivíduo que se diga “do centro” político aproxima-se das posições políticas (na cultura) do Bloco de Esquerda do tempo da sua fundação.
Depois, esta gente vem dizer que a Front Nationale de Marine Le Pen é de “extrema-direita”. Pudera! As pessoas não se dão conta de que o epíteto de “extrema-direita” surge em função do actual fenómeno de radicalização extrema à esquerda que aconteceu progressivamente na Europa nos últimos 15 anos.
Um dia destes, e por este “andar hegeliano”, um indivíduo que defenda a vida humana intra-uterina será metido na prisão por ser de “extrema-direita”. Em alguns países da Europa, pelo simples facto de se defender publicamente o casamento natural (entre um homem e uma mulher), já se pode ser levado a tribunal e condenado por “crime de ódio”.
Em suma, a Front Nationale de Marine Le Pen é o que a elite política desta Europa merece. Não merecem outra coisa. Para radical, radical e meio.