perspectivas

Quinta-feira, 24 Outubro 2013

É tão evidente que até fere a vista (andamos ceguinhos de todo!)

 

joao-ferreira-do-amaral-daguerre-webPortugal deve sair do euro, mas a saída deve ser "negociada e com apoio comunitário", afirma João Ferreira do Amaral.

«"Num cenário de estabilização da zona euro, a saída de um país deve ser feita em acordo com as autoridades comunitárias, quer o Conselho [Europeu], quer a Comissão Europeia quer o Banco Central Europeu [BCE]", diz Ferreira do Amaral em entrevista à agência Lusa.

Esse acordo visaria "garantir apoio" durante a saída: "Nesse período crucial [de saída] deve haver apoio, que se traduz no prolongamento do empréstimo ao nível do que temos agora" no âmbito do programa de assistência negociado com a ‘troika’.»


E já agora (para quem sabe ler em inglês):

Crise começou com salvação da Alemanha

 

«”A Crise europeia começou com um gigantesco resgate da Alemanha pelo BCE”, diz Richard Koo Nomura, economista Taiwanês e norte-americano, residente no Japão, especializado em balanços de recessões. O economista-chefe do Nomura Research Institute, braço de pesquisa da Nomura Securities, em Tóquio, olha de um outro modo para o chamado “problema de competitividade”  dos países do sul da Europa nesta muito interessante análise.»

Sábado, 4 Maio 2013

Não tenham medo! Se Portugal sair do Euro não acaba a Internet

Filed under: Portugal — O. Braga @ 6:50 pm
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Nem acabam os telemóveis. Os automóveis também vão continuar a existir. Portugal não vai acabar. Não se preocupem, porque a economia irá então voltar a crescer.

“A minha sugestão é que as dívidas, nomeadamente as do crédito a habitação, mantenham o seu contra-valor em euros, mas que a diferença resultante da desvalorização seja assumida pelo Estado, que ele substitua o devedor nessa parte, financiando-se o Estado através de empréstimos do Banco de Portugal. “

João Ferreira do Amaral: “Só há duas hipóteses, sair do euro a bem ou a mal”

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Sábado, 16 Junho 2012

A miopia dos liberais portugueses

Uma certa direita portuguesa defende o comportamento da Alemanha na crise do Euro com unhas e dentes, ao mesmo tempo que diaboliza os países mal comportados. Essa postura é traduzida, por exemplo, na opinião escrita por José Manuel Fernandes [JMF] no jornal Público (ver aqui em PDF).
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Quarta-feira, 30 Março 2011

Os interesses privados do directório europeu são incompatíveis com a União Europeia

O economista João Ferreira do Amaral diz aqui: “Sem reduzir o défice externo, não temos condições para permanecer no euro”. O que ele não diz, é que para reduzir o défice externo temos que sair do Euro.

Vemos o recente exemplo da Irlanda: perante o descalabro da crise bancária naquele país que levou à intervenção do FMI, o governo irlandês quis manter as taxas de IRC (os impostos das empresas) em um nível mais baixo do que o que existe na Europa do directório (cerca 14%, se não estou em erro). Essa política de taxas baixas do IRC tem como objectivo principal a redução do défice externo irlandês (para além de criar emprego). A reacção dos países do directório foi violenta, e a Irlanda teve que assumir publicamente que vai aumentar a taxa de IRC.

Isto acontece porque existe uma dinâmica peculiar na Europa do Euro, que considera, a priori, os diversos países de forma diferente — coisa que não acontece nos estados federais dos Estados Unidos, onde existe uma tradição de igualdade estatutária entre estados federais. Por razões diversas, é impossível erradicar esta idiossincrasia assimétrica da Europa do directório, quanto mais não seja pela ausência de uma tradição europeia no sentido do respeito entre países.

Por isso, qualquer tentativa de Portugal para fazer baixar o défice externo vai colidir com os interesses do directório europeu. Até agora, esses interesses endividaram o nosso país, e a partir de agora esses interesses pretendem manter Portugal (e os PIG, em geral) em um estado perene de indigência, para que o directório europeu continue a exportar os seus produtos e o seu desemprego.

Diz João Ferreira do Amaral (o sublinhado é meu):

“Se o nosso país não conseguir ou for impedido pelas instituições comunitárias de realizar um programa de prazo longo de discriminação positiva dos bens transaccionáveis, então não terá condições de pertencer à zona euro e teremos, de uma forma ou de outra, de sair a prazo provavelmente não muito longo”.

Já que os credores de Portugal, ou seja, a Europa do directório, querem intervir directamente no nosso país transformando-o num protectorado, então aproveitemos a oportunidade do default para que lhes “saia o tiro pela culatra”.