“O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse, na quinta-feira à noite, acreditar que pode haver uma Zona Euro sem orçamento e que poderia existir um círculo permanente de ministros de Finanças.”
Uma zona Euro sem orçamento significa uma discussão permanente acerca da aplicação de um orçamento real que, à partida, não existe. Ou seja, existiria de facto um orçamento, só que esse orçamento seria aplicado, ao longo do tempo, ao sabor da lei do mais forte; os compromissos políticos acerca da aplicação do dinheiro disponível na União Europeia não seriam feitos a priori (na medida em que, não havendo orçamento, não há uma discussão prévia sobre ele), mas antes seriam realizados à medida em que o ano civil ia decorrendo.
Uma das intenções desta proposta é afastar, da opinião pública, o critério da distribuição do dinheiro pelos diversos países — porque se o orçamento é “volante” e “volátil”, a opinião pública dificilmente se dá conta dos compromissos políticos celebrados a cada momento do ano civil.
Decorre da anterior razão — o afastamento do orçamento, da opinião pública — a tentativa de impôr a lei do mais forte no critério de distribuição de verbas pelos vários países da zona Euro. Recorde-se que Jeroen Dijsselbloem foi nomeado para presidente do Eurogrupo pela Alemanha.