Um país desenvolvido não é aquele que aborta as suas crianças. Um país desenvolvido é aquele que consegue repor a sua população com a passagem de gerações e simultaneamente consegue manter baixas a sua taxa de mortalidade infantil e a taxa de mortalidade da maternidade.
O que está a acontecer hoje com as exigências da Troika, é o reconhecimento internacional de que Portugal não tem futuro e que a dívida portuguesa deve ser paga quanto antes e a qualquer custo nacional.
Note-se que “repor a população” não é a mesma coisa que “aumentar a população”: o ideal seria que a população aumentasse apenas e só em função do território disponível do país e da densidade populacional. Por exemplo, a Itália tem uma densidade populacional de 224 pessoas por km^2, ao passo que Portugal tem uma densidade populacional de 118 por km^2. Isto significa que a taxa de fertilidade italiana (1,41 crianças por mulher), sendo muito baixa, não é tão grave para a sustentabilidade desse país como é a taxa de fertilidade em Portugal (1,51 crianças por mulher), porque a Itália tem ainda um rácio de reserva de densidade populacional que Portugal não tem.
Outro aspecto é a mortalidade da maternidade. Os políticos da III república portuguesa, sem excepção, defenderam a tese segundo a qual o aborto diminui a mortalidade feminina porque alegadamente extingue ou diminui drasticamente o aborto clandestino. Porém, os factos contradizem os políticos da III república: por exemplo, na Irlanda o aborto não é legal, e a taxa de mortalidade feminina na maternidade deste país (6/100.000) é inferior à taxa portuguesa (8/100.000).
O caso da Irlanda é o exemplo de um país com futuro: para além de ter uma taxa de fertilidade de 2,1 por mulher — que é a taxa necessária de reposição populacional —, tem uma idade média da mulher de 35,8 anos, ao passo que Portugal, com uma taxa de fertilidade de 1,51 por mulher, tem uma idade média da mulher de 42,9 anos (já entra pela menopausa adentro).
Uma idade média da mulher de 43 anos (no caso português) torna irreversível o processo de decadência e o caminho rumo ao sub-desenvolvimento do país. O que está a acontecer hoje com as exigências da Troika, contra as quais o CDS/PP (hipocritamente) protesta, é o reconhecimento internacional de que Portugal não tem futuro e que a dívida portuguesa deve ser paga quanto antes e a qualquer custo nacional. O mote da Troika em relação a Portugal é o seguinte: “queremos o nosso dinheiro já, antes que essa merda de país impluda”.
Se eu fosse empresário investiria na Irlanda porque é, de facto, um país de futuro, e nunca investiria em Portugal.
O mote da Troika em relação a Portugal é o seguinte: “queremos o nosso dinheiro já, antes que essa merda de país impluda”.
Portanto, a III república falhou. E como falhou, terá que ser destituída, a bem ou a mal. Portugal é um país que não tem futuro, não porque exista uma fatalidade portuguesa qualquer, mas porque a ideologia predominante e comum, imposta pelas elites políticas da III república maçónica portuguesa, destruiu o país. Os fundadores dos partidos políticos, que estão na génese da nossa desgraça — gente como Freitas do Amaral, Cavaco Silva, Pinto Balsemão ou Mário Soares — são responsáveis e devem ser julgados pela História e pelo país. Precisamos de uma classe política com características diferentes (esta que temos, não nos serve e até é prejudicial ao país).
A única forma de inverter a actual tendência de desaparecimento de Portugal é acabando com a III república, utilizando a violência se necessário for.