O ateísmo e o naturalismo são uma espécie de mistura de idealismo com a celebração da estupidez humana — enquanto que o agnosticismo dispensa o idealismo.
Quando o ateísmo e o naturalismo atribuem a causa dos absolutos da lógica às reacções químicas do cérebro, segundo a ideia de que aqueles dependem exclusivamente destas, por um lado, e quando esses absolutos da lógica são depois atribuídos à linguagem humana, o que pressupõe que esses absolutos não existiriam sem a linguagem, por outro lado, adoptam princípios genéricos característicos do idealismo.
O idealismo (em geral) parte do princípio de que o objecto nada é independentemente do sujeito cognoscente e de que aquele se reduz a uma actividade ou a um produto deste.
Ao reduzir os absolutos da lógica a um produto do cérebro e da linguagem, o que o ateísmo nos diz é que a realidade não existiria independentemente do cérebro do Homem. Para além das semelhanças destes princípios com os do idealismo, — e ao contrário do que faz o idealismo, e aqui diferem um do outro — a estupidez ateísta consiste na negação dos absolutos da lógica que são axiomáticos e não deixam de o ser, mesmo que os neguemos ou discordemos deles.