Camaradas!
Como é do conhecimento público, o Bloco de Esquerda tem defendido a ideia segundo a qual, com o progresso da ciência, a sexualidade já não é necessária para a reprodução. Além disso, o nosso conceito de família é muito mais interessante do que a parentalidade a preto e branco heterossexista, que se baseia apenas em uma mãe e um pai. Na nossa visão de família homoparental, temos os seguintes componentes:
- o padrasto ou madrasta — é a pessoa, que não tendo participado no projecto parental, comporta-se como um pai ou mãe (respectivamente) em relação à criança;
- o pai cooperante — nós, militantes do Bloco de Esquerda, gostamos muito de cooperar — até a ajudar a fazer filhos nas mulheres dos outros. O pai cooperante pode ser uma figura colectiva que consiste num conjunto de protagonistas de um projecto de co-parentalidade (3, 4, 5, 6, 7, ou mais pessoas… que lindo…!!), ou então apenas pode apenas ser a parceria dos pais legais. Por exemplo, ainda há pouco tempo, nos Estados Unidos, uma criança foi adoptada por duas mães e um pai, constituindo assim 2 mães e 1 pai cooperantes. Cooperar com lésbicas e gays é uma especialidade dos militantes do Bloco de Esquerda;
- mãe de substituição — é a mulher que acolhe e transporta no ventre o filho de um homem que é o pai. Ela pode ser a mãe biológica do bebé, ou não. Como vemos, a sexualidade não é necessária para a reprodução;
- pai biológico — é o pai que doa o esperma e que, por isso, cria o bebé sem a sexualidade necessária para a reprodução. Nós, aqui no Bloco de Esquerda, gostamos muito de doar esperma, seja para lésbicas, seja para gays;
- pai legal — é aquele pai, em particular e entre os outros pais, cuja paternidade é legítima ou natural, e legalmente estabelecida;
- pai social — é um outro tipo de pai, que se comporta como tal, mas que não é um pai legal. Pode ser o padrasto, ou um segundo pai, ou de um pai cooperante;
- segundo pai — é o companheiro homossexual de um pai legal, no quadro de uma estrutura biparental, que participa na educação da criança.
Como se pode verificar com toda a clareza e evidência, com o progresso da ciência a sexualidade já não é necessária para a reprodução, por um lado, e por outro lado, a nossa visão da família é muito mais interessante para a criança adoptada, porque é sempre melhor ter 4, 5, 6, ou mais pais e mães, do que ter apenas um pai e uma mãe. Com muitos pais e muitas mães, a criança sente-se mais feliz e acompanhada — o que não acontece da mesma forma só com um pai e com uma mãe.
Além disso, toda a gente sabe que nas famílias homossexuais não existe absolutamente nenhuma violência doméstica — ao contrário do que acontece nas famílias heterossexistas onde a mulher é sistematicamente sujeita a violência doméstica, e onde o acto sexual é sempre uma violação sexual da mulher.
Sobre estas premissas progressistas, o Bloco de Esquerda tem vindo a propor a adopção de crianças por casais de homossexuais, para além da liberdade da procriação medicamente assistida extensível a todas as mulheres. Para o Bloco de Esquerda, o que interessa é o superior interesse da criança, que fica assim muito melhor entregue a muitos pais e muitas mães do que ficaria entre apenas a um par de gâmetas heterossexista.
A luta continua! A vitória é certa!