Maria Susana Mexia descreve aqui uma das vertentes do Pós-modernismo: o desconstrucionismo de Foucault.
Os Pós-modernistas — como por exemplo Jean-François Lyotard, Deleuze, Foucault, Derrida (os pós-modernistas são quase todos franceses), entre outros — são todos (literalmente!) marxistas frustrados com o resultado histórico da práxis marxista. Ou seja, não podemos separar o Pós-modernismo, por um lado, do marxismo, por outro lado; e sobretudo não podemos separar o Pós-modernismo e o marxismo cultural (ou Utopia Negativa) que o José Pacheco Pereira diz que não existe.
Não podemos separar o marxismo de Lenine ou de Trotski, e o marxismo de Lukács ou de Gramsci; e não podemos fazer de conta que não existiu uma influência ideológica de Gramsci em alguns membros da Escola de Frankfurt, nomeadamente em Marcuse. O que a professora de filosofia Maria Susana Mexia faz (no referido texto) é o estabelecimento de uma determinada relação ideológica objectiva que o José Pacheco Pereira diz que não existe.
A pergunta que podemos fazer é a seguinte: ¿por que razão a legalização da prática da eutanásia (por parte do Estado) foi defendida por gente tão diversa como (por exemplo) o comunista / bloquista João Semedo (que, por princípio e sendo marxista, não deveria adoptar o utilitarismo), e o utilitarista Rui Rio?
Do que se trata, neste caso, é de uma aliança circunstancial entre o utilitarismo (a estupidez pontifícia dos libertários que não passam de uns idiotas úteis) e o marxismo cultural (ou, se quiserem, o conjunto ideológico da “evolução” da Utopia Negativa até ao Pós-modernismo) que defende (por exemplo, através da Teoria Crítica) a dissolução (a qualquer custo e preço) da realidade social/cultural existente, na esperança do surgimento espontâneo (uma espécie de “mão invisível”) de uma nova realidade (a fé metastática) sublimada e purificada das cinzas da obliteração da realidade humana impura existente (a defesa neognóstica uma espécie de “escape” em relação à realidade).
Ou seja, o que o Bloco de Esquerda defende em matéria de eutanásia é objectivamente ideológico e profundamente pensado (é a guerra sem quartel contra a realidade cultural e metafisica existente); o que Rui Rio e outros idiotas úteis defendem nesta matéria é apenas produto de uma profunda ignorância.
Aconselho a leitura do texto de Maria Susana Mexia. E já agora, o José Pacheco Pereira que aprenda alguma coisa com ela, embora — lá diz o povo — “burro velho não tome andadura”.