Desde que me conheço, sempre fui pró-americano, talvez porque fui educado dessa forma. Na década de 1960 e desde os meus 6 ou 7 anos de idade, não deixava de ler as Selecções do Reader’s Digest que o meu pai comprava todos os meses. Hollywood marcou a minha infância e a minha adolescência. Por exemplo, não me esqueço do dia da semana, da hora e do local exacto em que fui ver o filme “Jesus Christ Superstar”, na década de 1970.
Os Estados Unidos tornaram-se um mito para mim, e esse mito esboroou-se completamente com Obama. Os Estados Unidos são hoje uma desilusão. Vou mais longe: os Estados Unidos tornaram-se num país perigoso.
Já nem me refiro ao absurdo da política cultural americana e à decadência civilizacional acelerada em que esse país já caiu. Quem criticou o Bush filho pela invasão no Iraque bem pode agora limpar as mãos à parede, porque o que os Estados Unidos estão a fazer hoje no Próximo Oriente é ainda pior: o apoio político americano à Irmandade Muçulmana no Egipto, e aos rebeldes da Al Qaeda na Síria, só é compreensível à luz da negação dos valores éticos, políticos e civilizacionais que construíram a nação americana.
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