perspectivas

Domingo, 19 Fevereiro 2017

O sistema de ensino da geringonça: é tudo uma questão de crenças

Filed under: Esta gente vota — O. Braga @ 1:52 pm
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“A frase seguinte (“matemática e Português perderão horas para as ciências sociais”) é ainda mais engraçada: em primeiro lugar, pela omissão das aspas em “ciências” que antecedem o adjectivo “sociais” (ainda me hão-de explicar quais são as ciências que não podem levar com o adjectivo “sociais”); em segundo, porque, o que realmente falta aos alunos proto-asnos é mais marxismo cultural.

A exultação dos asnos

¿Foi para isto que o “progressérrimo” Carlos Fiolhais apoiou a geringonça? — ¿para ver as ciências da natureza relegadas para segundo plano por aquilo a que se convencionou chamar de “ciências” sociais?

A Raquel Varela exulta: afinal, a tese dela segundo a qual “as ciências são todas exactas” venceu dentro da geringonça: a matemática passou a ser tão “exacta” quanto o é a antropologia dos chimpanzés do Gabão.

Para a geringonça, todas as ciências são crenças; ¿se 1 + 1 = 2? É uma crença!. E cabe à religião antropoteísta liderada pelo sumo-sacerdote António Costa (acolitado pelo Adão e Silva) dizer quais são as crenças mais correctas.

Afinal, e segundo a geringonça, a matemática é uma merda, porque tem lógica; para a esquerda, tudo o que tem lógica é uma merda. A matemática e a língua portuguesa são crenças obsoletas que terão que ser substituídas por crenças correctas, por exemplo, a crença segundo a qual “uma mulher é um homem que é um macaco que é um cão que é um dinossauro que é uma ameba”.

Segunda-feira, 13 Fevereiro 2017

Tirem-me deste filme…!

Filed under: Esta gente vota — O. Braga @ 11:53 am
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“E a tua tia sabes de que tem cara, de p., sabes o que é, uma mulher tão porca que f. com todos os homens e mesmo que tenha r. para f. deixa que lhe ponha a p. no c.”


Este é o excerto da polémica do livro “O Nosso Reino” de Valter Hugo Mãe dado a ler aos jovens de 13 anos do liceu Pedro Nunes, em Lisboa.

O comentário do comissário do Plano Nacional de Leitura, o poeta Fernando Pinto do Amaral, dado à Lusa, foi o seguinte:

“Não está em causa a sua qualidade literária, o que houve foi um problema de inserção na lista. O livro entrou no 3.º ciclo por lapso, porque foi escolhido para o secundário”.

O problema é que é a própria qualidade literária que está em causa aqui: o Mãe escreve mal e é pouco credível no que escreve, o Mãe não devia estar no Plano Nacional de Leitura, aliás uma fábrica para promover amigos e lhes vender os livros como pães.

Os palavrões de Valter Hugo Mãe


O problema deste país é profundo; não se resolve facilmente. Mas se não se resolver, teremos em breve um totalitarismo de esquerda.

Segunda-feira, 6 Fevereiro 2017

A estaurofobia de uma putéfia de alto coturno

 

Eu (dantes) fazia a distinção entre “esquerda”, por um lado, e “esquerda radical”, por outro lado; hoje, já não faz sentido essa distinção: “esquerda radical” é redundância. Sempre houve esquerdalho radical; mas hoje ele está plasmado orgulhosa- e diariamente nos me®dia, sem qualquer filtro racional. Vivemos num PREC.

Quando se pergunta ao encarregado de educação de uma criança se pretende que o respectivo educando tenha aulas de religião e moral católicas, acontece muitas vezes (mesmo que seja apenas e só por motivos de tradição) que o encarregado de educação anui ou aquiesce. Ou seja: o encarregado de educação não se opõe.

A Jezabel da imprensa esquerdista (Diário de Notícias) diz que isso é “tornar obrigatória a religião e moral católicas nas escolas públicas”. Para ela, não se aplica o ditado segundo o qual “quem cala consente ou autoriza”: pelo contrário, para a vulgívaga de palacete, “quem cala é obrigado a aceitar”.

O problema aqui é o de saber o que é o “consentimento”, por um lado, e o que é “obrigação”, por outro lado.

É claro que quem não se opõe a que os seus filhos tenham aulas de religião e moral católicas, não é obrigado a que os seus filhos tenham aulas de religião e moral católicas.

Quando nós não nos opomos a qualquer coisa, exercemos (pelo menos) a nossa liberdade negativa. Para a górgona dos me®dia, a Esquerda possui o monopólio da liberdade negativa: toda a gente que não for de Esquerda tem que “sair do armário e passar a vergonha da denúncia pública” da sua liberdade positiva (apontada a dedo).

A Europa está a mudar. Até em Espanha já sinais de Vox Populi. Pode ser que a megera seja “eutanasiada” à força. Nunca se sabe.

Sexta-feira, 10 Junho 2016

A Helena Damião e a “educação para o empreendedorismo”

Filed under: A vida custa — O. Braga @ 11:57 am
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Eu concordo parcialmente com a Helena Damião: o conceito de “educação para o empreendedorismo” é um absurdo, porque a liderança não se aprende na escola: é inata — a não ser que a “educação para o empreendedorismo” seja sinónimo de “educação para gestão de empresas”: um bom gestor de empresas pode não ser um líder natural.

“E deixam uma questão: "não haverá razões para estarmos preocupados com esta socialização precoce para a competição?"”

Porém, o que preocupa a Helena Damião não é o absurdo da “educação para o empreendedorismo” : o que a preocupa é o fomento da competição entre as crianças.

São duas coisas diferentes: o fomento da competição entre as crianças não tem necessariamente a ver com o absurdo do “educação para o empreendedorismo”; mas a Helena Damião mistura as duas coisas.

A Esquerda — de que a Helena Damião faz parte — diz que defende a mobilidade social (os “elevadores sociais”), por um lado, mas, por outro lado, tem horror à competição.

É claro que sem competição não pode existir mobilidade social. Esta contradição da Esquerda não é irracional: tem um propósito: é preciso proteger o Poder as elites de Esquerda em relação a qualquer tipo de concorrência política, e sem que esse proteccionismo seja facilmente detectado pela opinião pública.

Finalmente, sendo que a Helena Damião critica o absurdo da “educação para o empreendedorismo”, nunca a vi criticar a propaganda absurda da Ideologia de Género nas escolas. Ou seja, na educação, há coisas absurdas que são boas (as de Esquerda) e outras que são más.

Sexta-feira, 27 Maio 2016

Estou sintonizado com o “Diabo”

 

O dinheiro dos impostos é usado para pagar juros de investimentos especulativos, para salvar bancos que tiveram gestões catastróficas e que canalizaram rios de dinheiro para a economia de casino ocidental, ou para sustentar negociatas privadas distorcendo um mercado que deveria ser livre, aberto e igual.

O que se passa com os colégios privados, com os chamados “contratos de associação”, é um escândalo. O dinheiro dos impostos de todos os cidadãos é canalizado para financiar os estudos de jovens, que nada pagam nesses colégios quando existem escolas públicas, pagas também com os nossos impostos, que se situam nas vizinhanças desses colégios. O que é estranho é que esses colégios recebem mais dinheiro por turma do que as escolas públicas”.

Pagar lucro com os impostos de todos

Eu já tinha escrito aqui algo parecido. Em Portugal só existem partidos de esquerda.

Domingo, 8 Maio 2016

Quando os liberais se transformam em burocratas de Esquerda

 

Se as organizações conservadoras (ou liberais) imitam a Esquerda na procura e na recepção do dinheiro dos contribuintes, tornar-se-ão como a Esquerda também noutros modos: orientar-se-ão para servir interesses e valores dos políticos e dos burocratas, e não os valores e interesses dos liberalismos político e económico.

Tenho assistido ao espectáculo de liberais defendendo o financiamento do Estado às escolas privadas. Por exemplo, o João Távora escreveu o seguinte: “O monopólio do ensino público pelo Estado tem como objectivo último o controlo da república sobre a educação dos portugueses”.

Mas não é verdade! Por exemplo, Portugal é o único país da Europa que permite o Ensino Doméstico (Home Schooling). Temos um enquadramento legal muito liberal no que diz respeito ao Ensino. O que se passa, na realidade, é que a carga de impostos é de tal forma pesada que os portugueses têm que se sujeitar à mediocridade do Ensino público que têm.

Portanto, o que liberais e conservadores têm que fazer é lutar contra a carga de impostos que asfixia os portugueses e que só serve os interesses políticos da Esquerda. É essa a guerra — e não pedir financiamentos ao Estado para sustentar instituições privadas.

Quinta-feira, 9 Julho 2015

A boa lobotomia e a má lobotomia das crianças

Filed under: Política — O. Braga @ 9:27 am
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A Helena Damião considera que existe uma boa lobotomia e uma má lobotomia das crianças através do sistema educativo:

“Ora, aqui é que está o problema: a confusão (propositada?) entre “educação” (acção de ensino que, de modo explícito, prepara os alunos para exercerem, com liberdade e responsabilidade, o direito de escolher) e “doutrinamento” (acção interesseira de alguém que, de modo dissimulado, conduz os alunos a seguirem opções que, previamente, se determinou que seguissem).

A “condição financeira pessoal”, é, exactamente isso: pessoal. Em sequência, o “querer e necessitar” dizem respeito a cada um, solicitam o livre arbítrio exercido, evidentemente, com base em conhecimento substancial, fundamental que a escola tem obrigação de assegurar.”

“Necessitar” em vez de “querer”

lobotomia-criançaA má lobotomia é aquela que não coincide com as convicções ideológicas da Helena Damião (e do resto da sociedade que com ela partilha uma determinada mundividência), o que significa que a boa lobotomia das crianças (a que ela chama de “doutrinamento”) coincide com as ideias dela.

Quando as crianças são lobotomizadas na escola e de acordo com as convicções ideológicas da Helena Damião, é-lhes dada a liberdade de “querer”; quando isso não acontece,  é-lhes imposto o reino da “necessidade”.

Mas se perguntarem à Helena Damião se os pais e família das crianças devem ter o principal papel na educação, ela afirmará (como já o fez) que “os pais não são donos das crianças” e que compete ao Estado dispôr da lobotomia das crianças.

O problema da Helena Damião é o de saber qual o tipo de lobotomia que o Estado deve exercer sobre as crianças: ¿a boa ou a má? — tendo em conta que a família e os pais devem ser secundarizados naquilo que ela chama de “educação”.

Terça-feira, 16 Junho 2015

O efeito das políticas de esquerda na educação e no ensino

Filed under: Política,politicamente correcto,Portugal — O. Braga @ 8:05 am
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bullying profHoje sofri bullying dos alunos. Já participei tudo e vou queixar-me ao meu advogado e ao Estado português. Nem imaginam como me impressionou, logo a seguir à minha aula, ver um colega completamente desesperado com as lágrimas nos olhos, pois ele nem a chamada consegue fazer. O director tem de actuar forte e feio.

A mim, ao fim de mais de 20 anos de carreira, deram-me este mimo: «O professor é uma merda e vir às suas aulas é uma merda»… Arrotaram e deram pus… Colocaram phones, levaram bola, bateram nas carteiras e cantaram… não sei como me segurei. Algumas vezes, penso que vou fazer uma asneira e arrepender-me para o resto da vida… nem me conheço… fiquei calmo, calmo, mas duma calma doentia…

O meu advogado disse-me isto: se alguma vez eles lhe levantarem a mão para si, não responda. Saia e faça queixa, mas não se atire a eles… eu acho que me ia dando uma coisa hoje! Um vagabundo a dizer-me aquilo é surrealista…”

O testemunho de um professor enxovalhado

O Partido Socialista, a ala esquerdista do Partido Social Democrata, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista andam felicíssimos. Gente como a do Jugular rejubila: os meninos podem fazer tudo o que querem, mas ao mesmo tempo que se dizem “arautos dos direitos dos professores”.

Por um lado, o Mário Nogueira, da FERNPROF, morre de amores pelos professores; mas, por outro lado, segundo ele os meninos podem enxovalhar os professores à vontade em nome da autonomia do indivíduo e da educação moderna.

Corolário: precisamos de um partido político à direita do CDS/PP. Isto já não vai com as falinhas mansas do Paulo Portas.

Quinta-feira, 14 Maio 2015

Treta!

Filed under: Política,politicamente correcto — O. Braga @ 9:19 am
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“Faço minhas as palavras do Rodrigo Adão da Fonseca: considero grave que os media estejam a expor as crianças ao Tribunal Popular, divulgando o vídeo, e conduzindo à identificação dos personagens, menores.”

Da violência repetida

Ainda em 2005 os professores primários tinham a régua em cima da secretária nas salas de aula; não se batia em ninguém, mas lá estava a régua como lembrança.

Com José Sócrates e a sua famigerada ministra da educação Maria Lurdes Rodrigues, a régua foi banida da secretária da professora, e deu-se início ao “eduquês” e ao descalabro no ensino. Os resultados estão à vista.

E agora chamam a este ministro da educação de “incompetente”, quando na verdade qualquer ministro da educação depois da Lurdinhas será sempre incompetente — a não ser que o “eduquês” politicamente correcto seja revertido.

Este vídeo deveria ser visto em todas as escolas secundárias, como exemplo de um comportamento irracional e reprovável. Chamar os bois pelos nomes nunca é incorrecto, se os bois têm nome. Mostrar a realidade tal qual ela é nunca é incorrecto; “a verdade liberta”.

Segunda-feira, 9 Fevereiro 2015

¿O que é que tem a ver a ciência com o “marido” do Alexandre Quintanilha?!

 

 

O Carlos Fiolhais  — ¿quem poderia ser, senão ele? — publicou no blogue Rerum Natura uma entrevista com o Alexandre Quintanilhaem que ele aponta o dedo à pseudo-avaliação da FCT da ciência nacional” (sic). Algumas pérolas do Alexandre Quintanilha:

“Apesar de viverem numa sociedade católica, [as pessoas] são livres na sua forma de estar, como é o caso das vizinhas que à varanda o vêem descer a rua de braço dado com o marido e cumprimentam o casal, como qualquer morador do bairro.”

(…)

“Dou um exemplo pessoal. Casei-me com o Richard [Zimler] em Portugal. Algo impensável há dez anos. Os meus amigos lá fora ficaram espantadíssimos. Portugal evoluiu imenso. Há milhares de jovens que, por exemplo, vivem com outros jovens sem se casarem, têm filhos sem se casarem, seguem os seus sonhos contra a vontade dos pais.”
(…)
“E, portanto, o investimento na educação teve um impacto enormíssimo mesmo que por vezes seja difícil de medir. É um certo empowerment que as pessoas adoptaram, mas que infelizmente está a enfraquecer porque muitos não sabem se vale ou valeu a pena.”

Reparem bem:

1/ Portugal evoluiu imenso porque o Alexandre Quintanilha “casou-se” com o Richard Zimmler.

2/ A “evolução” de Portugal foi tão grande que “há milhares de jovens que vivem com outros jovens sem se casarem, têm filhos sem se casarem, e seguem os seus sonhos contra a vontade dos pais”.

3/ Toda essa “evolução” deveu-se ao  “investimento na educação” que “teve um impacto enormíssimo mesmo que por vezes seja difícil de medir”. Foi o grande “investimento na educação” (de José Sócrates)  que permitiu que o Alexandre Quintanilha andasse de mãos dadas com o “marido” e vice-versa, e que incentivou que “milhares de jovens passassem a viver com outros jovens sem se casarem, terem filhos sem se casarem, e seguirem os seus sonhos contra a vontade dos pais”.

4/ Portanto, educação que se preze é contra os pais. Educar as crianças ou jovens contra os pais é sinal de “evolução” da sociedade.

Por outro  lado, a promiscuidade sexual é sinal de progresso e de “evolução” — simplesmente não é possível a investigação científica sem umas orgias no laboratório da universidade. Aliás, o governo de Passos Coelho, através do FCT, deveria facultar um “subsídio de coito” para os investigadores, para além da Bolsa: investigação científica digna desse nome não passa sem um subsídio de coito.

5/ Uma sociedade sem “casamento” gay, por um lado, e sem surubas estudantis, por outro  lado, não pode progredir na ciência. O “casamento” gay está directamente ligado ao progresso da ciência.

Sábado, 8 Novembro 2014

O professor Rolando Almeida e o método discursivo do marxista cultural Habermas

Filed under: ética — O. Braga @ 8:01 pm
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“Pensar na bondade para podermos fazer coisas boas envolve falar com os outros, aprender o que pensam sociedades diferentes e por que motivo, e perguntar as razões das pessoas para considerar que uma coisa é boa ou má.

O que aprendemos com tudo isto é que o «bem» vem de pensarmos com responsabilidade e sensibilidade sobre o efeito que os nossos pensamentos e actos têm em nós, nos outros e no mundo que nos rodeia.”

Começar a estudar filosofia moral


Os marxistas culturais Jürgen Habermas e Karl-Otto Apel sugeriram uma forma de resolver o problema da fundamentação das normas morais: em vez do sujeito solitário que pensa acerca da generalização de máximas e normas de actuação (à moda de Kant), recorreram à ideia de um discurso infinito, se possível de todos os seres humanos, no âmbito de uma putativa comunidade ideal de comunicação.

Ou seja: se as normas morais devem ser fundamentadas, todos aqueles a quem estas (as normas) dizem respeito devem ter, por princípio, a possibilidade de participação na discussão (pública) sobre elas. Por exemplo, se alguém afirma que o roubo é moralmente condenável, em todas as circunstâncias, tem que afirmar o seguinte perante todas as pessoas:

“Afirmo perante todos que o roubo representa uma acção moralmente proibida, declarando-me disposto a defender esta minha afirmação perante qualquer pessoa.”

Na procura de um consenso surge então um discurso no qual podem e devem participar em pé de igualdade todos aqueles que são de qualquer modo afectados pela definição das normas morais. Assim, através de uma argumentação inteligente (que pode ser manipuladora) deve alcançar-se um consenso sobre as regras de jogo da moralidade: se se argumentar de forma inteligente, o resultado será o pretendido. E quem não respeitar o consenso alcançado por “todos”, deixa de poder reclamar que actua de acordo com a razão. Mas ficamos sem saber em que isto impede um ladrão de roubar…!

Para as pessoas que não participaram na discussão, ou porque não puderam fazê-lo por motivos práticos ou porque são crianças, doentes, ou porque ainda não nasceram, o consenso do método discursivo do marxista cultural Habermas não significa nada.

Além disso, o consenso do método discursivo não pode obrigar o oportunista, especialista na aplicação do princípio do interesse próprio, a agir no sentido do consenso — porque o cálculo só bate certo se todos os envolvidos abandonarem previamente o princípio do interesse próprio.

Ou seja, é necessária uma decisão moral prévia a qualquer discurso. E pergunto: ¿como é que essa decisão moral prévia pode ser fundamentada? O marxista Habermas não tem resposta para esta pergunta. Ademais, não está assegurado que um discurso, por muito inteligente que seja, garanta uma certeza — nem nas ciências da natureza o discurso científico oferece qualquer certeza.

No entanto são estes os princípios éticos com que o professor Rolando Almeida inicia os seus alunos.

Domingo, 21 Setembro 2014

A Helena Damião e a ideia falsa de que “existe neutralidade do Estado”

Filed under: educação — O. Braga @ 5:10 am
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O pior argumento para se ser contra a dita “mercantilização do ensino” é afirmar que o Estado é ideologicamente neutral. Trata-se de um sofisma.

Ou seja, é um mito a ideia segundo a qual “o ensino estatal incute necessariamente mais e melhores valores nas crianças”.

O ensino na Alemanha nazi era uma exclusividade do Estado de Hitler; foi ele que proibiu o Ensino-em-casa ou “Home Schooling” que existia na Alemanha desde o tempo do Sacro-Império. Na ex-URSS, o ensino era monopólio do Estado, e continua a ser em Cuba e na Coreia do Norte. Portanto, os argumentos da Helena Damião a favor da exclusividade do ensino público, não colhem.

Quando se fala em “ensino”, seja privado ou público, temos que saber, em primeiro lugar, quais os valores que são incutidos às crianças: como escreveu Hannah Arendt, o ensino deve ser conservador, porque chegará a hora de os futuros adultos fazerem a sua própria revolução, e não têm que ser agora doutrinados pelas ideias dos revolucionários adultos actuais — pertençam estes ao Estado ou ao sector privado.

Só depois de termos definido os valores que devem orientar o ensino, poderemos dizer se o privado é melhor do que o público, ou vice-versa. O Estado não é necessariamente neutral em termos de valores, nem o sector privado é neutral nos valores que incute nas crianças.

É em função dos valores que norteiam uma instituição que devemos medir a sua qualidade.

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