Terça-feira, 7 Julho 2015
Domingo, 3 Novembro 2013
Vem aí mais uma polémica papal: a “ética democrática” à moda de Habermas
«A assembleia plenária dos bispos portugueses, agendada para Novembro, vai analisar a forma como será feito o questionário do Vaticano que aborda temas como o divórcio e o “casamento” homossexual, disse o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.»
Isto não me agrada. Depois das tomadas públicas de posição de Francisco I, através de entrevistas polémicas, tudo o que venha dele coloca-me de sobreaviso: ¿O que é que Francisco I pretende? Tendo em conta a ambiguidade natural deste Papa, temos sempre que fazer a pergunta: ¿O que está por detrás desta ou daquela iniciativa?
¿O que significa este “inquérito”?
Bom, parece-me que se pretende que a ética seja sujeita a voto, à moda do modelo discursivo de Habermas. Se o povo dito “católico” votar que o aborto é aceitável em determinadas situações, então o clero católico — que o Papa abomina mas que ambígua e simultaneamente representa — poderá demonstrar alguma tolerância em relação ao aborto em nome da “democracia ética”. Parece-me que se pretende aproximar a ética da Igreja Católica da ética de Bertrand Russell.
«O tema dos divorciados que voltaram a casar é delicado. Muitos deles, muito envolvidos na Igreja, revoltaram-se por serem excluídos da comunhão, o que levou o papa Francisco a manifestar vontade de "tomar uma iniciativa para resolver os problemas da nulidade dos casamentos".
Tal como Francisco, Bento XVI já tinha referido que os divorciados deviam ser acolhidos na Igreja. Os dois papas pretendem aprofundar as razões da nulidade do casamento, com a ideia de os tornar possíveis em caso de imaturidade, falta de fé, nomeadamente, quando o sacramento foi decidido por ser tradição.»
¿O que é isso de "tomar uma iniciativa para resolver os problemas da nulidade dos casamentos"? O que é que o Papa quer?
Os divorciados são acolhidos pela Igreja Católica, e quem diz o contrário é tolo. A exclusão da comunhão dos divorciados tem um valor simbólico, e sem símbolos e sem valores estabelecidos hierarquicamente, não há ética que possa existir. O que a Igreja Católica de Francisco I tem que fazer é simples: volte a Santo Agostinho e leia o que ele escreveu sobre o casamento numa época em que ainda não existia o Vaticano e a Igreja Católica. Leia o que disse S. Paulo numa época de Cristianismo puro; e deixe-se de “éticas democráticas”.
Adenda: Homossexuais católicos portugueses aplaudem inquérito do Vaticano
Quarta-feira, 2 Outubro 2013
O cardeal Bergoglio confunde “proselitismo” e “evangelização”
“Foi-me dado todo o Poder no Céu e na Terra. Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos” — S. Mateus, 28, 18-20
"O proselitismo é um absurdo solene, não faz sentido.” — cardeal Bergoglio, em mais uma entrevista de má memória
Quarta-feira, 25 Setembro 2013
Quinta-feira, 8 Agosto 2013
Cuidado com a Vodafone Net/Voz/TV Fibra !
Eu estou só a espera que acabe o meu contrato com a Vodafone Net/Voz/TV Fibra para mudar de fornecedor, porque mesmo que eu tenha razão nas reclamações que faço em relação ao serviço da Vodafone (ou ¿ será “Foda-fone” ?), se eu denunciasse unilateralmente (e com justa causa) o contrato com a Foda-fone teria um processo judicial às costas – e como todos sabemos, a “Justiça” portuguesa beneficia invariavelmente os mais fortes financeiramente, para além de ser caríssima.
Volta e meia, a Foda-fone tem “avarias”. Então no mês de Agosto é “fatal como o destino”: as “avarias” sucedem-se e ficamos sem serviço de Internet e de televisão. Estou a escrever estas linhas durante um blackout digital da Foda-fone que começou por volta das 21 horas de 07 de Agosto – note-se o serviço analógico de televisão não foi interrompido, porque eu tenho outros televisores pela casa, ligados em modo analógico, que continuam a transmitir normalmente; mas a TV digital, a Internet e o telefone “foram-se”!
Ainda pensei em telefonar à Foda-fone para saber do que se passa, mas o telefone fixo da Foda-fone também deu o badagaio. E como o meu telemóvel é da rede TMN, uma chamada para a Foda-fone custa um balúrdio (na última avaria, gastei cerca de 15 Euros na chamada de reclamação para a Foda-fone). Portanto, mais vale estar quieto e aguardar pelo fim do contrato.
Adenda: o serviço da Foda-fone foi reposto às 06 horas e 13 minutos de 08 de Agosto — ou seja, 09 horas de provável “avaria técnica” — sem qualquer satisfação prestada aos clientes. Poderiam, pelo menos, enviar um email geral (depois de restabelecido o serviço) dando uma qualquer satisfação aos clientes. O serviço é péssimo: os clientes da Foda-fone são tratados abaixo de cão! Com a Foda-fone, dá-me a sensação de estar a viver em Tumbuctu, ou no Zimbabué.
Adenda #2 : ¿ de que vale a Foda-fone gastar rios de dinheiro em publicidade nos me®dia, se depois os consumidores passam palavra, e comentam no seus círculos pessoais, a merda do serviço da empresa? A Foda-fone precisa urgentemente de um (muito bom) Director Comercial. Não basta pôr meninos e meninas a bater à porta das residências: isto, qualquer burro sabe fazer.
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Domingo, 2 Junho 2013
Sexta-feira, 24 Maio 2013
Sobre os conceitos de ‘tirania da maioria’ e de ‘tirania revolucionária’, ou a nova ‘maioria silenciosa’
Eu não concordo com muita coisa em Fernando Pessoa mas ele “provoca-nos” o raciocínio — o que é raríssimo nos intelectuais actuais. Fernando Pessoa provoca e estimula os neurónios.
Diz Fernando Pessoa (*) que “a tirania consiste na escolha forçada entre um mal e outro mal” ( sublinho, forçada ), ou seja, a tirania é uma situação de double blind em que parece não existir alternativa a duas situações negativas, cada uma à sua maneira. Segundo este raciocínio, a guerra é uma tirania se formos obrigados a alinhar por um dos lados do conflito; e deixa de ser uma tirania se tivermos a opção de nos abster em relação ao belicosos e procurar o nosso próprio caminho e mundividência em relação a essa guerra.
Temos que retirar das cogitações de Fernando Pessoa aquilo que é logicamente aproveitável, porque Fernando Pessoa foi um poeta e não propriamente um lógico. A poesia é filosofia sem a lógica — o que não significa que seja desprovida de lógica: uma coisa sem lógica não é necessariamente desprovida de toda a lógica, porque pode ter a sua paralogia intrínseca; o que essa coisa não obedece é ao formalismo da lógica.
Portanto, vamos partir do princípio de que a definição de “tirania”, segundo Fernando Pessoa, está correcta embora não seja perfeita — porque diz Fernando Pessoa que a perfeição das definições é uma tirania (a tirania da perfeição: “o erro capital de todas as definições perfeitas é a perfeição. Uma coisa perfeita deixa sempre suspeitas de não-existência”).
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Sexta-feira, 10 Maio 2013
Quinta-feira, 9 Maio 2013
Quarta-feira, 24 Abril 2013
Quanto mais eles estrebucham, mais ganas me dão
Este blogue foi alvo de queixas alegadamente anónimas ao FaceBook que, por sua vez, e em função dessas queixas anónimas e subjectivas, o considerou um “sitio perigoso”.
Terça-feira, 16 Abril 2013
A liberdade do Rerum Natura em condenar a liberdade justificando um tipo de ditadura e não outro
Se a Igreja Católica sem mete na política, vemos os radicais de esquerda e o integralismo laico do marxismo cultural lançar impropérios na praça pública, jurar vingança eterna, e defender a proibição da prática religiosa. Se a Igreja Católica não se mete na política, vemos os radicais de esquerda e o integralismo laico lançar impropérios na praça pública, jurar vingança eterna, e defender a proibição da prática religiosa. “Mal com El Rei por amor dos homens, mal com os homens por amor d’El Rei …”
Domingo, 17 Março 2013
Os sapatos pretos e cambados do Papa
“Este sábado, los periodistas fueron recibidos en audiencia por el Papa. Allí apareció él y con él unos zapatos desgastados. Estaban como escondidos por la sotana pero se le podían ver. Son los mismos zapatos que han recorrido las calles de Buenos Aires, las villas miseria donde la pobreza y la violencia abundan por doquier. Ahora, esos mismos zapatos visten a un Papa, le llevan en su caminar y dan una muestra más de la universalidad y grandeza de la Iglesia.”
Quanto custaria, a Antístenes o grego, uma capa nova? Não sei bem, mas a verdade é que o cidadão de Atenas, em geral, não andava com a sua capa rota. E Sócrates, vendo que Antístenes exibia a sua capa rota, disse-lhe: “Vejo, pela tua capa, que procuras a glória!”.
¿ Quanto custa um par de sapatos vermelhos para o Papa? Cem Euros? Com 50 Euros ficaria barata a “festa” de uns sapatos decentes! ¿ Há por aí uma alma caridosa que queira patrocinar uma quermesse para oferecer ao Papa uns sapatos?
O importante, em primeiro lugar, é que os sapatos não sejam vermelhos. Há que romper com o “carnaval católico”. E depois, há que ostentar a pobreza; há que transformar a carência em uma forma de ostentação. A pobreza passa, assim, a estar na moda. Como afirmou Nicolás Gómez Dávila, “os problemas não se resolvem: apenas passam de moda”. Transformando a pobreza em moda, ficamos à espera que ela passe.
O que me surpreende é que a Igreja Católica comece a entrar em modas. Só isso.