
Buraco-negro giratório
Através da lógica matemática, o físico Martin Kruskal (entre outros) conseguiu solucionar a questão do comportamento dos buracos-negros. Esta imagem aqui ao lado pretende dar uma ideia de como Kruskal definiu o que acontece no buraco-negro. Já antes dele, o matemático australiano Roy P. Kerr descobriu (nos anos sessenta do século passado) que existem buracos-negros giratórios, isto é, buracos-negros com massa em rotação, e que o buraco-negro rotativo ganhava uma estrutura própria.
Nota: os “poços” ou mini-buracos-negros quânticos têm uma estrutura semelhante aos buracos-negros do macrocosmos.
O que acontece dentro de um buraco-negro rotativo? À medida que nos aproximamos do “limite estático” (orla exterior), independentemente da velocidade a que viajemos (inferior à da luz), começamos a observar que qualquer luz que emitamos a partir da nossa nave espacial é literalmente desviada na direcção da rotação do buraco, isto é, a luz emitida pela nossa nave passa a acompanhar a massa em rotação em torno do buraco-negro, como se existisse um gigantesco “vento” invisível que “soprasse” a luz no sentido da rotação do buraco-negro.
Depois de atravessarmos o “limite estático”, entramos na “ergosfera”, que é a fonte de energia rotativa. Trata-se de uma zona energética onde a luz é “desviada” circularmente e atraída pela gravidade em direcção ao centro do buraco-negro. Nesta região, a nossa nave ainda poderia (com muita sorte) escapar à gravidade do buraco-negro, e da ergosfera poderia ser extraída energia (ser fonte de energia). A propósito da “ergosfera”, o cientista Roger Penrose descobriu um princípio segundo o qual, se uma nave se partisse em dois ao entrar nesta zona do buraco-negro, uma das metades seria ejectada com mais energia do que dispunha ao entrar, enquanto a outra seria capturada pelo buraco-negro (ver “mecanismo de Penrose”).