O bovinotécnico João Miranda já não me surpreende pelo cinismo: começa a surpreender-me por um descaramento que ostenta a estupidez como uma virtude.
Ao contrário do que o bovinotécnico escreve, no caso da intervenção do Eurogrupo no Chipre não existiu uma “transformação de depósitos em capital”, tornando “os Bancos em cooperativas”. O que se passa efectivamente é a aplicação de um imposto definitivo de 9,9% em relação aos depósitos bancários superiores a 100.000 Euros, por um lado, e por outro lado, outro imposto definitivo de 6,7% em relação a todos os outros depósitos. Estamos a falar de um confisco, e não de uma participação dos depositantes no capital do respectivo Banco. Ou seja, os depositantes confiscados não passarão a ter direitos de accionistas dos Bancos: antes, ficarão definitivamente sem uma parte substancial do dinheiro depositado, sem apelo nem agravo, e sem quaisquer direitos.
O bovinotécnico João Miranda é incoerente porque, por um lado, defende a baixa de impostos, mas por outro lado acha bom o confisco em relação aos contribuintes ou em relação aos depositantes, desde que seja para salvar um qualquer Banco com uma gestão irresponsável. A coerência do bovinotécnico existe apenas no que diz respeito aos interesses dos Bancos; segundo ele, parece que um Banco não pode ir à falência: é proibida a falência dos Bancos!.
Por isso, o bovinotécnico justifica a invariável salvação dos Bancos pelos contribuintes ou pelos depositantes (o Calvinismo económico, que determina, a priori, a salvação de uns e a condenação de outros) mediante o argumento segundo o qual “o fundo de garantia é uma ficção” — como se o fundo de garantia bancária não dependesse da feitura de leis ordinárias. O bovinotécnico João Miranda irrita-me porque faz toda a gente de burra; ele adora insultar a inteligência de toda a gente.
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