ODaniel Oliveira (um dos comissários políticos do Totalitarismo de Veludo que se vai instalando entre nós) tem uma notória aversão aos referendos políticos. Mas não só ele: outros comissários políticos (do regime autoritarista que floresce por entre a bonomia sorridente manifesta do monhé), como por exemplo o José Pacheco Pereira, têm horror aos referendos — porque a prática dos referendos políticos coloca em causa o conceito politicamente correcto e esquerdóide de “ditadura da democracia representativa”, que substitui actualmente o conceito estalinista de “democracia popular”.
“Existe, nos sectores mais conservadores da sociedade, a convicção de que são guardiões da moral e que nem os eleitos têm legitimidade para pôr em causa as suas convicções. Sempre que um tema os incomoda, seja a interrupção voluntária da gravidez ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, exigem referendos.” → Daniel Oliveira
Para os comissários políticos do Totalitarismo de Veludo, a democracia representativa legitima a imposição da vontade arbitrária das elites (mediante a coerção política e através da força bruta do Estado) sobre o povo, sem que este tenha qualquer meio circunstancial de defesa. O conceito (propositadamente) enviesado de “democracia representativa” é utilizado (pelo Totalitarismo de Veludo) para promover a “evolução da opinião pública” no sentido de uma cada vez maior concentração de Poder no Estado, retirando progressivamente ao povo qualquer tipo de alvedrio.