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Sexta-feira, 7 Maio 2021

Isabel Moreira, uma comissária política do Totalitarismo de Veludo

A Isabel Moreira faz parte do comissariado político do Totalitarismo de Veludo — a par de gente como José Pacheco Pereira, Daniel Oliveira, Fernanda Câncio, entre outra.

A missão dos comissários políticos do Totalitarismo de Veludo é o de formatar (perante a opinião pública) a imagem inócua da camada exterior da “cebola totalitária”, segundo o conceito elaborado por Hannah Arendt:

«Em oposição quer aos regimes tirânicos quer autoritários, a imagem mais adequada do governo e organização totalitários parece-me ser a estrutura de uma cebola, em cujo centro, numa espécie de espaço vazio, está situado o líder; o que quer que este faça — quer integre o corpo político como numa hierarquia autoritária, quer oprima os seus súbditos à maneira de um tirano — fá-lo a partir de dentro, e não de cima ou de fora.

Toda a extraordinária diversidade de partes deste movimento — as organizações e as várias agremiações profissionais, os membros do partido e a burocracia do mesmo, as formações de elite e os grupos de polícia — estão relacionadas de tal como que cada uma forma uma fachada numa direcção e o centro noutra, ou seja, desempenha o papel de um mundo normal exterior numa das faces, e o de um radicalismo extremo noutra. A grande vantagem deste sistema é que, mesmo numa situação de governo totalitário, o movimento fornece a cada uma das suas camadas a ficção de um mundo normal e, ao mesmo tempo, consciência de ser diferente dele e mais radical.»

→ (Hannah Arendt, “Entre o Passado e O Futuro”, 2006, página 113)

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A Isabel Moreira escreveu um texto em que glorifica o Estado de Direito, em detrimento do activismo esquerdista de gente do tipo da Maria João Marques: aparentemente (e só aparentemente), a ideia da Isabel Moreira é a de separar o movimento #MeeToo, por um lado, do radicalismo político maniqueísta marxista cultural, por outro lado — em suma: a Isabel Moreira pretende separar o que é inseparável, o que revela a tentativa da Isabel Moreira de “palatalizar” o radicalismo político do movimento #MeToo através da possibilidade da “ficção de um mundo normal” em que reinaria (putativamente) o Estado de Direito.

Defender o movimento #MeToo (enquanto maniqueísmo e segundo o conceito de “tolerância repressiva”) e, simultaneamente, defender o Estado de Direito (como faz a Isabel Moreira), é uma contradição em termos.

Essa contradição (inconfessa e inconfessável) tem como objectivo tornar o movimento #MeToo aceitável na opinião pública (crítica- e logicamente), através de um processo político em que se “desempenha o papel de um mundo normal exterior numa das faces” (da cebola totalitária), “e o de um radicalismo extremo noutra”.

Não se deixem “comer de cebolada” pela bruxa.

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Quinta-feira, 4 Março 2021

Exemplos de “válvulas do regime” e comissários políticos: José Pacheco Pereira e Joana Amaral Dias

Por definição, uma válvula é um dispositivo que permite a descarga de um recipiente, quando a pressão do seu conteúdo ultrapassa um determinado valor.


Em política, e por analogia (como é óbvio), existem agentes que exercem a função de “válvulas de escape”, no sentido da salvaguarda do regime político vigente.

Exemplos de “válvulas do regime”: Joana Amaral Dias, José Pacheco Pereira, Daniel Oliveira, ou Fernanda Câncio. São simultaneamente “válvulas de escape” do actual regime radical de Esquerda, e comissários políticos da actual ditadura de veludo da geringonça.

Determinados “liberais” — por exemplo, Maria João Marques, ou Pedro Marques Lopes, ou os “insurgentes” em geral — não se enquadram na definição de “válvulas do regime”, pela simples razão de não poderem ser classificados de “comissários políticos” do Totalitarismo de Veludo. Estes ditos “liberais” são apenas os idiotas inúteis do sistema político em vigor.

Dois exemplos: quando se tornou evidente que o governo do monhé meteu a pata na poça na gestão da crise do COVID-19, a Joana Amaral Dias desempenha a função de “válvula de escape” do regime; e quando o governo do Costa pretende instalar câmeras de vigilância nas vias públicas, o José Pacheco Pereira vem a terreiro exercer a função de regulador das pulsões totalitárias e da tensão interna do regime.

De resto, o Daniel Oliveira exerce a função de “válvula de escape” do regime de uma forma sistemática: e o mesmo se pode dizer de Fernanda Câncio, que para além de “válvula de escape” também desempenha o papel de “vulva de escape”.

Domingo, 13 Setembro 2020

A menopausa mental da Maria João Marques

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Segunda-feira, 20 Julho 2020

A longa viagem da Maria João Marques: do libertarismo do Insurgente → à defesa das posições políticas do Bloco de Esquerda

Filed under: educação,Ensino,Estado,liberdade,Maria João Marques — O. Braga @ 7:28 pm

Através do método de indução (método científico) cheguei à conclusão de que a seguinte proposição é verdadeira: “quem discorda da Maria João Marques é por ela bloqueado no Twitter”.

Por isso, a Maria João Marques não merece credibilidade; os seus (dela) correligionários do Insurgente devem conhecê-la melhor do que eu; aliás, não consigo empreender como foi possível a Maria João Marques escrever no blogue libertário Insurgente … porém, no caso deste tuite (ver abaixo a imagem), vou abrir uma excepção e vou comentar — mais até pelos comentários que se seguem ao referido tuite.

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A Maria João Marques refere-se ao caso de um pai e de uma mãe que recusam a interferência do Estado na formação ética e moral dos seus filhos — o caso do cidadão Artur Mesquita Guimarães & Família, contra o Estado português.

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1/ O (principal) argumento daquela (pobre) criatura é o seguinte:

Os pais não têm direitos sobre os filhos; só têm deveres. E os filhos só têm direitos (não têm deveres em relação aos pais).

O que está implícito na proposição daquela criatura é o seguinte: “apenas o Estado tem direitos sobre as crianças”.

Os direitos que a Maria João Marques nega aos pais das crianças são (por ela) transferidos para o Estado.

Contudo, neste caso concreto, é o próprio Estado que nega direitos às duas crianças em causa, quando o Estado anula dois anos de escolaridade das ditas crianças, e apenas para afirmar a sua autoridade face aos respectivos pais.

Se o Estado estivesse preocupado com os direitos das crianças em causa, teria encontrado outra forma de lidar com a situação da família Mesquita Guimarães.

É claro que o Estado não se preocupa com os “direitos das crianças”; o Estado preocupa-se, isso sim, com os direitos e os interesses das elites políticas (da ruling class).


2/ há que distinguir entre “dever”, por um lado, e “obrigação”, por outro lado. Aquela criatura parece não saber a diferença entre uma coisa e outra.

Um dever é normalmente concebido como algo de pessoal: dizemos: “cumprir o seu dever”, mas não damos tanto ênfase a “cumprir as suas obrigações”.

Um dever é ético e/ou moral; uma obrigação é essencialmente legal (implica uma relação jurídica) — que pode não ser legítima: não nos esqueçamos de que o holocausto nazi, por exemplo, foi legal. Um qualquer fenómeno social, apenas por ser legal, não significa que seja uma coisa boa.

Por exemplo, ¿se, no futuro (e por absurdo), um governo do Bloco de Esquerda decidir incluir, no currículo escolar de educação sexual, a tese segundo a qual “a pedofilia é uma orientação sexual equivalente a outra qualquer” — ¿será que (por exemplo), apenas por ser legal, a promoção da pedofilia entre as crianças passa a ser legítima? A julgar pelo “raciocínio” da Maria João Marques, tudo leva a crer que sim.


3/ existe um princípio (básico) jurídico que é o seguinte: “quem não tem direitos, não tem obrigações”.

Do ponto de vista jurídico, uma obrigação implica direito. Uma obrigação sem reciprocidade de direito(s) é coisa própria de uma sociedade esclavagista.

Quem afirma que “os pais não têm direitos sobre os filhos; só têm obrigações”, tem um problema cognitivo profundo (um problema de percepção da realidade): não se trata apenas de ignorância ou falta de instrução, mas trata-se sobretudo de falta de sensibilidade que a intuição nos providencia.

Qualquer criatura minimamente sensível intui a reciprocidade entre o direito e a obrigação.

“O intelecto e a razão diferem no que respeita ao modo de conhecer — porque o intelecto conhece por simples intuição, ao passo que a razão conhece através do processo discursivo” (dedução , indução , inferência) “de uma coisa para outra” (S. Tomás de Aquino).

O problema da Maria João Marques não é só a irracionalidade manifesta; é também uma pobre intuição que revela um intelecto limitado.

Sexta-feira, 22 Maio 2020

O Homem-Massa no século XXI

Um livro que deveria ser obrigatório ler no liceu (vamos pugnar pelo retorno dos liceus, que o politicamente correcto e o nacional-porreirismo abrilista aniquilaram) — seja na disciplina de Filosofia ou na de Língua Portuguesa — é a “Rebelião das Massas” (1929) do filósofo Ortega y Gasset.

homem-massa-webO meu filho mais novo é doutorado em Bioquímica por uma prestigiada universidade do mundo anglo-saxónico. Eu digo-lhe, insistentemente: “tens que complementar a especialização, por um lado, com a aprendizagem (nos tempos livres) das artes tradicionais e/ou das disciplinas das Humanidades, por outro lado.”

Umas das críticas feitas por Ortega y Gasset (partilhada também por Patrick J. Deneen no seu livro “Why Liberalism Failed“) é a crítica do monopólio da especialização — repito e sublinho: monopólio; porque “especialistas” sempre os houve — a que Gasset chamou de “Barbárie da Especialização” inerente a uma “Era da Auto-satisfação”.

A “Era da Auto-satisfação” e da “Barbárie da Especialização” (sic) é o tempo moderno das economias de abundância, que gerou gentinha da estirpe da Maria João Marques, a que se refere aqui o José da Porta da Loja. Esse tipo de gentinha é o que Ortega y Gasset chamou de “Homem-Massa”.

A Maria João Marques é o avesso do radicalismo esquerdopata; mas faz parte da mesma teia e trama cultural que gerou o Homem-Massa que “nunca tem dúvidas e raramente se engana” (ao Cavaco Silva, faltou-lhe o liceu) — a minha primeira crítica (civilizada) às ideias da Maria João Marques teve como consequência imediata o bloqueio no Twitter; aquela triste criatura não admite quaisquer críticas.


O Homem-Massa possui a psicologia de uma criança mimada e exibe um sentimento superioridade em relação a quem ouse contrariá-lo: tem um ego do tamanho do universo — mas o seu ego mantém-se a um nível infantil de desenvolvimento —, ao mesmo tempo que despreza os aspectos hierárquicos da sociedade, da Natureza e da cultura; e todas as instituições da sociedade são concebidas (pelo Homem-Massa) à sua precária medida (o Homem-Massa é um sofista moderno, uma espécie de Protágoras de Abdera, mas com inteligência inferior): segundo o Homem-Massa, as instituições deixaram de ter valor em si mesmas, porque são todas (igualmente) equivalentes, e porque “o homem é a medida de todas as coisas”.

O Homem-Massa está isento de restrições — esta ausência de restrições advém (não só, mas também) do preceito cultural segundo o qual “Letras são Tretas” que é assimilado nas Multiversidades (as Universidades já não existem). As “Letras são Tretas” geraram um vazio epistemológico no Homem-Massa (uma ausência de uma perspectiva histórica do conhecimento), uma ignorância acerca do passado histórico, e mais: até mesmo um desprezo por esse passado histórico aliado a uma egologia eternamente presentista.

culto-do-corpo-webO actual narcisismo exacerbado – e pior!: o culto do narcisismo!: quem não é notoriamente narcisista é desprezado pela cultura do Homem-Massa — é característico da “Era da Auto-satisfação” que alimenta a ideia endógena segundo a qual “a vida é coisa fácil e sem grandes limitações” que leva o Homem-Massa a fechar-se em relação a qualquer juízo crítico sério; e uma tendência culturalmente ingénita de impôr as suas ideias triviais e sem qualquer respeito pelas ideias dos outros. Esta vulgaridade é característica do “barbarismo espiritual” (sic) da “Barbárie da Especialização”.

O Homem-Massa acredita que a Matéria é a única realidade, por um lado, e por outro lado é adepto exclusivo do “culto do corpo”; prefere viver sob um regime que não privilegie a discussão livre — e vem daqui o fechamento em relação a qualquer juízo crítico (o Homem-Massa prefere a supressão do debate de ideias, em nome da supremacia de uma putativa “especialização”).

O Homem-Massa caminha a passos largos para a sua morte espiritual, ao mesmo tempo que frequenta freneticamente ginásios e clínicas médicas para tentar adiar a sua morte biológica.

O Homem-Massa desconhece (ou despreza) a literatura anterior ao século XX.

As grandes obras literárias (Cervantes, Shakespeare, Camões, etc.) são anti-utopias, porque acentuam as falhas humanas e demonstram a tendência inevitável do ser humano para a tragédia (o Homem-Massa ignora a categoria do “trágico”, o que o transforma em um neurótico permanente). Pelo contrário!: o Homem-Massa ignora (ou nega mesmo) a existência da Natureza Humana. E assim a literatura clássica foi praticamente banida das Multiversidades, em nome da “Barbárie da Especialização” .

Com o advento do Homem-Massa, a noção de “ser humano” foi reduzida a aspectos físicos comezinhos, como a genitália e a cor da pele (e ao feminismo estupidificante e radical da Maria João Marques). Na Era da Especialização, o Homem-Massa convenceu-se de que “eu é que sei!” (a dúvida socrática desapareceu da nossa cultura intelectual), adoptando um isolamento epistemológico e uma certeza moral invioláveis.

Domingo, 22 Setembro 2019

A Maria João Marques é um dos píncaros da intelectualidade portuguesa de “direita”

Publico aqui em baixo um tuite do humorista Rui Cruz, em que podemos ver uma imagem da interacção da Maria João Marques — uma escriturária do blogue da “direita liberal” Insurgente e do jornal de “direitinha” O Observador — com um indivíduo do sexo masculino, acerca do feminismo:

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Note-se que a Maria João Marques bloqueou-me no Twitter — não porque eu tivesse comentado qualquer coisa acerca dela no Twitter, mas sim pelo que eu escrevi neste blogue acerca das ideias dela (ver a categoria “Maria João Marques”).

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Contudo, é deste tipo de gente que se alimenta a “Direitinha” portuguesa — a “Direitinha” do PSD do Rui Rio e da “Aliança” do Pedro Santana Lopes; a “Direitinha” do Bilderberger Pinto Balsemão que tem sustentado o José Pacheco Pereira que afirma que “o PSD é de esquerda”; a “Direitinha” do CDS da Assunção Cristas, do gayzista Adolfo Mesquita Nunes e do espertalhão Michael Seufert que são a “quinta coluna” da Esquerda no CDS e que fecham a Esquerda à direita; ou a “Direitinha” do “Telmo Três Nomes” do Blasfémias, que se distingue de um qualquer militante do Bloco de Esquerda apenas porque aquele defende a propriedade privada dos meios de produção.

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É desta merda que é feita a Direita em Portugal.

Sábado, 9 Setembro 2017

O Libertarismo é uma forma de alienação em relação à realidade

 

libertarismo-alien-webNa mitologia grega, a noção de “Caos” ou Ápeiron era algo que preexistia a todas as coisas, uma miscelânea racionalmente indeterminada preexistente aos elementos do mundo real a que o demiurgo irá dar forma à variedade de seres e de coisas. Ou seja, o demiurgo definia as normas das formas a partir do Ápeiron (caos) cuja norma era a ausência de forma.

Segue-se que até o caos tem uma norma: a ausência de normas ou de padrão. A ausência de normas é em si mesma uma norma.

A Maria João Marques é a favor da ausência de normas-padrão na educação das crianças; mas ela é tão tapada que não compreende que a ausência de normas-padrão na educação das crianças é, em si mesma, uma norma.

A pretensa “liberdade em relação a estereótipos” é um estereótipo; mas ela ainda não se deu conta que o pretenso libertarismo pode ser uma forma de opressão social sobre o indivíduo (sobre a “opressão do libertarismo” ler, por exemplo, Durkheim).

O que interessa saber — em relação ao tipo de normas-padrão na educação das crianças — é ¿qual o sistema de normas educativas e culturais que melhor assegura o futuro e a continuidade da sociedade?

A Maria João Marques acha que o normativo da “ausência de normas” é o melhor sistema para garantir o futuro e a continuidade da sociedade.

O governo pensa que a “igualdade” e “identidade” são a mesma coisa, e que “diferença” é sinónimo de “hierarquia”; e para que não exista uma hierarquia social (ou, por outras palavras, para que exista “igualdade”), meninos e meninas têm que ser educados (normativamente) da mesma maneira.

A realidade encarrega-se (já!) de nos demonstrar que tanto a Maria João Marques (e quem “pensa” como ela), como o governo esquerdalho, estão errados.

Por isso é que a Maria João Marques (e gente da laia) anda preocupada com a influência islâmica na Europa — porque o padrão normativo cultural islâmico é diferente do defendido por ela, e também diferente do padrão delirante e psicótico do governo do Bloco de Esquerda comandado pelo António Costa, segundo o qual todos os cidadãos (independentemente do sexo) são intermutáveis.

Sexta-feira, 1 Setembro 2017

Os ‘libertários’ portugueses ainda seguem Ayn Rand

 

O Padre Gonçalo Portocarrero de Almada fez um comentário a um texto psicótico da Maria João Marques que eu também já tinha comentado. O meu comentário foca-se no absurdo que é a ausência de argumentos válidos no texto de Maria João Marques; o Padre Gonçalo Portocarrero de Almada vai mais longe e faz um fisking do textículo de Maria João Marques.

O Padre Gonçalo Portocarrero de Almada fez bem em publicar o comentário, por razões pedagógicas — não em relação a Maria João Marques, mas antes em relação ao público em geral. É bom que o cidadão valorize o argumento válido, em uma tese ou discussão.


libertarismo-webDo ponto de vista filosófico, a Maria João Marques é uma nódoa — como é uma nódoa a maioria dos escribas do Insurgente. Não há ponta por onde se lhe pegue.

É daquela gente que ainda não se deu conta de que o Objectivismo, de Ayn Rand, já foi consistentemente reduzido ao absurdo. Os Insurgentes fazem lembrar os comunas que ainda vivem no tempo de Estaline, quando ainda se baseiam em uma doutrina ética auto-contraditória que nenhum manual de filosofia digno desse nome já faz referência.

Do ponto de vista da filosofia e da ética, o Objectivismo de Ayn Rand é paupérrimo e não tem nada de original senão um sincretismo pobre e mal construído entre Nietzsche e a corrente marginalista de Carl Menger e Walras. Nenhum manual sério — repito: sério — e completo de filosofia menciona Ayn Rand; ela simplesmente não conta para a história da filosofia.

De Nietzsche, Ayn Rand foi buscar a noção de “selecção natural darwinista” que determina as elites sociais [social-darwinismo] e o desprezo pelo Cristianismo, pelos cristãos, e pela religião em geral. De Carl Menger e do marginalismo, Rand foi buscar a noção utilitarista radical segundo a qual “é tão útil a oração para o homem santo, como é útil o crime para o homem criminoso”.

Hoje, os manuais de filosofia (propriamente ditos) referem-se a David Gauthier e sobretudo a Nozick, quando tratam o Libertarismo; e mesmo assim, este “libertarismo” é evocado para fazer a crítica de John Rawls e de Habermas. De resto, o chamado “libertarismo” foi devidamente destruído pelos chamados “filósofos comunitaristas” — Michael Sandel, Alasdair MacIntyre, Michael Walzer, Charles Taylor, entre outros.

Quinta-feira, 31 Agosto 2017

A Maria João Marques consegue ser pior do que a Fernanda Câncio

 

Das mulheres que escrevem nos me®dia, não há ninguém mais repugnante que a Maria João Marques; ela consegue ser mais repugnante do que a Fernanda Câncio — porque esta toda a gente sabe que é de Esquerda e não engana ninguém.

A Maria João Marques é uma “feminazista de Direita”, o que é uma contradição em termos.

A Maria João Marques é especialista na argumentação sem argumentos válidos. Por exemplo, quando afirma aqui que o Padre Gonçalo Portocarrero de Almada mente, mas ela nunca diz onde é que ele mente. “Ele mente! Prontos!”

E neste sentido, também é pior do que a Fernanda Câncio — que é o mais aproximado que temos da Maria João Marques: é que a Fernanda Câncio, mesmo entrando por uma interpretação delirante qualquer, fundamenta com argumentos (mesmo que em delírio interpretativo) aquilo que escreve.

Lendo o texto da Maria João Marques, fiquei sem saber em que é que o Padre Gonçalo Portocarrero de Almada mente neste texto.

O único argumento da Maria João Marques que merece alguma atenção é uma falácia do espantalho, por um lado, e por outro lado é uma falácia tu Quoque. Ou seja, para a Maria João Marquês, o facto de um homem ser um putanheiro justifica perfeitamente que a respectiva mulher seja uma puta. Vemos aqui plasmada a falácia lógica tu Quoque. Escreve ela:

“Também é notório, pelo que vai escrevendo, que o articulista, apesar de padre católico, gostaria de um deus-juiz e não aprecia grandemente a misericórdia. Por isso aproveita para terminar o texto informando que Diana não se portou sempre como a sua posição exigia. Sinceramente, que nojo. Isto perante uma pessoa que já morreu, e que com todos os defeitos que teria (todos temos, e os de Gonçalo Portocarrero de Almada são gritantes), e problemas de saúde vários, tinha um inegável espírito de serviço, grande coragem e – algo que o articulista não percebe – empatia pelo sofrimento alheio. Mostrando o ranço que lhe vai na alma, apesar de declarar que Diana nem sempre se portou como devia, branqueia o comportamento do seu marido, falando na ‘alegada infidelidade conjugal de Carlos’. Bom, Carlos de Gales assumiu numa famosa entrevista televisiva que foi infiel a Diana. Não há nada de alegado nisto.”

Ademais, ela faz uso da falácia do espantalho, porque o artigo do Padre Gonçalo Portocarrero de Almada foca-se especificamente em Diana Duquesa de Gales — e é absurdo que a análise da personalidade, do carácter e do comportamento de uma determinada pessoa (neste caso, de Diana Spencer), dependa da personalidade, do carácter e do comportamento de terceiros!


Noutro artigo, a Maria João Marques acusa uma pessoa de agir de uma determinada forma, mas ao mesmo tempo utiliza o mesmo tipo de argumentário para criticar essa mesma pessoa.

« ‘Sabem quem deu indicação à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) que ‘recomendou’ (pois) retirada dos cadernos da Porto Editora? O ministro da tutela, Eduardo Cabrita. O deputado socialista que em 2013, para fins políticos, chamou ‘frígida’ a Maria Luís Albuquerque. Cabrita é, além de malcriado e censor, um protozoário machista que não sabe debater política envolvendo uma mulher sem ir buscar ataques sexuais. Donde, para António Costa e PS, é o ministro ideal para tutelar a promoção da igualdade de género. »

Dizer que a Maria Luís Albuquerque é frígida, é “ataque sexual”; mas dizer que o dito cujo é um protozoário machista já não é ataque sexual — porque, pelo que parece, o “ataque sexual” só se define por “coisas feitas na cama”. Por este andar, a Maria João Marques deixará de ver a diferença entre “uma bica e um queque”, por um lado, e “um bico e uma queca”, por outro lado.

A Maria João Marques é daquele género de mulher que faz com que um machista empedernido se sinta orgulhoso.


A realidade é sexista

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Quarta-feira, 23 Agosto 2017

A Maria João Marques merece a lei da Sharia

 

Um sueco disse-me (há dias) que — devido à forma como as mulheres suecas, escudadas pela lei, tratam os homens suecos —, com o advento da Sharia islâmica, não se iria opôr à islamização do país.

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O feminismo é uma guerra política contra o masculino.

Neste aspecto, a Maria João Marques não se distingue das esganiçadas do Bloco de Esquerda.

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Eu começo a dar razão ao meu amigo sueco, quando verifico que feministas como a Maria João Marques começam a perceber o contra-senso do “feminismo contra o patriarcado da cultura cristã”. Elas não sabem o que as espera… venha daí o Islamismo, que “eu alinho”; e bico calado! (“vai lavar a loiça!”). Smile


A Maria João Marques é feminista; mas quando os Maomerdas se impõem ao matriarcado que ela defende, são os homens europeus que têm que resolver o problema. Assim não custa ser feminista: são os homens que lhe resolvem os problemas reais e sérios.

Podem ver aqui uma série sobre as consequências culturais do feminismo na Suécia.

O problema da Maria João Marques em relação ao Islamismo é a preocupação com o estatuto superior da mulher, e apenas isso.

O meu problema com o Islamismo é o de que se trata de uma doutrina política totalitária; mas a Maria João Marques não se preocupa muito com o totalitarismo, desde que este seja feminista — conforme se pode ver documentado no vídeo abaixo.

É caso para dizer: a Maria João Marques merece a lei da Sharia. E vai tê-la — se não for ela, as mulheres europeias por ela, porque a paciência masculina tem limites.

Entre o totalitarismo islâmico e o totalitarismo feminista, prefiro o primeiro.

 

O feminismo que a Maria João tanto gosta.

Quarta-feira, 19 Julho 2017

A formidável inimiga da Esquerda, e a única capaz de a derrotar, é a chamada Direita Alternativa

 

Quando emitimos uma opinião, sobre qualquer assunto, é porque queremos que toda a gente concorde connosco.

Mesmo que digamos que não pretendemos obrigar alguém a seguir a nossa opinião, esta nossa pretensão negativa pretende vincular todas as pessoas que nos ouvem: queremos convencer os outros de que “não queremos convencer os outros”. Ou seja, uma opinião é sempre uma forma de coerção através da persuasão.


Este texto da Maria João Marques começa com uma contradição, que consiste em apenas aceitar a liberdade negativa e negar a liberdade positiva, por um lado, e por outro lado, ela nega (pelo menos implicitamente) que a opinião dela pretenda vincular ou persuadir quem a lê — o que é uma contradição em termos.

O problema do libertarianismo, e dos seus promotores com cabeça de alho chocho, é o de que desprezam a liberdade positiva; e depois invocam o Iluminismo para justificar esse desprezo — quando o maior filósofo do Iluminismo, Immanuel Kant, não concebeu a liberdade negativa  sem a liberdade positiva 

É claro que o libertarianismo não tem argumentos para combater a Esquerda, porque a Esquerda actual adoptou uma dialéctica utilitarista (“joga em dois carrinhos, ou em dois tabuleiros”): por um lado, é normativa quando faz uso da liberdade positiva que afirma que os interesses dos indivíduos, a começar pelo meu próprio, devem ser subordinados e mesmo sacrificados à felicidade geral ou do "maior número"; e simultaneamente defende a liberdade negativa (no Direito Positivo) que diz que os homens devem ser considerados como indivíduos egoístas, calculadores e racionais, e que tudo deve ser pensado e elaborado a partir do seu ponto de vista.

Os libertários só defendem a liberdade negativa — ou seja, “cada um é como é, desde que não me chateiem”.

Em suma, quando defendemos a liberdade negativa do indivíduo, temos que ter em conta a liberdade positiva do “cidadão-legislador” — e não fazer de conta que se ignora a liberdade positiva. Ou seja: “o outro é livre, mas eu tenho uma opinião acerca do tipo de liberdade desse outro, e segundo a qual eu quero que se transforme em lei”; e é assim que a Esquerda raciocina. E através da dialéctica utilitarista entre a liberdade negativa e positiva, a Esquerda vai restringindo as liberdades individuais (da maioria) em nome das “liberdades individuais” (de uma pequeníssima minoria).

Por tudo isto é que o tipo de “Direita” a que pertence a Maria João Marques já perdeu a batalha com o marxismo cultural. Ela apenas vive em estado de negação. Como escreveu o poeta, essa Direita “jaz morta e arrefece”. A “Direita” que apoiou (explicita- ou implicitamente) o "casamento" gay e a adopção de crianças por pares de invertidos, não tem autoridade de direito — nem autoridade de facto — para se bater contra a ideologia de género, que é a ideologia contra a qual se revolta a Maria João Marques.


Em Portugal, 1 em cada 4.500 crianças nascidas é hermafrodita. Ou seja: 0,02% das crianças nascidas é hermafrodita porque têm os dois sexos. ¿O faz a Esquerda (marxismo cultural)? “Agarra-se” a esses 0,02% e, em nome dos seus alegados “direitos”, impõe uma ditadura da minoria aos restantes 99,98% de pessoas que não são hermafroditas e que têm o sexo biologicamente definido.

Mas a Esquerda (marxismo cultural) vai mais longe: se uma pessoas com cromossomas XY se identifica subjectivamente como sendo mulher, então, segundo a Esquerda, ele deve ser tratado e identificado como mulher. É neste sentido que surgiu a polémica nos Estados Unidos em volta do processo judicial de Yvette Cormier contra o Estado do Michigan, em que ela foi expulsa de um ginásio porque apresentou uma reclamação contra a presença de um homem (que se dizia “transgénero”) no balneário feminino.

 

Ou seja, o transgenderismo é visto pela Esquerda (absurdamente) como uma forma de identidade — ao contrário do que escreveu a Maria João Marques. Seria absurdo, por exemplo, que eu me identificasse subjectivamente como negro, embora eu fosse branco; mas, para a Esquerda, já não é absurdo que alguém com cromossomas XY se identifique subjectivamente como sendo alguém com cromossomas XX (ou vice-versa).


O que está em causa é o ataque do marxismo contra a  família natural; a chamada “super-estrutura”, segundo referido por Karl Marx no seu livro “Das Kapital”, nada mais é do que a moral cristã.

A moral cristã é a “super-estrutura”, segundo o marxismo; a família natural, que é a base da moral cristã (a base da “super-estrutura”) é a inimiga a abater pelo marxismo, mas também pelo libertarismo de Ayn Rand — e por isso é que gente da laia da Maria João Marques já perdeu a guerra: resta-lhes esbracejar antes de se afogarem na corrente de lodo moral que elas próprias ajudaram a fazer correr.

A formidável inimiga da Esquerda, e a única capaz de a derrotar, é a chamada Direita Alternativa.

Segunda-feira, 15 Maio 2017

Ela deve estar c’o penso

 

Ela pensa que pensa, quando deve estar com o penso.


Pelo menos desde 1891, com a encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, que a Igreja Católica faz uma crítica àquilo que se convencionou chamar de “capitalismo selvagem”, que se reduz ao darwinismo social que é aliás, a substância ideológica de um certo tipo de “libertarismo” que caracteriza, por exemplo, Nozick ou Ayn Rand.

Mas recuemos à Idade Média.

A Igreja Católica, ou instituições ligadas à Igreja Católica, fundaram em Itália de fins do século XV, a rede de Bancos Monti Di Pietá (que deu origem ao nosso Banco Montepio) para combater a especulação financeira dos judeus que emprestavam dinheiro a juros altíssimos. Reparem bem: os primeiros Bancos do mundo foram fundados pela Igreja Católica do século XV! E já não falamos na actividade bancária dos Templários no século XIII, e dos franciscanos menores do século XII que inventaram o Prémio de Seguro de Risco.

Portanto, a Igreja Católica nunca foi contra o capitalismo; a Igreja Católica era contra o abuso de posição privilegiada de um certo tipo de capitalismo que o católico G. K. Chesterton resumiu assim:

« Quando eu uso o termo capitalismo, eu quero significar o seguinte: “A condição económica na qual existe uma classe de capitalistas, mais ou menos reconhecível e relativamente pequena, em cuja posse está concentrada a maioria do capital e de tal forma que uma larga maioria dos cidadãos servem esses capitalistas em troca de um salário”.

Este estado de coisas, em particular, pode existir e existe mesmo, e devemos ter uma qualquer designação para ele e uma qualquer forma de o discutir. Mas essa palavra (capitalismo) é, sem dúvida, uma má palavra, porque é utilizada no sentido de significar outras realidades diferentes.

Algumas pessoas identificam “capitalismo”, por um lado, com “propriedade privada”, por outro lado. Outras supõem que “capitalismo” significa qualquer coisa que envolva o uso de capital. Mas se este tipo de uso da palavra “capitalismo” é literal, também é demasiado alargado e abrangente. Se o uso do capital é “capitalismo”, então tudo é capitalismo. O bolchevismo é capitalismo e o comunismo anarquista é capitalismo: e todos os esquemas revolucionários, selvagens que sejam, continuam a ser capitalismo. »

→ G.K. Chesterton: "The Outline of Sanity."

ou ainda:

“Too much capitalism does not mean too many capitalists, but too few capitalists.”

→ G. K. Chesterton : ‘The Uses of Diversity.’

(Demasiado capitalismo não significa a existência de demasiados capitalistas, mas antes significa a existência de muito poucos capitalistas).


O “capitalismo selvagem”, de que nos falou o Papa João Paulo II e o Papa Bento XVI, é o tipo de capitalismo que tem muito poucos capitalistas — que é o capitalismo defendido pelo Nozick e pelos pseudo-libertários que falam em nome de Von Mises.

O que nós precisamos — e é o que a Igreja Católica sempre defendeu — é um capitalismo com muitos capitalistas, e se possível, um capitalismo que promova, em cada cidadão, um capitalista. Ora, é este tipo de capitalismo do “cidadão capitalista” que os Rothschild, os Rockefeller, e outros globalistas, não querem ver no mundo (por várias razões que não cabem agora aqui).

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O que se passa com o papa Chico é coisa diferente. João Paulo II visitou Cuba para atenuar a perseguição aos católicos por parte do regime comunista, em troca de uma visibilidade internacional de pseudo-tolerância religiosa cubana.

Em contraponto, o Chico tem uma predilecção especial por todos os ditadores de Esquerda da América Latina, por um lado, e, por outro lado, o Chico é contra o capitalismo privado mas é a favor do capitalismo de Estado. Ou seja, o Chico é, no mínimo, socialista (para não dizer comunista).

Chama-se “capitalismo de Estado” ao sistema no qual o Estado é proprietário dos meios de produção. Ora, nunca foi este o tipo de capitalismo (de Estado) defendido pelos Papas João Paulo II e Bento XVI; jamais!

Quando a Maria João Marques está com o penso, pensa que pensa.

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