Temos aqui, em uma frase, a noção do que é a Isabel Moreira :
"O Governo define a política de saúde, não gere hospitais"
Ou seja, segundo Isabel Moreira, a culpa do que se está a passar no Serviço Nacional de Saúde é dos gestores dos hospitais. Isabel Moreira é isto, sem tirar nem pôr; por isso é que o monhé a alcandorou a funções de “ideóloga” do Partido Socialista.
Seria como se um CEO de uma empresa dissesse o seguinte (isto é uma analogia!):
“Eu defino as políticas de gestão da empresa, mas não faço a gestão dos departamentos da empresa”.
Ou seja, alegadamente, o CEO não seria responsável pela rebaldaria que ocorre nos departamentos da empresa que ele próprio gere.
Os programas políticos actuais são ideologias próprias de uma mentalidade (de tipo Isabel Moreira) que atribui a culpa, dos problemas que a angustiam, às “estruturas sociais” que ela detesta, para ocultar que são o produto do desenvolvimento técnico “progressista” e anti-natural que ela admira.
A chico-espertice saloia da Isabel Moreira — moldada por uma cultura nacional que caracteriza um tipo de formação jurídica truculenta e espertalhona — levou a tentativa de prestidigitação política a um nível nunca visto em Portugal.
Provavelmente, em outras épocas — por exemplo, durante o Estado Novo — abundaram as porcarias ideológicas tanto quanto abundam na nossa época; porém, em nenhuma época pretérita, a merda retórica (de tipo Isabel Moreira) mereceu os discursos que a justificam, e granjeavam semelhante popularidade.
José Sócrates deve olhar para Isabel Moreira como um modelo a seguir.