Eu lembro-me de receber comissões adicionais ao fim do ano (o chamado “prémio anual de produtividade”) de cerca de 5.000 Euros, e de pagar, de IRS, cerca de 40% sobre esse valor ao Estado. O valor do imposto vinha mesmo discriminado na folha de salário.
Outro exemplo: um proprietário de um imóvel (por exemplo, um apartamento) pode pagar cerca de 30% de IRS sobre o valor das rendas que aufere (contrato de arrendamento). Por isso é que anda tanta gente a fugir aos contratos registados nas Finanças. Ora, um proprietário de um apartamento não é necessariamente rico.
O problema do Polígrafo — e da Esquerda, em geral — é que considera que quem ganha mais do que 1.500 Euros mensais já é rico (com excepção dos funcionários do Estado, que são sempre considerados “pobres”, mesmo que tenham rendimentos milionários); mas acontece que os impostos directos (neste caso, o IRS) pagos pelos funcionários do Estado são simples “transferência de caixa”: o dinheiro sai de um bolso do Estado, e entra noutro bolso do Estado; não é dinheiro fresco, como é o dinheiro do IRS pago pelos trabalhadores do sector privado da economia.
Eu não sou economista, e gostaria de ter uma opinião especializada sobre esta mentira do Polígrafo.