O FaceBook censurou um artigo do British Medical Journal acerca do COVID-19.
Diz o FaceBook que se tratou de um “fact-check”, em defesa da verdade e contra as “fake-news”.
Para o FaceBook, o British Medical Journal não é credível; o FaceBook prefere acreditar no João Bidé.
Não tarda nada, iremos ver o Polígrafo afirmar que a Ordem Dos Médicos de Portugal não tem autoridade para falar de medicina — e tudo isto invocando o Grande Babush Monhé.
“We took a survey of our users’ biggest problems,”explained the eccentric, hoodie-wearing CEO of Facebook, Bob Facebook, “and there was one consistent problem with their mental health: us. So now we’re going to warn people when they’re doing something that seems bad for them—namely, using Facebook.”
O FaceBook e o Twitter tendem a transformar-se em câmaras de eco — locais onde o contraditório ideológico foi banido, e por isso onde só ecoam as vozes politicamente correctas.
A alternativa libertária ao Twitter é decididamente o GAB.
Em relação ao FaceBook, existem duas alternativas libertárias: o MEWE ou o VK.
¿Qual das duas é a melhor?
Nota: eu já desinstalei o WhatsApp e, em vez desta aplicação, estou a utilizar o SIGNAL e o Telegram.
Uma das consequências do pânico moral que a Esquerda instituiu é a de que o cidadão tem que provar a sua inocência: é a chamada “inversão do ónus da prova”; não são os censores que têm que provar a culpa do acusado: é o próprio acusado que tem que provar que é inocente (neste caso, que não é “racista”) 1.
Foi o que fez o António Balbino Caldeira com esta lengalenga, em que ele jura “que não é racista” — tal como a súplica do condenado à fogueira ou à forca, no tempo em que os acusados tinham que provar que estavam inocentes.
Mas não lhe adianta muito: o novo tribunal do santo ofício, coordenado pelos plutocratas globalistas em aliança tácita com os caciques locais radicais de Esquerda, já lhe colou o rótulo. Perante a acusação que o incrimina automaticamente, só resta ao ABC enfiar a carapuça e sair de cena, entrar no anonimato. De nada lhe adianta chorar baba e ranho e de pedir perdão pelo pecado que não cometeu.
O que há de mais pérfido no governo dito “democrático” de Esquerda, é que consegue ser pior do que uma ditadura: é um regime de Silêncio que se verga a uma pretensa “Tolerância” Tirana.
Nota 1. A plataforma mais livre, do ponto de vista da liberdade de expressão, é o Twitter.
Porém, convém dizer que quem cesura o ABC no FaceBook (como já me censuraram também; não tarda muito e o ABC será apodado de “Radical de Extrema-direita”) é português: embora com o patrocínio do FaceBook nos Estados Unidos, os censores do FaceBook em Portugal são portugueses. São militantes políticos esquerdistas que actuam no Facebook.
Desta vez, o FaceBook foi buscar publicações minhas de há dois e três anos para justificar o bloqueio e a censura.
A censura e bloqueio do FaceBook actuais a muitas contas na Europa têm a ver com a campanha política contra o Pacto de Imigração da ONU que se assina em Marraquexe em Dezembro (daí a censura por 30 dias).
Provavelmente, logo que tenha acesso a fotografias e imagens que tenho na minha conta do FaceBook, irei fechá-la.
Lembrem-se de que é o FaceBook e o Zuckerberg que precisa de nós: nós não precisamos do Zuckerberg.
¿E por que razão o padeiro ganhou o processo judicial? Porque o direito à liberdade e consciência religiosas é garantido pela Constituição dos Estados Unidos (a Primeira Emenda). Não fosse essa garantia constitucional americana, o padeiro perderia a contenda judicial.
2/ Quando dois direitos colidem ou entram em conflito (por exemplo, o direito do padeiro a não cozinhar o bolo do “casamento” gay por motivos religiosos, contra o direito do par de gays em ser servido de um bolo para o seu “casamento”), quem ajuíza deve ter sempre presente a validade jurídica do “direito negativo” (desde que este esteja plasmado na lei) — o padeiro não está a impedir o “casamento” gay: apenas se recusa a colaborar com a realização de qualquer “casamento” gay. A essa recusa chamamos “direito negativo”, que em nada impede ou proíbe o direito dos gays à realização do seu (deles) “casamento” gay.
Porém, não existe na Constituição dos Estados Unidos nenhuma cláusula ou emenda constitucional que permita a uma empresa privada que preste serviço público discriminar cidadãos em função de meras opiniões pessoais.
Ou seja, não existe, na lei americana — incluindo na Constituição dos Estados Unidos — nenhuma disposição legal que autorize uma empresa privada que preste serviços públicos a praticar a censura em função de ideias políticas.
3/ Mas há por aí uns burros, que se dizem “libertários”, que pensam que a liberdade está acima da lei.
A ideia que anda por aí é a seguinte:
“O FaceBook, o Twitter, o YouTube, etc., são empresas privadas; e, por isso, têm o direito absoluto de censurar a opinião de quem muito bem entenderem, segundo critérios muito vagos e pouco objectivos, ambíguos, discricionários até. O direito à propriedade privada é um direito absoluto; e por isso, essas empresas privadas podem censurar conteúdos em função de critérios que não tem necessariamente que ser públicos, e sem dar cavaco a ninguém”.
Porém, não existe, na lei americana, qualquer disposição legal que autorize uma empresa privada a discriminar os cidadãos em função das suas opiniões políticas. Pelo contrário, a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos proíbe a censura de opinião. Portanto, essas empresas privadas, ao censurar opiniões, não estão a respeitar a lei fundamental dos Estados Unidos.
4/ O que iremos assistir, infelizmente, é a regulamentação (por parte do governo de Donald Trump) da actividade dessas empresas privadas, por forma a que a Constituição dos Estados Unidos seja cumprida.
As empresas privadas não estão acima da lei. O direito à propriedade privada não é um direito absoluto.
5/ Na Idade Média, a propriedade privada não era considerada um direito: em vez disso, era um privilégio concedido pelo Rei e confirmado pelas Cortes.
Até finais do século XVIII, o “direito” à propriedade privada era controverso, como podemos verificar nos escritos de conservadores políticos, como David Hume ou Edmund Burke. Nem no tempo do liberalismo clássico (Adam Smith) o direito à propriedade privada era considerado absoluto. Foi só com o marginalismo que o direito à propriedade privada passou a ser considerado um direito absoluto.
Se não existe nenhuma possibilidade de enraizar a ética no Absoluto, todas as reflexões são inúteis e a lógica não existe.
A elite actual cria propositadamente grande parte dos problemas sociais; e depois invoca a necessidade de restrição drástica da liberdade política para os resolver.
“O regime [republicano] está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados morais, nos serve de bandeira nacional — trapo contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicano português — o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito mental, devem alimentar-se.”
(Fernando Pessoa)
« Para as elites, a dignidade humana já não é inata; e mitos científicos protegem o “direito à autonomia” que é mais importante do que a Verdade. »