perspectivas

Domingo, 1 Maio 2022

“Solarengo” não significa “ensolarado”

Filed under: A vida custa,acordo ortográfico,língua portuguesa — O. Braga @ 6:29 pm

A deputada do CHEGA Rita Matias, escreveu o seguinte:

“O 25 de Abril chegou com toda a solenidade e festividade. Nesse dia solarengo, as ruas encheram-se de cores garridas, as pessoas passearam de cravos nas mãos e multiplicaram-se as cerimónias, com toda a pompa e circunstância, desde a autarquia local até ao governo central.”

solarengo


No dicionário da Porto Editora, “solarengo” significa o seguinte:

adjectivo

1. relativo ou pertencente a solar

2. (moradia) que tem aspecto de solar; que é grande e tem arquitectura requintada

nome masculino

dono ou habitante de solar

No dicionário da Texto Editora publicado de 1995, “solarengo” significa o seguinte:

adjectivo

Do latim “solu”, solo

1. Relativo a solar (casa nobre)

2. o serviçal ou o lavrador que vivia no solar


A origem etimológica da palavra “solarengo” não tem nada a ver com “Sol”, mas antes vem do latim “solu”, que significa “solo”, “chão”.

Podem dizer que “há dicionários que dizem isto e aquilo”; mas não deixa de estar errado o uso do adjectivo “solarengo” para dizer “ensolarado” ou “soalheiro” — e isto por razões etimológicas, que são as mesmas razões que nos impõem a repugnância pelo Hacordo Hortográfico brasuca.


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Domingo, 19 Abril 2020

Tele-ensino, e o Acordo Ortográfico no seu melhor

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 3:00 pm

telensino-web

Sexta-feira, 31 Julho 2015

Um exemplo da merda do Acordo Ortográfico

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 6:46 am

 

merda do acordo ortografico
É evidente o mal que esses cabrões estão a fazer à língua portuguesa apenas pelo ódio à cultura. Gente medíocre exige mediocridade.

Quarta-feira, 8 Julho 2015

O BCE [Banco Central Europeu] mantém o teto à Grécia

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 8:54 pm

 

manter-teto-web

 

Não há úbere que aguente isto! Anda a União Europeia com os tetos à mostra a amamentar pançudos e sibaritas!

Quinta-feira, 11 Junho 2015

Freiras detetadas em Roma

Filed under: A vida custa,acordo ortográfico — O. Braga @ 8:10 am

 

“Duas freiras foram resgatadas na segunda-feira de um elevador em Roma após terem ficado presas durante três dias sem comida nem água, noticia hoje a BBC.
(…)
As freiras foram detetadas na segunda-feira de manhã depois de o empregado de limpezas ter chamado a polícia.”

Freiras detetadas em Roma após três dias presas num elevador

É lamentável que depois do drama de passarem três dias enfiadas num elevador, tenham retirado as tetas às duas freiras.

Quinta-feira, 14 Maio 2015

Hoje fui contactado pelo SIS por causa de escrever “arquitectas” em vez de “arquitetas”

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 8:36 am

 

Os serviços secretos contactaram-me hoje de manhãzinha, ao romper da alba, admoestando-me pelo facto de eu estar a “arquitetar” uma revolução e uma sublevação popular contra o Estado. E já fui avisado que para a próxima vez serei chamado à rua António Maria Cardoso.

Domingo, 10 Maio 2015

Dever de desobediência à utilização do Acordo Ortográfico

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 10:06 am

 

Nas próximas eleições vou votar em uma qualquer força política que seja contra o Acordo Ortográfico, independentemente da ideologia dessa força política — porque o que está por detrás do Acordo Ortográfico é a ideologia mais desprezível que possamos conceber.

« “A norma que prevê “orwellianamente” que o AO90 seja utilizado em quaisquer documentos públicos ou privados é inconstitucional a vários títulos”, defende o jurista, segundo o qual esta questão não é prejudicada pelo facto de a aplicação do AO90 “ter sido antecipada parcialmente para certos sectores do Estado e da sociedade civil”, nomeadamente a Administração Pública, todo o sistema de ensino, incluindo o privado e cooperativo, e o Diário da República. »

Jurista defende “dever de desobediência” à utilização do Acordo Ortográfico

Domingo, 22 Março 2015

Depois da “presidenta”, temos a “modela”

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 6:06 am

 

 

A estupidez do Acordo Ortográfico não me deixa de surpreender, porque há nele muito de irracional. É certo que o Acordo Ortográfico não diz expressamente que se deve escrever “estudanta”, “presidenta” anta, “transeunta”, modela, etc., mas está implícito nele o libertinismo do caos ortográfico e da desagregação e decadência da língua portuguesa.

a-modela

Essa gente vai ter que pagar pelo que está a fazer.


Adenda: recebi a seguinte mensagem:

Caro Orlando Braga, boa tarde.

O meu nome é (segue-se o nome, que não divulgo) e sou eu que coordeno a plataforma Porta351 que mereceu a sua atenção no último dia por causa da “modela” Sara Sampaio.

Se leu o artigo por inteiro reparou, certamente, que de todas as vezes que a palavra foi repetida apareceu como “modelo” e não como “modela” mas a verdade é que tenho o meu corrector automático programado segundo o novo acordo ortográfico e ele decidiu mudar o “modelo” para “modela”. Onde vi, alterei mas, pelos vistos, escapou-me a “modela” do lead… Mea culpa, tão mea culpa. Ainda assim, penso que continua a haver uma diferença entre um erro e uma gralha.

Aproveito para lhe dizer também que partilho da sua opinião – ou, pelo menos, do que que acredito ser a sua opinião – em relação ao novo acordo ortográfico: é um erro crasso. Mas, ao que parece, é um erro com o qual teremos de saber viver pois não me parece que haja grande margem para o inverter. Oxalá eu esteja errada.

Por fim, termino agradecendo-lhe: apesar de pouco simpático, o seu texto chamou-me a atenção para a gralha e deu-me a oportunidade de a corrigir. Algo que gosto sempre de fazer quando me engano.
Desejo-lhe um resto de bom fim-de-semana.
Com os melhores cumprimentos,

Coordenação
Porta351

Afinal, “modela” é  mesmo uma palavra sancionada pelo Acordo Ortográfico! Inacreditável!

Domingo, 2 Novembro 2014

O fenómeno brasileiro do verbo “suponhetar”

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 8:59 am
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Suponhetemos” que não tivesse existido a migração da Corte portuguesa e a intervenção pombalina:

“Se não fosse pela migração da corte lusitana e a intervenção pombalina, poderíamos ter sido o maior país a desenvolver, de forma homogênea, uma língua indígena.”

Rosa Virgínia Mattos e Silva, autora de “O Português são dois”.

É certo que “Mattos Silva” parece ser um nome tupi-guarani. Mas suponhetemos que “Mattos Silva” era um nome português: nesse caso, teríamos que suponhetar que seria mais conveniente às virgo rosarum brasileiras mudar de nome.

No Brasil, o verbo “suponhetar” é muito utilizado pelas elites políticas e académicas. Por exemplo:

“Vamos suponhetar que, em lugar de o Brasil ter sido colonizado pelos portugueses, tivesse sido colonizado pelos ingleses”.

Quando o brasileiro suponheta, transforma a realidade de uma forma mais escorreita. Suponhetando, não é necessário trabalhar com afinco para a transformar. A elite brasileira, através do suponhetamento da História, vai tornando reais os acontecimentos que suponhetadamente nunca aconteceram.

Quarta-feira, 20 Agosto 2014

Esta gente tem mestrado (alvará de inteligência)

 

“A minha adoção do acordo ortográfico foi inteiramente utilitária. Tinha um limite máximo de 2000 caracteres com espaços para textos que escrevia para um jornal, bem como uma dissertação de mestrado a meio (no início, para ser sincera, e também com limite de caracteres) e, como sou tendencialmente palavrosa e pouco sintética (repararam na redundância?) e sofro sempre a cortar textos, lembrei-me: por que não livrar-me das consoantes mudas para poupar caracteres?”

O acordo ortográfico e eu

Segunda-feira, 18 Agosto 2014

Fernando Pessoa escrito segundo a novilíngua brasileira

Filed under: acordo ortográfico — O. Braga @ 7:44 pm
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“Depois qe as últimas xuvas deixaram o séu e ficaram na terra — séu limpo, terra úmida e espelhenta — a clareza maior da vida qe com o azul voltou ao alto, e na frescura de ter avido água se alegrou em baixo, deixou um séu próprio nas almas, uma frescura sua nos corasões.

Somos, por pouco qe o qeiramos, servos da ora e das suas cores e formas, súditos do séu e da terra. Aqele de nós qe mais se embrenhe em si mesmo, desprezando o qe o serca, esse mesmo se não embrenha pelos mesmos caminhos quando xove do qe quando o séu está bom. Obscuras transmutasões, sentidas talvez só no íntimo dos sentimentos abstratos, se operam porqe xove ou deixou de xover, se sentem sem qe se sintam porqe sem sentir o tempo se sentiu.

Cada um de nós é vários, é muitos, é uma prolixidade de si mesmos. Por isso, aqele qe despreza o ambiente não é o mesmo qe dele se alegra ou padece. Na vasta colónia do nosso ser á gente de muitas espécies, pensando e sentindo diferentemente. Neste mesmo momento, em qe escrevo, num intervalo legítimo do trabalho oje escaso, estas poucas palavras de impresão, sou o qe as escreve atentamente, sou o qe está contente de não ter nesta ora de trabalhar, sou o qe está vendo o séu lá fora, invizível de aqi, sou o qe está pensando isto tudo, sou o qe sente o corpo contente e as mãos ainda vagamente frias. E todo este mundo meu de gente entre si alheia projeta, como uma multidão diversa mas compacta, uma sombra única — este corpo qieto e escrevente com qe reclino, de pé, contra a secretária alta do Borges onde vim buscar o meu mata borrão, qe lhe emprestara.”

— Fernando Pessoa, “Livro do Desassossego”


Agora pergunto: um cidadão que necessita que a língua seja “simplificada” para aprender a ler e a escrever, ¿irá entender minimamente o que Fernando Pessoa escreveu?! Vem daqui a resposta:

“Quando algumas dessas regras forem simplificadas, haverá uma economia de tempo (250 horas-aula) e dinheiro (R$ 2 biliões por ano) e um aprendizado mais eficaz e prazeroso. Pode-se prever uma forte redução nos índices de analfabetismo e na taxa de rejeição ao estudo da língua, simultaneamente fortalecendo a inclusão social. E mais: a quantidade de cidadãos plenamente alfabetizados (capazes de ler e produzir textos mais profundos) pode ser multiplicada por dois, três, quatro ou cinco.

Isso significa dizer que na mesma proporção crescerá o número de leitores e autores, permitindo uma produção literária, intelectual e científica jamais vista, criando saber e riqueza suficientes para colocar estrategicamente nossos povos e países em estágio muito superior de respeito e influência internacionais.”

Ernani Pimentel (professor e presidente do Centro de Estudos Linguísticos da Língua Portuguesa no Brasil)

¿Alguém acredita nisso?!

Sábado, 16 Agosto 2014

O Brasil prepara-se para impôr um novo Acordo Ortográfico

 

“A Comissão de Educação (CE) do Senado debate uma nova reforma ortográfica propondo uma maior “simplificação” da Língua Portuguesa. De acordo com nota divulgada no site do presidente da comissão, senador Cyro Miranda (PSDB-GO), a ideia é excluir o “h” inicial de palavras como “homem e “hoje”, abolir o “ch” substituído pelo “x”, como em “flecha” e, ainda, substituir “x” e “s” por “z” nas palavras com esse som, como “exemplo” e “analisar”. O “ç” seria outra norma da língua com os dias contados, com a “educação” passando a ser escrita como “educasão”.”

Comissão de “Educasão” do Senado estuda abolir “h” e “ç” do Português

No Brasil, a língua portuguesa não faz parte da cultura. Por isso é que o Brasil é um anão literário — não produz literatura na proporção da sua população, quando comparado com Portugal, por exemplo — já nem falando nos Estados Unidos.

O problema é que Portugal está a adoptar o princípio do divórcio brasileiro entre a cultura e a língua. Se, por exemplo, o Brasil adoptar o Tupi como língua oficial, os políticos portugueses secundariam imediatamente essa adopção.

Nós não temos políticos: temos invertebrados1, gente sem planta nenhuma, “gente menor” como dizia o professor José Hermano Saraiva; gente moralmente miserável que vende a História e a Cultura do seu país por um prato de lentilhas. Nós não temos políticos: temos um conjunto de “Josés de Vasconcelos”.

“Omem”, “qeijo” | Novo acordo ortográfico propõe suprimir letras de palavras

Onra aos omens onestos

Nota
1. O Pedro Santana Lopes bem pode limpar as mãos à parede!

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